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sexta-feira, 28 de abril de 2017

Previdência não é programa social



Não fazem sentido os argumentos usados para justificar as aposentadorias especiais

Por Maílson da Nóbrega, 13/04/2017,
www.veja.com.br


Os mitos em torno da reforma da Previdência têm origem em duas fontes. A primeira vem de uma mistura de ignorância, ideologia ou má fé, que iludem muitos com a pregação de que não há déficit ou que a reforma é contra os pobres, ameaça direitos e por aí afora.

A segunda é a idéia de que a Previdência é um programa social, destinado a eliminar desigualdades. Na verdade, a Previdência é uma espécie de seguro para amparar os indivíduos na velhice. Baseia-se na participação obrigatória e no princípio de que seus benefícios correspondam ao montante acumulado pelas contribuições. Combater desigualdades é necessário, mas isso cabe a programas específicos, financiados pelo orçamento público e não pela arrecadação previdenciária.

A idéia de que a Previdência é um programa social justifica tratamentos especiais sem justificativa. Daí vem à defesa de aposentadoria especial para professores, que poderiam aposentar-se antes dos mortais comuns. Acontece que o exercício de uma função nobre, a de educar, não os faz merecedores de tratamento diferenciado.

Não consta que os professores tenham sobrevida menor do que a dos demais segurados da Previdência depois dos 65 anos. O que importa, para as finanças previdenciárias, é o gasto durante a sobrevida. Na mesma linha, não cabe dar tratamento especial para policiais. O risco que eles correm na sua atividade não deve ser compensado pela Previdência, mas por salários e outros benefícios, inclusive o de periculosidade, que vigora em quase todos os estados.

O que dizer do limite de idade menor para as mulheres? Olhado pelo ângulo exclusivo do seguro trata-se de grossa impropriedade, pois as mulheres têm sobrevida maior do que os homens. Na verdade a idade de aposentadoria de homens e mulheres convergiu para um único padrão em praticamente todos os países: entre 65 e 67 anos.

Há também o argumento da jornada dupla. As mulheres trabalham e cuidam da família, diz-se. É um argumento pobre, que desmente o esforço que elas vêm desenvolvendo, desde o fim do século XIX, para ser tratadas de forma igual à dos homens no mercado de trabalho, na política, no setor público e assim por diante. É paradoxal, assim, que parlamentares mulheres estejam lutando para manter a diferenciação.

Na Inglaterra, nos anos 1980, havia a diferença. A idade mínima para aposentadoria dos homens era de 65 anos; a das mulheres, 62. Sabem o que aconteceu? As mulheres se mobilizaram para igualar-se aos homens. Invocaram tratados da então Comunidade Econômica Européia (hoje União Européia), que proibia discriminação de gênero. Sim, as inglesas julgaram que estavam sendo discriminadas ao terem que se aposentar aos 62 anos. Conseguiram a igualdade aos 65 anos.

Nada justifica as aposentadorias especiais. Temos visto parlamentares e líderes sindicais defendendo aposentadoria especial para quem executa trabalho penoso, mas isso nada tem a ver com a Previdência. Essas confusões explicam grande parte das resistências à reforma.


Comentários


Vanessa Rodrigues
 
O nobre ex ministro só esqueceu de falar da pior das aposentarias especiais: as dos políticos, dos juízes, das filhas de funcionários do judiciário (desembargadores), das filhas de militares e outras criações destes mesmos funcionários públicos que recebem eternamente, pois muita passam de pai para filhas, como o valor é muito maior que o teto do INSS, é estes indivíduos que causaram a maior parte do rombo e são muito menos necessários do que professores por exemplo. Quer fazer critica séria pelo menos faz de todos os problemas, protege aqueles que mais fazem mal ao sistema.


Paulo Bandarra
 
Na verdade, a Previdência é uma espécie de seguro auto-financiado para amparar os trabalhadores contribuintes na velhice e amparar suas viúvas. Foi desfigurado pelo governo como imposto distribuído aposentadoria e pensões para as cigarras limitando a retribuição das formigas.


Amilcar Carvalho
 
Muito bem, bela falação, mas como ficam os militares que defendem a soberania nacional contra a invasão dos marcianos, e os da carreira judiciária e os políticos. Ou todos tem os mesmos ditreitos a então ninguém deve te-los.


Marly Camargo
Não percam tempo comentando as matérias deste cidadão. Assim como Mino Carta é pautado por Lula, ele é pautado por M. Temer. É da tropa de choque do governo.


Roberto Araújo
 
É muito difícil trabalhar tanto pra sustentar privilégios de alguma categoria que se acha superior às demais…


Marcos Moraes
 
Vanessa é idiota. Marly é cafajeste e esquizo. 7×1 como são professorinhas… Caco Antibes nelas! MAM


Geraldo Jr
 
De fato, não é programa social, tirando às aposentadorias especiais a previdência é muito bem paga por empresas e empregados durante muitos e muitos anos, religiosamente – portanto um direito prá lá de adquirido e que se for pela lei não poderia jamais ser mudado – exceto os excessos que a gente sabe onde estão.


PCR
 
A sociedade brasileira tem ciência de que alterações previdenciárias necessitam ser feitas. A sociedade brasileira quer a correção dos desequilíbrios. Há muitas pessoas aposentando antes dos 50 anos de idade. Isso não se sustenta realmente. Então é preciso acabar com isso. A idade de 60 anos para todos, homens, mulheres, professores, professoras, policiais militares, policiais civis e forças armadas, políticos é a ideal. Agora, a reforma proposta é duríssima. Idade acima de 60 anos é chamar os brasileiros a não terem interesse pela previdência social. Vamos levantar esta bandeira. 60 anos para todos, sem exceções.


Laércio
 
Canalha. Simplesmente um canalha que só esqueceu de incluir as aposentadorias dele, dos políticos e dos juízes. Somos um país de otários sustentando um bando de canalhas.


Paulo Bandarra
 
Sabendo que era a Odebrecht que redigia as MPs de seu interesse, imagina quem está redigindo esta reforma? Ou alguém acredita que a Odebrecht era uma exceção no país?

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Um reality à prova de Q.I.



O que faz do BBB um programa imbecilizante não é a edição, o apresentador e nem mesmo o elenco

Da Redação, 21/03/2017,
www.veja.com.br

Poucos programas se tornaram um símbolo tão grande de bobagem televisiva, daquelas que nem todo mundo que vê assume, quanto o Big Brother Brasil.

Ao contrário da maioria das atrações frutificadas sob essa pecha, especialmente em outras emissoras, o trash não começa pela falta de apuro técnico. BBB talvez seja o programa mais bem editado da TV nacional, em que milhares de horas nas quais quase nada acontece se transformam em clipes dinâmicos. Também não é culpa dos apresentadores – se Pedro Bial trazia certo verniz ao show, Tiago Leifert se consolidou precocemente em sua sucessão com estilo próprio, carisma e agilidade de raciocínio, que fariam a diferença em qualquer atração popular.

Chega-se, então, ao elenco. Serão os emissores dos gritinhos de “uhu!” a matéria-prima da baixaria? Não, se levada em conta à atual edição, em que (fato raro) foram priorizados participantes com algum propósito de vida. A escalação incluiu um advogado cursando mestrado em estudos fronteiriços, um diplomata, uma bailarina que dá aula a crianças carentes, uma paratleta, uma setentona cheia de juventude. Resultado: todos esses interessantes personagens para se conhecer em uma mesa de bar ofuscados pela protagonista de edição, a gêmea fútil e manipuladora, com muito menos a dizer (sua frase que mais repercutiu é impublicável aqui).

E aí sobra o que torna tudo imbecilizante: o próprio formato. Na caixa de Skinner do BBB, falta comida, raciona-se água, eleva-se a tensão constante pela sobrevivência, afloram os mais básicos instintos e deles é feito o espetáculo. Pode ser de alguma utilidade para algum estudo comportamental. Como TV, o resultado costuma nada mais que puro lixo.


Comentários

Jon
 
Concordo com a matéria. O formato cansou e já está fazendo hora extra. Infelizmente, o Brasil é um terreno fértil para multiplicação do público que consome esse tipo de conteúdo. Só os parentes dos participantes não gostaram deste mini editorial.

Bianca Campo Grande
 
Jon concordo com você. Num momento em que o Brasil precisa urgentemente de amadurecer, este programa não ajuda em nada. Como diz a matéria, somente aos pesquisadores do comportamento humano poderia ter alguma utilidade. A GLOBO e outras emissoras poderiam investir em programas de Ciência e de outras áreas do conhecimento humano para contribuir com o crescimento intelectual e moral da sociedade.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

Mentira!!!



Se uma pesquisa custa uma fortuna, uma pesquisa fraudada para apontar um candidato na frente dos demais custa uma fortuna maior ainda

Por Augusto Nunes, 20/04/2017,
 www.veja.com.br

Texto de Vlady Oliver

Sabe qual é a última vigarice que essa politicanalhada quer dizer para enganar você, incauto eleitor? Que essa montanha de grana roubada dos cofres públicos foi para pagar as “caríssimas campanhas eleitorais”. MENTIRA. Fiz campanha política, meus caros. Se isso fosse verdade, vocês estariam lendo as abobrinhas de um dos caras mais ricos destas paragens. MENTIRA. A parte honesta de uma campanha política tem um orçamento igualmente honesto. 

Essa grana foi gasta mesmo para pagar as dentaduras, as laqueaduras e os milheiros de telhas. Para comprar consciências, comprar militâncias, aliciar o funcionalismo público, aparelhar as repartições, criar exércitos de mamulengos como as CUTs, as UNEs, os MSTs para patrulhar nossa sociedade tolinha, pagar todos os Chicos Buracos, todos os Mouras e Duviviers que infernizaram nossos ouvidos todo esse tempo com esse cacarejo indecente. 

Foi usada para manter os jatinhos, o status e o poder dessa corja de políticos vigaristas que não quer sair do nosso lombo e tirar a mão do nosso bolso; para pagar as viagens para Paris, as caixas de vinho importado, as jóias e os brilhantes com que essa canalhada ainda ostenta o seu poder sobre a patuléia. A grana foi usada para sustentar Maduros, ditadores africanos e sul-americanos, num projeto de poder pilantra e autoritário. Foi usada para construir e turbinar ditaduras e Foros de São Paulo. Usada para essa esquerda te enganar, com todo o alinhamento e cumplicidade da “não esquerda”. 

Se uma pesquisa custa uma fortuna, uma pesquisa fraudada para apontar um candidato na frente dos demais custa uma fortuna maior ainda. Se uma eleição custa uma fortuna, uma eleição fraudada, na qual duas marionetes do mesmo sistema podre se enfrentam para dar um verniz de democracia nessa vigarice custa uma fortuna muito maior. Acorda, brasileiro tonto. Nessa esquerda que aí está eu não voto nem amarrado. Entenderam agora ou preciso continuar desenhando?


Comentários

Isa
 
Você fez um desenho primoroso e realista. Perfeito!

Adilson Nagamine
 
Estou rezando para a Senhora de todos os povos acabar com a corrupção no Brasil e ver o fim da impunidade com o Jararaca lá na cadeia. Não faça do microondas uma arma. Adilson Nagamine

Getulio Carvalho
 
A Realidade Humilha A Fantasia

Será que na cidade de Campos, RJ, buscaram inspiração na composição ‘A Casa’, de Vinicius de Moraes, para construir moradias populares sem teto, portas e janelas? Casas muito engraçadas, onde nem se pode fazer pipi… Ah, Poetinha, no País-Potência o quotidiano surpreende a imaginação!

Roberto
 
Ah! Marqueteiros e jornalistas “alinhados” com a causa (que causa?) adoram falar que ser de direita é do mal e ser de esquerda é do bem (não dizem bem de quem). Esse discurso ainda pega nos países bananeiros. Depois da derrubada do muro, as esquerdas tentaram se reinventar umas 20 vezes. Dependendo do país bananeiro, elas se posicionam de forma diferente. Elas são criativas demais. Vejam o PSOL e REDE.

Davi AHS
 
Disse tudo.

domingo, 16 de abril de 2017

Vinhetas de outono



Brasileiros marcharam por outras vinhetas numa pauta caleidoscópica e os adeptos da súcia tentarão artificializar uma crise que vulnerabilize o governo

Por Augusto Nunes, 28/03/2017,
 www.veja.com.br


Texto de Valentina de Botas

No fim de uma dessas adoráveis manhãs inaugurais do outono de luz singular, eu caminhava pela região da Paulista, ia almoçar com amigos que trabalham numa editora para ver a possibilidade de um trabalho, quando ouvi no rádio de um carro que passava acordes únicos, primorosos. A inesperada vinheta de outono fala de um que garoto vivia com a mãe num casebre miserável nos cafundós da Louisiana, era quase analfabeto e tocava guitarra diabolicamente; a mãe profetizou: você será o líder de uma banda, as pessoas virão de longe para te ouvir e teu nome brilhará no letreiro –  Johnny B. Goode esta noite.

No domingo, muitos brasileiros marchariam por outras vinhetas numa pauta caleidoscópica: defesa da Lava Jato, não à lista fechada e ao financiamento público de campanha, fim do foro privilegiado, repúdio à mal denominada anistia do caixa 2, alguma coisa que não entendi sobre o estatuto do desarmamento, reformas “justas” que acabem com “privilégios”. Me parecia contraproducente ir às ruas com essa pauta inconsistente e receava que os adeptos da súcia se aproveitariam da eletricidade para artificializar uma crise que os infle e vulnerabilize o governo que, para eles, sempre será malvado ou ilegítimo se não for um governo deles.

O primeiro sucesso de Chuck Berry, o sensacional construtor do rock falecido há alguns dias e cujo lume reluz em todo pop que presta, não é a minha música preferida dele, mas é ela que navega longe nas pequenas Voyager 1 e 2. Em 1977, elas partiram levando, a quem interessar possa registros, com saudações dos humanos em várias línguas; sons da erupção de um vulcão, do mar e das vozes de animais; e músicas. Lançar ao espaço amostras do que somos testifica nossa solidão existencial na fantasia de não apenas sermos encontrados, mas também compreendidos; pois não é a incompreensão a forma absoluta de solidão?

Essa polarização que cindiu o país atinge as instituições perigosamente, vê-se pela arenga de Gilmar Mendes e Rodrigo Janot. Perante a estridência do debate no qual só não se ouve a razão, simpatizo com a coragem de Mendes em iluminar aspectos relevantes disso-tudo-que-está-aí atropelados pela tônica cega de terra arrasada. Desta vez, abordou o vazamento da lista do Janot, cometido por procuradores obrigados por lei ao sigilo funcional. Ora, o procurador-geral anulara a delação de Leo Pinheiro intempestivamente, pretextando o vazamento havido, e Mendes levantou a possibilidade de anular algumas provas numa situação similar.  Deltan Dallagnol – que identificou o comandante máximo da organização criminosa deixa-o solto, e vem dizer comodamente que “o maior risco à Lava Jato é a sociedade se acomodar” – entrou de sola declarando que a anulação “não tem pé nem cabeça”, sem mostrar onde estão o pé e a cabeça do descarte da delação de Leozinho.

A quem prefere se aproximar da realidade por lente mais simplista e passou a tachar Mendes de tucano e/ou porta-voz dos delatados, lembro que o então vice-presidente do TSE demonstrara a Rodrigo Janot que indícios ligando Dilma ao que ela estava umbilicalmente ligada exigiam uma auditoria nas contas da campanha de 2014. O procurador-geral, que àquela época “não fugia dos círculos de comensais que cortejam desavergonhadamente o poder”, preferiu jantar com Dilma Rousseff em agosto de 2015, desprezou a recomendação de Mendes e exortou “os derrotados a aceitarem o resultado das urnas”. Aparentemente, concluíra que Mendes e os investigadores da Lava Jato tinham disputado as eleições. Despreocupado com “a decrepitude moral” de não investigar o agora eviscerado mecanismo inédito pelo qual o PT nos roubou para pagar a Odebrecht para que ela pagasse a reeleição, Janot acusa Mendes do que ele mesmo fizera. O chilique na desproporcional resposta ao presidente do TSE liquida a razão que o procurador-geral nunca teve, mas também avisa que a coisa já deu: ambos saibam que respeito é bom e os brasileiros gostamos, nós que lhes pagamos o salário não precisamos ser expostos a mais essa baixaria institucional que só ajuda a bandidagem. Tenham algum decoro senhores, vão trabalhar!

Meus amigos se desculparam por não terem nada para mim, brindei ao outono e àquela luz, a Chuck Berry e ao país. Dois deles iriam à manifestação, acham que político-é-tudo-igual e estão revoltados com a possibilidade da lista fechada. Mas se são-todos-iguais, tanto faz lista fechada ou aberta, certo? A renovação política será progressiva e consistente se fizermos a reforma política-eleitoral com voto distrital e financiamento privado. Todos os delatados devem ser investigados e responder pelo que fizeram, mas lamentarei se provar algo contra os tucanos citados porque os considero os melhores administradores na história recente.

Por favor, sem essa de que Fernando Henrique Cardoso preparou o terreno para a escória petista. Num trabalho hercúleo (leia os “Diários da Presidência”), FHC preparou o país para a modernidade. Os crimes de Lula e Dilma são gozosa escolha de Lula e Dilma; a percepção contrária é miragem que iguala quem ergueu o Brasil a quem o afundou. Me pergunto quando a lucidez a dissolverá demonstrando que a ocasião não faz o ladrão, mas este é que a faz; que o criador e a criatura abjetos delinqüem independentemente da ocasião. Ora, a dupla abjeta instalava o petrolão enquanto se investigava o mensalão. Teria a investigação preparado terreno para o petrolão? Francamente.

Repudio o financiamento público de campanha, mas o privado está vetado pela cegueira ideologizada do STF. Quanto à lista ser fechada ou aberta, cabe perguntar qual a cor do cavalo branco de Napoleão. A lista, aberta ou fechada, será sempre a dos caciques. Numa, eles decidem os candidatos que poderão ser votados, noutra também. Ah, mas na aberta o eleitor escolhe diretamente em quem votar. É? Pelo coeficiente eleitoral, só 34 dos 511 deputados federais se elegeram com votos próprios, os outros 477 não seduziram o eleitor, mas os campeões de voto de cada partido cuja votação ultrapassou o coeficiente têm o excedente transferido aos correligionários e até para partidos coligados. Assim, elegemos, com a lista aberta, candidatos e partidos nos quais não votamos. Portanto, a lista fechada, que traz, sim, o nome dos candidatos – ao contrário do que dizem os incendiários da desinformação – e na ordem em que os votos do partido serão distribuídos, confirma o que a aberta não evita: a cor do cavalo branco de Napoleão é branca.

Importa, sim, a defesa da Lava Jato porque, depois de Lula e Dilma agirem objetivamente para obstruir a justiça, ambos permanecem chafurdando na liberdade – e nem têm foro privilegiado! –, assim como o bandido-com-blog Eduardo Guimarães que admitiu a Sérgio Moro ter feito o mesmo. Será que a lei está prevalecendo ao deixar soltos os comandantes da nossa ruína tramando voltar para concluir o desmanche do país? Eis a ameaça à Lava Jato, ao que ela nos deu e à trilha árdua que começamos a abrir para longe do abismo a que o PT nos trouxe.

Na despedida, confirmei que não iria à manifestação. O que você vai fazer, quanto a trabalho, querida Valentina? Johnny B. Goode costumava se sentar debaixo de uma árvore perto da linha do trem para tocar guitarra e os passantes se admiravam – esse garoto toca mesmo. Sigo tocando minha guitarra, sem sonhar com o estrelato como Johnny e, enquanto é outono, aprecio esta luz e a minha música preferida do gênio que foi morar nas estrelas. Quer ouvir? 


Comentários


Tribuna da Internet
 
Ou, para aqueles que não gostam de palavrão, diário do centro do mundo

Marcus Jardim
 
Oi, Valentina, nem vou comentar o texto, pois, como dizia minha avó, não tem o que tirar nem pôr!

Minha observação é quanto ao post anterior, sobre a carne fraca, que não consegui acessar e agora “sumiu” da coluna.

Como recuperá-lo?

PS.: Se minha empresa não fosse de engenharia, e não estivesse tão longe de você (Palmas – TO), te contrataria na hora… como minha chefe e mentora!

Vlady Oliver
 
Minha querida Valentina Boots discordará de mim até o fim dos tempos – quando nos encontrarmos com Chuck Berry – de que estes políticos que aí estão são rigorosamente a lesma lerda, uns dando escada para os outros na roubalheira. Refiro-me à imagem de produto que eles refletem. Carne podre. Algo que o distinto público já não consegue engolir pelas vias normais, quanto mais pelas anormais. Temos uma diferença na forma, não no conteúdo, minha querida. Uma forma que transforma Gilmar, o Mendes, naquilo que estamos vendo dele. Ele não está só. Todos os outros também estão pregando miseravelmente no vazio, com suas caras parvas, tentando fazer com que o público se encaixe em seu discurso, e não o contrário. Não vai dar pé. Quando muito, vai dar braço. Chegamos naquele ponto onde nenhum argumento racional cola, minha cara. Pode desistir de salvar seu ex-presidente, hehehe. Quanta farinha no mesmo saco!!!

 
A DITADURA DA FORMA

Venho tentando alertar minha querida amiga que o país entrou numa “ditadura da forma” que, sob alguns aspectos, é pior que a ditadura declarada e morta dos petistas. Vi uma brilhante entrevista no canalzinho vermelho da platinada – sim, elas existem – onde a jornalista entrevistada falava da herança do socialismo. Ele, ao menos, estipulava um mínimo de serviços básicos para engabelar a nação em que se aboletava. O pós-socialismo nem isso. Rouba tudo o que vê pela frente, sem um pingo de escrúpulos ou coerência. Para calar seus adversários, nada de truculência ou militância. Bastam meia dúzia de “aplicativos” que inviabilizem a forma como você se comunica. Simples assim. Tá todo mundo pregando no deserto. Sua excelência, a audiência, sumiu do mapa. Porque será, não é mesmo? Quanta verdade ainda falta boiar nessa latrina? Quantos defensores do indefensável ainda vão desfilar nessa avenida? Fala serio. Eu falaria. O Dória vem tentando…

Wanda
 
Oi Valentina, boa tarde. Ainda bem que você voltou, no post anterior só entendi a primeira parte. Gosto da maneira como escreve sobre política, dando uma pincelada de poesia, cultura, música… PSDbista que sou, concordo com você: os tucanos são os melhores administradores, de Franco Montoro ao atual gov. Alckmin, isso falando só do nosso Estado de São Paulo. Não vejo a hora para que tudo fique logo esclarecido e o nosso país volte a progredir e a ter ordem. Um abraço.

Valentina De Botas
 
Marcus Jardim, obrigada pelas palavras e pelo oferecimento do emprego, a gente está realmente bem longe, mas hoje, com o home office, as distâncias que resistem não são mais as geográficas, não é mesmo? O texto sobre a operação da PF “a carne é fraca” é um comentário ao post do nosso Deonísio da Silva publicado na coluna domingo passado (http://veja.abril.com.br/blog/augusto-nunes/deonisio-da-silva-ovelha-negra-da-familia-e-bode-expiatorio/). Meu comentário está ancorado nesse post e só faz sentido com essa referência. Esse aviso serve também para a minha cara Wanda, com um abraço para os dois. Oliver, talvez discordemos mesmo depois de nos encontrarmos com Chuck Berry (adorei isso). Não adianta: não igualo quem fez o plano Real a quem fez o petrolão. E, por enquanto, vamos de Dória que bate em Lula – coisa que os tucanos sempre evitaram -, FHC e desafia igrejinhas. Parece que já não se fazem mais tucanos como antigamente e isso parece bom. Mas também gosto do Ronaldo Caiado e da Maria Amélia, senadora do PP (acredita?) do RS, Cássio Cunha Lima, Magno Malta e outros poucos. Talvez eles repovoem a terra arrasada. Bjs. Augusto, obrigada pelo espaço, Bjs.

VPB
 
Texto cristalino, lúcido e pertinente, Valentina! Parabéns!

Sergio
 
Vamos resumir assim: Os brasileiros e brasileiras da razão e coração, são comedidos nas suas ações, e não aceitam ser massa de manobra, ou seja, terem que sair às ruas á todo momento, para que as instituições federativas com seus entes com cargos, mandatos e togas cumpram suas obrigações constitucionais e juramentos de função. Estes entes do poder são pagos e muito bem pagos, para trabalharem para os interesses da pátria, seja no poder legislativo, no executivo e no judiciário. A adesão foi baixa, como dito por aí, pois estes movimentos de massas espontâneas agem na linha do tempo adequada e na criticidade dos feitos. Portanto, se isto ocorrer, não será para os três poderes e a justiça de olhos vendados trabalharem, e sim, para fundar a nova república. O evento da Teoria dos Ratos está em ação, para restabelecer o equilíbrio neste caos e anarquia que um projeto insano de poder pelo poder fomentou por Terras Brasilis. Existe a sinergia deste evento com os brasileiros e brasileiras da razão e coração, e a nova república surgirá, com emoção ou sem emoção, vai depender destes entes e agentes de cargos, mandatos e togas que estão no poder. O evento e nós, esperamos que não seja com emoção, pois, aí, o coração pode prevalecer sobre a razão.

Narciso Lopes
 
Valentina você é fantástica. Brilha igual ao J.B.Good que é a minha favorita.
Show de comentário, inteligente, verdadeiro, divertido, poético.