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quarta-feira, 30 de setembro de 2015

A crise parida pela dupla Lula e Dilma extermina 2.777 empregos por dia



Por Augusto Nunes, 30/09/2015, www.veja.com.br

O governo federal acaba de informar que, nos últimos 12 meses, “foram fechadas 985.669 vagas do mercado de trabalho formal”. Tradução do palavrório: em burocratês castiço: no curtíssimo período de um ano, a crise econômica produzida em parceria por Lula e Dilma Rousseff engoliu 1 milhão de empregos com carteira assinada. Nunca antes na história deste país tantos foram para a rua em tão pouco tempo.
São 83.333 demissões por mês. Ou 2.777 por dia. Ou 115 por hora. São quase dois por minuto. Enquanto esse oceano de gente golpeada pelo sumiço do salário luta pela sobrevivência, constata o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, a presidente que mente compulsivamente segue torturando os fatos e assassinando a verdade a pauladas.
Nesta semana, em mais uma discurseira soporífera na ONU, anunciou que logo haverá trabalho de sobra até para os bebês de colo. Tal milagre só seria materializado se Dilma conseguisse estender ao país inteiro o vitorioso Programa Desemprego Zero para a Companheirada, instituído há 13 anos. Entre os milhares de militantes do PT, não existe um único desempregado.
Todos sustentados pelos pagadores de impostos, os filiados ao partido que virou bando desfrutam da vida mansa longe da crise. Para alívio do Brasil que presta, logo estarão também longe do poder.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

É HORA DE FAZER A LUTA ARMADA NAS RUAS! Iremos armados com a força do argumento! Ou: Que ninguém ouse deter os pacíficos!



Por Reinaldo Azevedo, 07/08/2015,
 www.veja.com.br

O PT levou ao ar ontem à noite o seu aloprado e desastrado programa no horário político. Nunca se viu nada igual. Quem estava em casa, nas empresas e nos escritórios parou para bater panela, apitar, gritar, fazer barulho. Quem estava nas ruas meteu a mão na buzina ou botou a boca no trombone nas calçadas.
Bastou a José de Abreu, no papel mais canastrão de sua carreira, nos ameaçar a todos com o abismo caso Dilma Rousseff tenha de deixar a Presidência, e o Brasil lhe deu a resposta, com dois picos especiais de euforia de contestação: quando Lula e a presidente apareceram. Houve assovios até em estações de metrô e terminais de ônibus. Uma eletricidade especial tomou conta dos quatro cantos do país.

Chega! Os brasileiros já não agüentam mais essa turma!

“Ah, mas eles não foram, afinal, eleitos?” Foram sim! Mas não para mentir, não para trapacear, não para assaltar os cofres públicos, não para fazer pouco da nossa cara, não para impedir a realização dos nossos sonhos, não para atrapalhar os nossos anseios, não para comprometer o futuro dos nossos filhos.
Mas, ainda assim, nós poderíamos deixá-los lá, expressando o nosso desagrado, sem pedir que desocupassem a cadeira, não houvesse razões legais para isso. E elas existem! Esse governo, que bem cedo perdeu a legitimidade, descobriu-se também, atropelou a legalidade. E tem de sair por isso. Em cumprimento à Constituição e às leis. E é isso que o país dirá uma vez mais, aí nas ruas, no dia 16 de agosto.
Se dúvida houvesse sobre o estado das artes, não há mais. A pesquisa Datafolha se encarregou de revelar, referendando outras que a antecederam: a esmagadora maioria dos brasileiros quer a interrupção desse governo. Não reconhece nele as qualidades necessárias para tirar o país da crise. Dizem que a gestão Dilma é ruim ou péssima 71% dos entrevistados; nada menos de 66% pedem o impeachment.
Não obstante, o PT tem a cara de pau de levar ao ar um programa que ameaça três vezes o brasileiro com o pior se este decidir, ora vejam, exercitar uma prerrogativa constitucional, que é cobrar a saída de Dilma. Pior: classifica líderes de oposição de egoístas e oportunistas, continua a reivindicar o exclusivismo moral e ignora o mar de lama em que está mergulhado.
Lula, no papel de Lula — alheio à brutal corrosão de sua biografia e de sua imagem —, estava lá para assegurar que o PT é muito melhor do que os antecessores, que nunca antes na historia “deste país” etc. e tal. O tempo passou. Lula não se deu conta. A mística passou. Lula não se deu conta. A mistificação passou. Lula não se deu conta. Lula não se deu conta, enfim, de que é hora de pendurar as chuteiras — na melhor das hipóteses para ele. A pior ficará por conta da Polícia Federal, do Ministério Público e da Justiça.
Alheia à realidade que a cerca, Dilma surgiu no vídeo para, santo Deus! Fazer promessas eleitorais que nem novas chegam a ser. Era aquela mesma senhora da campanha, a acenar com os mesmos amanhãs sorridentes. E, hoje, em agosto de 2015, a esmagadora maioria dos brasileiros já sabe que a candidata de outubro estava mentindo.
Mas não bastaram as ameaças. O PT decidiu também fazer pouco caso daqueles que protestam, ironizando os panelaços, como se, hoje, fosse o partido a falar em nome de uma maioria. O programa desta quinta certamente entrará para a história das decisões mais estúpidas jamais tomadas pela legenda.
E volto, para começar a encerrar, às ameaças de caos, abismo, crise institucional e golpe, que foram levadas ao ar. Cumpre fazer uma pergunta direta aos petistas: seus militantes e milicianos, por acaso, estão se armando? Quem encarna esse risco? Certamente não são aqueles que vão às ruas protestar, exibindo as cores verde e amarela e portando a bandeira do Brasil, onde se lê com clareza: “Ordem e Progresso”.
Eu entendi errado, ou os petistas estão dizendo que, caso o Congresso — um Poder da República — ou o TSE, expressão de outro Poder, casse o mandato da presidente, os militantes da sigla e seus acólitos não aceitarão a decisão? E, nesse caso, farão exatamente o quê? A esmagadora maioria da população não tem armas. Os petistas estariam ameaçando as instituições? Com quais forças? Com quais, então, armas? Com quais líderes?
Nós, sim, os homens comuns, é que não podemos tolerar as ameaças feitas pelo PT no seu horário político.
Não! Se Dilma cair, não acontecerá nada de trágico para o país. Vai se respeitar a Constituição. Os que defendem a sua saída não têm armas — e quero crer que também não as tenham os que querem a sua permanência. A lei será cumprida. E os que quiserem que não se cumpra hão de se submeter aos rigores do estado democrático, que detém o monopólio do uso da força, se necessário, no cumprimento da Constituição também democrática. É simples.
O resto é papo furado! O PT já não seduz, não convence nem assusta mais ninguém.
Faremos nas ruas a luta armada, sim! Iremos armados com a força do argumento. E só! E que ninguém ouse deter os pacíficos!

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Dar cargos ao PMDB não resolve problemas, diz Cunha



Presidente da Câmara afirma que a tentativa de Dilma de entregar pastas com mais peso político à sigla não vai debelar a crise na base no Congresso

Por Laryssa Borges, de Brasília,
 24/09/2015, www.veja.com.br

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha: agraciar o PMDB co ministérios não vai debelar crise na base.

Um dia depois de Dilma Rousseff ter se comprometido em entregar ao PMDB ministérios com mais força política, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta quinta-feira que o rearranjo de pastas não resolve as divergências da base aliada e nem pacifica a relação com o partido.
Nos últimos dias, o Palácio do Planalto se aproximou dos líderes peemedebistas na Câmara e no Senado para, em troca de cargos, convencê-los a manter os vetos presidenciais de alto impacto fiscal, como o reajuste de até 78,5% a servidores do Poder Judiciário, e minimizar as chances de parlamentares da sigla dar guarida a futuros pedidos de impeachment contra a presidente petista.
Para Cunha, porém, o melhor seria que o PMDB saísse de vez da base aliada ao governo e não ocupasse cargo nenhum. "Não é que seja irresponsável ou que não me comprometa com a administração da crise financeira ou que o PMDB vire as costas, mas o PMDB não está fazendo parte desse projeto [de governo] há muito tempo. Na real, essa tentativa de reintroduzir o PMDB no projeto é uma tentativa através de cargos públicos e não é a melhor forma de fazer", disse. "Mais ocupação de cargos ou menos ocupação de cargos jamais vai resolver as divergências de base que existem", completou.
"Continuo defendendo que o meu partido, o PMDB, na sua instância própria, saia do governo e que não ocupe cargo. Da minha parte o partido já estaria fora", resumiu.
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), entregou por conta própria à presidente Dilma Rousseff os nomes escolhidos pela bancada do partido para ocupar as pastas da Saúde e da área de Infraestrutura. Sem fazer comentários, a presidente recebeu os nomes de Saraiva Felipe (MG) - já vetado por ela -, Manoel Júnior (PB) e Marcelo Castro (PI) para a pasta de Saúde. Para Infraestrutura, foram indicados José Priante (PA), Mauro Lopes (MG), Celso Pansera (RJ) e Newton Cardoso Júnior (MG).
O Senado tem direito a duas indicações e deve manter Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia). Picciani defendeu a permanência de Henrique Eduardo Alves, que hoje ocupa o Ministério do Turismo, no governo e espera que ele seja apresentado como o nome de consenso entre Câmara e Senado para ocupar o quinto ministério oferecido ao partido.

sábado, 26 de setembro de 2015

Fatiamento? O nome certo é trapaça



Por Augusto Nunes, 25/09/2015, www.veja.com.br

Sempre que craques da Justiça ameaçam golear campeões da bandidagem, juízes do Supremo Tribunal Federal arranjam algum pretexto para atrapalhar atacantes cujo esquema tático é tão singelo quanto eficaz: aplicar a lei. Foi assim no julgamento do mensalão: os delinqüentes estavam a um passo da prisão em regime fechado quando o STF exumou certo “embargo infringente”.

O palavrão em juridiquês reduziu crime hediondo à contravenção de aprendiz, transformou culpado em inocente e acabou parindo duas brasileirices obscenas: a quadrilha sem chefe e o bando formado por bandidos que agem individualmente, nunca em grupo. Agora incomodado com o desempenho exemplar do juiz Sérgio Moro, dos procuradores federais e dos policiais engajados na Operação Lava Jato, o Supremo inventou o que a imprensa anda chamando de “fatiamento” do escândalo.

Fatiamento coisa nenhuma. O nome certo é trapaça.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

De Tito Costa, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, para Lula: ‘Você abandonou um projeto de Brasil para dedicar-se a um ambicioso e impatriótico projeto de poder’



Por Augusto Nunes, 21/09/2015, www.veja.com.br

Prefeito de São Bernardo do Campo na época em que Lula debutava como líder metalúrgico, o advogado Tito Costa publicou na Folha uma carta endereçada ao amigo que foi presidente de janeiro de 2003 a dezembro de 2010. Aos 93 anos, ele evoca os primeiros capítulos da história que acompanhou como testemunha privilegiada para externar a decepção provocada pelo desfecho desastroso das sucessivas metamorfoses: o personagem que parecia destinado a moralizar a prática política jaz na cova rasa dos estadistas de galinheiro. Confira. (AN)

Meu caro Lula permito-me escrever-lhe publicamente, diante da impossibilidade de nos falarmos em pessoa, com a franqueza dos tempos de nossos seguidos contatos – você na presidência do Sindicato dos Metalúrgicos e eu prefeito de São Bernardo do Campo.
Não vou falar das greves que ocorreram de 1979 a 1981, que projetaram seu nome no Brasil e no exterior. Não quero lembrar os dias angustiantes da intervenção no sindicato pelo ministro do Trabalho, em março de 1979, e da violência que se seguiu com prisões, processos e a sua detenção pelo Dops (Departamento de Ordem Política e Social).
Todos esses fatos sempre foram acompanhados por mim juntamente ao senador Teotônio Vilela, a Ulysses Guimarães e a numerosos políticos do então MDB.
Na véspera da intervenção no sindicato, você ligou no meu gabinete me pedindo ajuda para retirar estoques de alimentos ali guardados. Enviei caminhões da prefeitura para retirá-los e o material foi depositado na igreja matriz da cidade.
Não falo das reuniões, madrugadas adentro, em meu apartamento em São Bernardo, com figuras expressivas do mundo político e também de outras esferas, como dom Cláudio Hummes, nosso amigo, então bispo de Santo André, hoje pessoa de confiança do papa Francisco, em Roma. Éramos todos preocupados com a sua sorte, a do sindicato e também a das nossas instituições em pleno regime militar.
Prefiro não falar dos dias em que o acolhi em minha chácara na pequena cidade de Torrinha, no interior de São Paulo, acobertando-o de perseguições do poder militar da época: você, Marisa, os filhos pequenos, vivendo horas de aflição e preocupantes expectativas.
Nem quero me lembrar das assembléias do sindicato, depois da intervenção no estádio de Vila Euclides, cedido pela Prefeitura de São Bernardo, fornecendo os aparatos possíveis de segurança.
Era os primórdios de uma carreira vitoriosa como líder operário que chegou à Presidência da República por um partido político que prometia seriedade no manejo da coisa pública e logo decepcionou a todos pelos desvios de comportamento e de abusos na condução da máquina administrativa do Estado.
E aqui começa o seu desvio de uma carreira política que poderia tê-lo consagrado como autêntico líder para um país ainda em busca de desenvolvimento. Você deixou escapar-lhe das mãos a oportunidade histórica de liderar a implantação de urgentes mudanças estruturais na máquina do poder público.
Como bem lembrou Frei Betto, seu amigo e colaborador, você, liderando o Partido dos Trabalhadores, abandonou um projeto de Brasil para dedicar-se tão somente a um ambicioso e impatriótico projeto de poder, acomodando-se aos vícios da política tradicional.
Assim, seu partido, em seus alargados anos de governo, com indissimulada arrogância, optou por embrenhar-se na busca incessante, impatriótica e irresponsável do aparelhamento do Estado em favor de sua causa que não é a do país.
Enganou-se você com a pretensão equivocada de implantar uma era de bonança artificial pela via perversa do paternalismo e do consumismo em favor das classes menos favorecidas, levando-as ao engano do qual agora se apercebem com natural desapontamento.
Por isso, meu caro Lula, segundo penso, você perdeu a oportunidade histórica de se tornar o verdadeiro líder de um país que ainda busca um caminho de prosperidade, igualdade e solidariedade para todos. Alguma coisa que poderia beirar a utopia, mas perfeitamente factível pelo poder político que você e seu partido detiveram por largo tempo.
Agora, perdido o ensejo de sua consagração como grande liderança de nossa história republicana recente, o operário-estadista, resta à população brasileira o desconsolo de esperar por uma era de dificuldades e incertezas.
Seu amigo, Tito Costa.