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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Greve é coisa séria (Fonte: CP 06/02/2014).

Por Rogério Mendelski,

Quando um trabalhador faz greve está dando um recado ao patrão de sua importância numa empresa e que sem a sua força de trabalho cessa a produção. Paralisar a produção de uma empresa significa a interrupção de um sistema econômico que envolve não apenas relações de trabalho, mas dilemas para quem se envolve nesse enfrentamento.
Greve de verdade só traz prejuízos com “baixas” para patrões e empregados. O patrão porque tem seus lucros interrompidos e os trabalhadores porque deixam de receber seus salários. Bem, pelo menos é o que estabelece a ética da greve, quando todos os diálogos são interrompidos.
Agora vamos falar das greves brasileiras que têm feições próprias. Digamos que nós temos a capacidade de desmoralizar qualquer atividade humana neste país. Tim Maia, cantor, compositor e criador de frases debochadas já dizia que no Brasil “prostituta tem orgasmos, cafetão tem ciúme e traficante se vicia”.
Indo mais adiante, vale dizer que criminosos com sentença transitada em julgado ofendem seus julgadores, se dizem inocentes e têm claque até de parlamentares que se comportam não como homens que fazem leis, mas como comparsas dessas pessoas.
Quem acompanha os movimentos grevistas no Brasil já anotou uma reivindicação inegociável na pauta de negociações: o pagamento dos dias parados. E aí que a ética da greve vai para o ralo. Como um patrão pode pagar pelo que não foi produzido? Em nenhum país capitalista do planeta dias não trabalhados são remunerados. E em nenhum país socialista sequer existe tal reivindicação porque greve é subversão e dá cadeia para “dissidentes”.
Gente decente não recebe remuneração sem ter dado em troca o seu trabalho. Mais do que uma premissa trabalhista é uma lição bíblica: “Ganharás o pão com o suor do teu rosto”. No país da esperteza e do politicamente correto, onde menor infrator não é preso, mas “apreendido”, onde caixa 2 é apenas “dinheiro não contabilizado” e com deputado na cadeia sem perder o mandato, fazer greve pode ser apenas um descanso remunerado.           

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