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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A nova (velha) matriz. Por R$1,50



Por Augusto Nunes, 28/01/2016,
www.veja.com.br

Texto de Carlos Alberto Sardenberg publicado no Globo

Se não for uma frase de Mario Henrique Simonsen, deveria ter sido: “Uma experiência que dá errado várias vezes deve ser repetida até dar certo”.
Trata-se de mais uma daquela série de leis que Simonsen foi inventando para caracterizar a burrice brasileira, em particular, e da América Latina, em geral, no manejo das políticas econômicas.
Pois está acontecendo outra vez. O governo Dilma reapresenta a “nova (velha) matriz econômica”. As coincidências são notáveis, mas a repetição é bem mixuruca.
Em 2012, por exemplo, a presidente Dilma deu uma mexida para valer no setor elétrico e aplicou uma redução de 16% na conta de luz residencial e de 28% para a indústria.
Agora, o máximo que conseguiram foi cortar R$ 1,50 a cada 100kw/h consumidos.
E quer saber? Melhor assim. No ano passado, a conta de luz chegou a subir 80% em algumas regiões — 51% na média nacional — para cobrir os buracos causados nos balanços de geradoras e distribuidoras depois daquela baita redução forçada de 2012. Agora, uma derrubadinha de R$ 1,50 não deve causar tanto estrago, não é mesmo?
Na política de juros também não tem muito mais o que estragar. No final de 2011, o presidente do BC, Alexandre Tombini, alegou uma piora surpreendente no mundo para iniciar uma forte derrubada da taxa básica de juros. Digamos que foi uma coincidência especial entre essa avaliação e o objetivo que havia sido anunciado por Dilma — chegar a um juro real, descontada a inflação, de 2% ao ano. Tombini acabava de descobrir que isso era possível.
E lá se foi à taxa abaixo, até inéditos 7,25% nominais ao ano, 2% reais, também em 2012, período da queda da conta de luz.
E se a tarifa teve de subir de volta — para pagar o rombo do setor — também os juros precisaram voltar escada acima, correndo atrás de uma inflação que disparava. Chegaram a 14,25%, com inflação passando dos 10%.
Pois agora em janeiro, Tombini de novo foi surpreendido por um cenário mundial adverso e resolveu suspender a alta de juros que vinha anunciando e aplicando. Não deu para já iniciar a derrubada. Assim, a manutenção da taxa básica em 14,25% — ou seja, o não aumento — foi como o R$ 1,50 de queda na conta de luz.
Mesma coisa no quesito concessão de crédito. Como em 2011/12, o governo Dilma está anunciando a abertura de crédito nos bancos públicos para irrigar alguns setores da economia. Mas se lá atrás a conta era de centenas de bilhões de reais — só o BNDES recebeu R$ 500 bilhões do Tesouro — agora os volumes são quase uma mixaria. O governo fala em R$ 50 bilhões “novos” — de novo, na proporção do R$ 1,50 na conta de luz.
Reparem: mesmo quando quer fazer coisa errada, o governo tem pouco espaço. Ele quer voltar aos tempos da “nova (velha) matriz”. Mas topa com enormes limitações — recessão, juros na Lua, inflação idem, rombo nas contas públicas — causadas justamente pela … tal matriz.
Simonsen tem razão mais uma vez.
Mosquito
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, num acesso de lucidez, disse que o Brasil está perdendo a guerra contra o mosquito. O pessoal do Planalto ficou nervoso, não por estar perdendo a guerra, mas pelo fato de o ministro dizer isso.
Típico cacoete. O fato, a guerra contra o mosquito, não importa. Importa o que se fala disso. Daí o gosto pelo marketing, pelos anúncios oficiais.
Assim, o governo resolveu convocar produtores de repelentes a Brasília para saber se eles tinham mercadoria em quantidade suficiente para distribuir para 400 mil grávidas do Bolsa Família. Também precisava saber quanto custava. Deu prazo para os produtores responderem.
Para que a reunião? Não bastava destacar uns funcionários para ligar e perguntar?
Mas não. A seqüência vai no anúncio da reunião, anúncio do pedido, anúncio da cobrança e … depois? Bom, depois vai ter orçamento, licitação, encomenda — e lá vai o mosquito ganhando a guerra.
E pode?
Em São Paulo, o pessoal do Movimento Passe Livre, que luta contra o aumento da condução, tem feito pelo menos duas manifestações por semana, paralisando regiões importantes da cidade. Turma organizada. Tem até uma cartilha sobre como “travar” uma grande avenida.
Pelo jeito, não tem nada demais. As autoridades estaduais (tucanas) e as municipais (petistas) apenas tentam convencer os manifestantes a, pelo menos, dar o roteiro da manifestação; pode ser na hora do protesto.
Congestionamentos de quilômetros e horas paradas, gente perdendo hora no emprego, na escola, na ida ao hospital.
Qual o problema?
Nenhum. Aliás, é até coisa pequena. Reparem: depois de dois anos de investigação, com depoimentos de 300 testemunhas, a polícia paulista não conseguiu indiciar nenhum daqueles Black blocs que destruíram ônibus, agências bancárias e concessionárias de automóveis nas manifestações de 2013/14.
O que queriam? Os caras estavam mascarados.

Comentários:

Luiz de Almeida
29/1/2016 às 12h45min
Augusto, os Deuses estão bravos. O país se comprometeu com a Copa 2014 e Olimpíadas 2016, sem que fosse uma demanda do povo. Foi tramóia do Lula, Cabral, Dilma, Eduardo Paes e Cia corrupta, para explorarem os eventos que “tinham certeza” de que o Brasil sairia vencedor e poderiam explorar nas eleições. Levamos de 7×1 da Alemanha e roubaram como nunca nas obras dos estádios agora ociosos. A Olimpíada periga ser um fiasco com o nosso exército de Aedes que atacam com Zica no cérebro. Os Deuses não gostam de empulhação com corrupção e roubalheira!

JOSÉ MARIA
29/1/2016 às 12h03min
Não consigo entender a lógica do governo petista. O trabalhador paga 27,5% de imposto de renda sobre o seu salário. O aplicador paga 25$ de imposto sobre o seu dinheiro aplicado. Mas os bancos – sempre eles – pagam apenas 20% de imposto sobre o seu lucro, que é cada vez maior (vide Bradesco). Se o banco ganha em cima do dinheiro dos outros (pois o banco não tem dinheiro seu para aplicar), não seria mais justo que pagassem 50% de imposto sobre o seu lucro? Assim, não precisaria do governo vir em cima de 200 milhões de brasileiros para cobrar a tal CPMF. O lucro de meia dúzia de bancos seria suficiente para cobrir uma CPMF inteira. Deve-se cobrar imposto de quem tem como pagar.

Jorge
29/1/2016 às 10h00min
Lembrar que a redução da conta de luz em 2012 tinha como objetivo
as eleições municipais… Não foi redução por bondade ou possibilidade
comercial. Este é o PTismo!!!

Giovana
29/1/2016 às 01h29min
Tá TUDO errado neste país governado pelo PT… só quer mesmo estar no poder pelo poder até os arbustos de capital Brasília já sabem disto para eles não importa o que deveria importar educação saúde segurança… querem que o povo apenas consuma manipulando-os e ELES pretendem eternizar-se no poder…
Pctinoco
29/1/2016 às 00h37min
Só cantando aquela musiquinha “tá todo mundo louco, oba!”

Edson de Barros Santos
28/1/2016 às 23h44min
Jovem sem dinheiro tinha um fusca que andava sempre na reserva de combustível. Quando ele começava a falhar pelo tanque vazio, a única coisa a fazer era puxar o afogador para sugar as últimas gotas de gasolina para chegar ao próximo posto.
É exatamente a mesma coisa que Dilma está fazendo, tentando animar a economia via algum crédito, só que não há posto próximo nem ela tem dinheiro para pagar o combustível. Mas, convenhamos, é a única coisa que podem fazer, numa tentativa desesperada, de que ocorra algum fato novo que os mantenha no poder, pois sabem que quando saírem daí, nunca mais terá condições de implantar seu regime sócio-comunista no Brasil.

Flavio Penna
28/1/2016 às 21h52min
É Brasil! “Quem mandô votá nos ôme?!”
E assim Vamos… dentre conselhões e conselheiros…
“Fazemos sempre as mesmas coisas e esperamos resultados diferentes!” Segundo Einstein, somos loucos!!
São ministros repetindo soluções salvadoras que nos levaram pro buraco!
Uma família acompanhando a obra e determinando reformas em um apartamento no Guarujá (sonho de qualquer paulista), que não lhe pertence!
Uma presidente que descobriu, depois de eleita, que o que dissera não era verdade e o que prometera,…
Uma redução de ministérios e enxugamento de quadros que aumenta a despesa.
Vamos estimular a indústria, o comércio e as empresas em geral e aumentamos a carga tributária.
Meu filho acerta uma “bolada de marketing” de 2,5 milhões e eu nem sabia!
Minha empresa de petróleo me faz pagar a gasolina mais cara do planeta, mesmo com baixa de preços no mercado mundial.
Minha mesma empresa de petróleo, quebrada, planeja redução de 30% de cargos gerenciais, mas patrocina um “Foro Social”, que passa longe da economia de mercado!
E por aí vai!
“Mas eu acreeeditoooo!!”
Depois dizem que os loucos vivem no hospício!!

Los Cabaleros do apocalipse
28/1/2016 às 20h44min
Fiquem sossegados. Enquanto o país estiver carente de infraestruturas, mobilidade urbana, saúde, etc., jamais o país será competitivo e os investidores internacionais irão preferir investir na Ásia e suas adjacências que tendem a impulsionar a economia mundial.

Mauro Boueri
28/1/2016 às 19h12min
É o princípio da contra-indução…

AdilsonNagamine@
28/1/2016 às 18h28min
Goebbels já sabia que a mentira (honestidade?) repetida mil vezes vira verdade. Num ato midiático circense 90 do conselhão (quanto é o jeton?) se reuniu para colocar o sininho no gatão e tome blá blá blá.
Cortaram a verba de combate a dengue pela metade, a cunhada do vice governador do DF morreu de dengue e hoje ele está espumando. Blá blá blá.
Se eu roubar uma garrafa de vinho do Palácio do Planalto sou ladrão. Se eu limpar a adega e levar para o sitio de Atibaia ou o homem mais honesto do mundddooo!

Cristaldo-SP
28/1/2016 às 18h01min
Eu sempre fico pensando se com os Black Blocks não poderiam ser utilizados aqueles dardos que se usam para capturar leões na África. É um tiro, e pimba! O cara iria dormir por algumas horas e acordar atrás das grades.

Geraldo Pereira
28/1/2016 às 17h35min
É espantosa a paralisia desse desgoverno PTralha. Nada funciona. Ou melhor, só uma coisa funciona: a luta para se manter no poder a qualquer custo, para isto não importando os meios utilizados.

G Carvalho
28/1/2016 às 17h30min
Mario Henrique Simonsen disse coisas brilhantes, inclusive sobre a aritmética dos coelhos. Deixou o governo porque não pretendia ser conhecido como o Ministro Cem Por Cento, o que deu início à inflação de três dígitos. Sobre o analfabetismo, costumava lembrar que um indivíduo educado poderia fazer muito mais com uma ferramenta qualquer que um iletrado munido de um computador.
Apesar de oportuna, não é dele a frase mencionado neste excelente artigo. Albert Einstein é o seu autor.
Convém encerrar o comentário, repetindo aquele provérbio sérvio segundo o qual um pai ganancioso faz dos filhos ladrões. Vale à pena consultar o dicionário dos Pecados Capitais, em sete volumes (Adams Media).

Sidney
28/1/2016 às 17h04min
Augusto
Sr Sardenberg
Quanto aos tais e pelo jeito – intocáveis – Black blocks… baderneiros amestrados etc. etc. são apenas e tão somente: o atestado de incompetência das e ditas otoridadis... ; esses caras… são $ustentado$ com que verbas? Da onde mesmo?
Porque não são devida e; efetivamente presos e não sôo darem aquela passadinha... De leve na Delegacia esperando o suplicio.. Aparecer com os causídicos vendidos do PT para serem diuturnamente soltos???
Parecem ate piada pronta!!!
Quando será que efetivamente essa cambada de maus brasileiros ira ser calada e claro dentro dos preceitos democráticos e da Lei? Quando?
Se bobearmos, não demora muito e estarão tal qual as tentativas La na Colômbia das Farcs apoiadas descaradamente e nefastamente pelo desgoverno brasileiro e um tal de fórum…. De SP; fundarem outro Partido, pois o que obedecem etc. etc. esta partido, rachado, esculhambado, apodrecendo nas poucas mídias que ainda se vendem.
Acorda Brasil!!!
Leiam nas entrelinhas principalmente dos noticiários globais….. De mais alguns outros lulo-dilmais da conta etc. etc. e; que só fazem tentar e aliviar para as inúmeras figuras que já tem felizmente!!! As suas digitais tomadas.
Declarações oficiais defendendendo o indefensável apesar dos Fatos e Provas escorrendo pelas investigações que sôo e simplesmente visam sim colocar um monte de corruptos e corruptores para dentro das grades e principalmente fazê-los devolverem sim os dinheiros roubados, desviados da Nação e reitero sempre: colocando o Povo sofrido nas diversas Filas!!! Que significam mais desgaste… e obviamente a não resolução dos problemas…. Que na sua maioria e porque não dizer totalidade são da direta responsabilidade (ou seria irresponsabilidade?) do ESTADO/GOVERNO.
Muita gente morreu….. E esta/continua infelizmente morrendo…. Nessas NEFASTAS Filas provocadas deliberadamente e sabemos mais o que pelo desgoverno e descaso; ATE QUANDO?
Baita abraço

Antônio
28/1/2016 às 16h57min
O PT e seus asseclas são criminosos, mas muito ajuda o fato do Alckmin/PSDB serem uns bunda- moles, confundem covardia com civilidade. Falta-nos um Ted Roosevelt (fale macio, mas mostre o porrete), um Churchill (enfrentando Hitler com um charuto na boca) ou ate’ uma Margareth Thatcher (minha favorita porque liquidou com o sindicalismo inglês)

RedFox
28/1/2016 às 16h40min
Não é muito difícil provar que os “juros reais” pagam bem menos do que 2% aa sobre a inflação, se é que já não são negativos.
A taxa de administração que os bancos cobram em fundos de investimentos (de 1% a 3% aa, que incide sobre a aplicação bruta, não sobre a parte dos juros), mais a inflação (11% aa, e maquiada desde dezembro de 2011), mais o Imposto de Renda sobre a parte dos juros (na média, 25% aa), além do fato de que os fundos não aplicam apenas na Selic, mas também em papéis menos rentáveis; tudo isso junto detona a tese dos juros reais positivos. É só fazer as contas.
Hoje perde-se pouco, ou, no máximo, empata-se com a inflação. De fins de 2011 até a metade de 2014, com aqueles juros dilmológicos e tombínicos, tudo que a classe média tinha no banco (poupança para imprevistos, para complementar renda, etc.) tomou um pau danado da inflação. Isso estimulou consumo e gerou uns poucos empregos, transformando poupança da classe média em renda da “classe C”, mas serviu especialmente para encher de dinheiro quem empregava esses novos “trabalhadores de carteira”, hoje, aliás, todos demitidos…
.
Essa fórmula, tal como queria o PT, serviu para garantir uma eleição em 2014 (ainda que na margem de erro). Será que dará certo para os prefeitos petistas em 2016? Ou talvez a pergunta mais correta seja outra: será que depois disso sobrará um país inteiro para mais uma aventura destruidora em 2018?
Não sei. Mas Dilma ET caterva está testando a hipótese.

Gil
28/1/2016 às 16h31min
Há uma frase lapidar do presidente do Bradesco hoje no Conselhão: ”Com a recessão, todos perdem. ”Todos não, o seu banco nunca perde!

Levi
28/1/2016 às 16h28min
É mais fácil o Sargento Garcia prender o Zorro.
Maria-maria
28/1/2016 às 16h28min
Os absurdos deste desgoverno foram explicitados com tanta clareza que não deixam espaço para comentário.

Eduardo L.
28/1/2016 às 15h53min
Ta na hora dos Black blocks serem recebidos a balas, ai quando for pro hospital e tirar a mascara já prende e processa por danos a propriedade publica e privada.
A farra acaba em 2 manifestações!


A nova (velha) matriz. Por R$1,50



Por Augusto Nunes, 28/01/2016,
www.veja.com.br

Texto de Carlos Alberto Sardenberg publicado no Globo

Se não for uma frase de Mario Henrique Simonsen, deveria ter sido: “Uma experiência que dá errado várias vezes deve ser repetida até dar certo”.
Trata-se de mais uma daquela série de leis que Simonsen foi inventando para caracterizar a burrice brasileira, em particular, e da América Latina, em geral, no manejo das políticas econômicas.
Pois está acontecendo outra vez. O governo Dilma reapresenta a “nova (velha) matriz econômica”. As coincidências são notáveis, mas a repetição é bem mixuruca.
Em 2012, por exemplo, a presidente Dilma deu uma mexida para valer no setor elétrico e aplicou uma redução de 16% na conta de luz residencial e de 28% para a indústria.
Agora, o máximo que conseguiram foi cortar R$ 1,50 a cada 100kw/h consumidos.
E quer saber? Melhor assim. No ano passado, a conta de luz chegou a subir 80% em algumas regiões — 51% na média nacional — para cobrir os buracos causados nos balanços de geradoras e distribuidoras depois daquela baita redução forçada de 2012. Agora, uma derrubadinha de R$ 1,50 não deve causar tanto estrago, não é mesmo?
Na política de juros também não tem muito mais o que estragar. No final de 2011, o presidente do BC, Alexandre Tombini, alegou uma piora surpreendente no mundo para iniciar uma forte derrubada da taxa básica de juros. Digamos que foi uma coincidência especial entre essa avaliação e o objetivo que havia sido anunciado por Dilma — chegar a um juro real, descontada a inflação, de 2% ao ano. Tombini acabava de descobrir que isso era possível.
E lá se foi à taxa abaixo, até inéditos 7,25% nominais ao ano, 2% reais, também em 2012, período da queda da conta de luz.
E se a tarifa teve de subir de volta — para pagar o rombo do setor — também os juros precisaram voltar escada acima, correndo atrás de uma inflação que disparava. Chegaram a 14,25%, com inflação passando dos 10%.
Pois agora em janeiro, Tombini de novo foi surpreendido por um cenário mundial adverso e resolveu suspender a alta de juros que vinha anunciando e aplicando. Não deu para já iniciar a derrubada. Assim, a manutenção da taxa básica em 14,25% — ou seja, o não aumento — foi como o R$ 1,50 de queda na conta de luz.
Mesma coisa no quesito concessão de crédito. Como em 2011/12, o governo Dilma está anunciando a abertura de crédito nos bancos públicos para irrigar alguns setores da economia. Mas se lá atrás a conta era de centenas de bilhões de reais — só o BNDES recebeu R$ 500 bilhões do Tesouro — agora os volumes são quase uma mixaria. O governo fala em R$ 50 bilhões “novos” — de novo, na proporção do R$ 1,50 na conta de luz.
Reparem: mesmo quando quer fazer coisa errada, o governo tem pouco espaço. Ele quer voltar aos tempos da “nova (velha) matriz”. Mas topa com enormes limitações — recessão, juros na Lua, inflação idem, rombo nas contas públicas — causadas justamente pela … tal matriz.
Simonsen tem razão mais uma vez.
Mosquito
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, num acesso de lucidez, disse que o Brasil está perdendo a guerra contra o mosquito. O pessoal do Planalto ficou nervoso, não por estar perdendo a guerra, mas pelo fato de o ministro dizer isso.
Típico cacoete. O fato, a guerra contra o mosquito, não importa. Importa o que se fala disso. Daí o gosto pelo marketing, pelos anúncios oficiais.
Assim, o governo resolveu convocar produtores de repelentes a Brasília para saber se eles tinham mercadoria em quantidade suficiente para distribuir para 400 mil grávidas do Bolsa Família. Também precisava saber quanto custava. Deu prazo para os produtores responderem.
Para que a reunião? Não bastava destacar uns funcionários para ligar e perguntar?
Mas não. A seqüência vai no anúncio da reunião, anúncio do pedido, anúncio da cobrança e … depois? Bom, depois vai ter orçamento, licitação, encomenda — e lá vai o mosquito ganhando a guerra.
E pode?
Em São Paulo, o pessoal do Movimento Passe Livre, que luta contra o aumento da condução, tem feito pelo menos duas manifestações por semana, paralisando regiões importantes da cidade. Turma organizada. Tem até uma cartilha sobre como “travar” uma grande avenida.
Pelo jeito, não tem nada demais. As autoridades estaduais (tucanas) e as municipais (petistas) apenas tentam convencer os manifestantes a, pelo menos, dar o roteiro da manifestação; pode ser na hora do protesto.
Congestionamentos de quilômetros e horas paradas, gente perdendo hora no emprego, na escola, na ida ao hospital.
Qual o problema?
Nenhum. Aliás, é até coisa pequena. Reparem: depois de dois anos de investigação, com depoimentos de 300 testemunhas, a polícia paulista não conseguiu indiciar nenhum daqueles Black blocs que destruíram ônibus, agências bancárias e concessionárias de automóveis nas manifestações de 2013/14.
O que queriam? Os caras estavam mascarados.

Comentários:

Luiz de Almeida
29/1/2016 às 12h45min
Augusto, os Deuses estão bravos. O país se comprometeu com a Copa 2014 e Olimpíadas 2016, sem que fosse uma demanda do povo. Foi tramóia do Lula, Cabral, Dilma, Eduardo Paes e Cia corrupta, para explorarem os eventos que “tinham certeza” de que o Brasil sairia vencedor e poderiam explorar nas eleições. Levamos de 7×1 da Alemanha e roubaram como nunca nas obras dos estádios agora ociosos. A Olimpíada periga ser um fiasco com o nosso exército de Aedes que atacam com Zica no cérebro. Os Deuses não gostam de empulhação com corrupção e roubalheira!

JOSÉ MARIA
29/1/2016 às 12h03min
Não consigo entender a lógica do governo petista. O trabalhador paga 27,5% de imposto de renda sobre o seu salário. O aplicador paga 25$ de imposto sobre o seu dinheiro aplicado. Mas os bancos – sempre eles – pagam apenas 20% de imposto sobre o seu lucro, que é cada vez maior (vide Bradesco). Se o banco ganha em cima do dinheiro dos outros (pois o banco não tem dinheiro seu para aplicar), não seria mais justo que pagassem 50% de imposto sobre o seu lucro? Assim, não precisaria do governo vir em cima de 200 milhões de brasileiros para cobrar a tal CPMF. O lucro de meia dúzia de bancos seria suficiente para cobrir uma CPMF inteira. Deve-se cobrar imposto de quem tem como pagar.

Jorge
29/1/2016 às 10h00min
Lembrar que a redução da conta de luz em 2012 tinha como objetivo
as eleições municipais… Não foi redução por bondade ou possibilidade
comercial. Este é o PTismo!!!

Giovana
29/1/2016 às 01h29min
Tá TUDO errado neste país governado pelo PT… só quer mesmo estar no poder pelo poder até os arbustos de capital Brasília já sabem disto para eles não importa o que deveria importar educação saúde segurança… querem que o povo apenas consuma manipulando-os e ELES pretendem eternizar-se no poder…

Pctinoco
29/1/2016 às 00h37min
Só cantando aquela musiquinha “tá todo mundo louco, oba!”

Edson de Barros Santos
28/1/2016 às 23h44min
Jovem sem dinheiro tinha um fusca que andava sempre na reserva de combustível. Quando ele começava a falhar pelo tanque vazio, a única coisa a fazer era puxar o afogador para sugar as últimas gotas de gasolina para chegar ao próximo posto.
É exatamente a mesma coisa que Dilma está fazendo, tentando animar a economia via algum crédito, só que não há posto próximo nem ela tem dinheiro para pagar o combustível. Mas, convenhamos, é a única coisa que podem fazer, numa tentativa desesperada, de que ocorra algum fato novo que os mantenha no poder, pois sabem que quando saírem daí, nunca mais terá condições de implantar seu regime sócio-comunista no Brasil.

Flavio Penna
28/1/2016 às 21h52min
É Brasil! “Quem mandô votá nos ôme?!”
E assim Vamos… dentre conselhões e conselheiros…
“Fazemos sempre as mesmas coisas e esperamos resultados diferentes!” Segundo Einstein, somos loucos!!
São ministros repetindo soluções salvadoras que nos levaram pro buraco!
Uma família acompanhando a obra e determinando reformas em um apartamento no Guarujá (sonho de qualquer paulista), que não lhe pertence!
Uma presidente que descobriu, depois de eleita, que o que dissera não era verdade e o que prometera,…
Uma redução de ministérios e enxugamento de quadros que aumenta a despesa.
Vamos estimular a indústria, o comércio e as empresas em geral e aumentamos a carga tributária.
Meu filho acerta uma “bolada de marketing” de 2,5 milhões e eu nem sabia!
Minha empresa de petróleo me faz pagar a gasolina mais cara do planeta, mesmo com baixa de preços no mercado mundial.
Minha mesma empresa de petróleo, quebrada, planeja redução de 30% de cargos gerenciais, mas patrocina um “Foro Social”, que passa longe da economia de mercado!
E por aí vai!
“Mas eu acreeeditoooo!!”
Depois dizem que os loucos vivem no hospício!!

Los Cabaleros do apocalipse
28/1/2016 às 20h44min
Fiquem sossegados. Enquanto o país estiver carente de infraestruturas, mobilidade urbana, saúde, etc., jamais o país será competitivo e os investidores internacionais irão preferir investir na Ásia e suas adjacências que tendem a impulsionar a economia mundial.

Mauro Boueri
28/1/2016 às 19h12min
É o princípio da contra-indução…

AdilsonNagamine@
28/1/2016 às 18h28min
Goebbels já sabia que a mentira (honestidade?) repetida mil vezes vira verdade. Num ato midiático circense 90 do conselhão (quanto é o jeton?) se reuniu para colocar o sininho no gatão e tome blá blá blá.
Cortaram a verba de combate a dengue pela metade, a cunhada do vice governador do DF morreu de dengue e hoje ele está espumando. Blá blá blá.
Se eu roubar uma garrafa de vinho do Palácio do Planalto sou ladrão. Se eu limpar a adega e levar para o sitio de Atibaia ou o homem mais honesto do mundddooo!

Cristaldo-SP
28/1/2016 às 18h01min
Eu sempre fico pensando se com os Black Blocks não poderiam ser utilizados aqueles dardos que se usam para capturar leões na África. É um tiro, e pimba! O cara iria dormir por algumas horas e acordar atrás das grades.

Geraldo Pereira
28/1/2016 às 17h35min
É espantosa a paralisia desse desgoverno PTralha. Nada funciona. Ou melhor, só uma coisa funciona: a luta para se manter no poder a qualquer custo, para isto não importando os meios utilizados.

G Carvalho
28/1/2016 às 17h30min
Mario Henrique Simonsen disse coisas brilhantes, inclusive sobre a aritmética dos coelhos. Deixou o governo porque não pretendia ser conhecido como o Ministro Cem Por Cento, o que deu início à inflação de três dígitos. Sobre o analfabetismo, costumava lembrar que um indivíduo educado poderia fazer muito mais com uma ferramenta qualquer que um iletrado munido de um computador.
Apesar de oportuna, não é dele a frase mencionado neste excelente artigo. Albert Einstein é o seu autor.
Convém encerrar o comentário, repetindo aquele provérbio sérvio segundo o qual um pai ganancioso faz dos filhos ladrões. Vale à pena consultar o dicionário dos Pecados Capitais, em sete volumes (Adams Media).

Sidney
28/1/2016 às 17h04min
Augusto
Sr Sardenberg
Quanto aos tais e pelo jeito – intocáveis – Black blocks… baderneiros amestrados etc. etc. são apenas e tão somente: o atestado de incompetência das e ditas otoridadis... ; esses caras… são $ustentado$ com que verbas? Da onde mesmo?
Porque não são devida e; efetivamente presos e não sôo darem aquela passadinha... De leve na Delegacia esperando o suplicio.. Aparecer com os causídicos vendidos do PT para serem diuturnamente soltos???
Parecem ate piada pronta!!!
Quando será que efetivamente essa cambada de maus brasileiros ira ser calada e claro dentro dos preceitos democráticos e da Lei? Quando?
Se bobearmos, não demora muito e estarão tal qual as tentativas La na Colômbia das Farcs apoiadas descaradamente e nefastamente pelo desgoverno brasileiro e um tal de fórum…. De SP; fundarem outro Partido, pois o que obedecem etc. etc. esta partido, rachado, esculhambado, apodrecendo nas poucas mídias que ainda se vendem.
Acorda Brasil!!!
Leiam nas entrelinhas principalmente dos noticiários globais….. De mais alguns outros lulo-dilmais da conta etc. etc. e; que só fazem tentar e aliviar para as inúmeras figuras que já tem felizmente!!! As suas digitais tomadas.
Declarações oficiais defendendendo o indefensável apesar dos Fatos e Provas escorrendo pelas investigações que sôo e simplesmente visam sim colocar um monte de corruptos e corruptores para dentro das grades e principalmente fazê-los devolverem sim os dinheiros roubados, desviados da Nação e reitero sempre: colocando o Povo sofrido nas diversas Filas!!! Que significam mais desgaste… e obviamente a não resolução dos problemas…. Que na sua maioria e porque não dizer totalidade são da direta responsabilidade (ou seria irresponsabilidade?) do
ESTADO/GOVERNO.
Muita gente morreu….. E esta/continua infelizmente morrendo…. Nessas NEFASTAS Filas provocadas deliberadamente e sabemos mais o que pelo desgoverno e descaso; ATE QUANDO?
Baita abraço

Antônio
28/1/2016 às 16h57min
O PT e seus asseclas são criminosos, mas muito ajuda o fato do Alckmin/PSDB serem uns bunda- moles, confundem covardia com civilidade. Falta-nos um Ted Roosevelt (fale macio, mas mostre o porrete), um Churchill (enfrentando Hitler com um charuto na boca) ou ate’ uma Margareth Thatcher (minha favorita porque liquidou com o sindicalismo inglês)
RedFox
28/1/2016 às 16h40min
Não é muito difícil provar que os “juros reais” pagam bem menos do que 2% aa sobre a inflação, se é que já não são negativos.
A taxa de administração que os bancos cobram em fundos de investimentos (de 1% a 3% aa, que incide sobre a aplicação bruta, não sobre a parte dos juros), mais a inflação (11% aa, e maquiada desde dezembro de 2011), mais o Imposto de Renda sobre a parte dos juros (na média, 25% aa), além do fato de que os fundos não aplicam apenas na Selic, mas também em papéis menos rentáveis; tudo isso junto detona a tese dos juros reais positivos. É só fazer as contas.
Hoje perde-se pouco, ou, no máximo, empata-se com a inflação. De fins de 2011 até a metade de 2014, com aqueles juros dilmológicos e tombínicos, tudo que a classe média tinha no banco (poupança para imprevistos, para complementar renda, etc.) tomou um pau danado da inflação. Isso estimulou consumo e gerou uns poucos empregos, transformando poupança da classe média em renda da “classe C”, mas serviu especialmente para encher de dinheiro quem empregava esses novos “trabalhadores de carteira”, hoje, aliás, todos demitidos…
Essa fórmula, tal como queria o PT, serviu para garantir uma eleição em 2014 (ainda que na margem de erro). Será que dará certo para os prefeitos petistas em 2016? Ou talvez a pergunta mais correta seja outra: será que depois disso sobrará um país inteiro para mais uma aventura destruidora em 2018?
Não sei. Mas Dilma ET caterva está testando a hipótese.

Gil
28/1/2016 às 16h31min
Há uma frase lapidar do presidente do Bradesco hoje no Conselhão: ”Com a recessão, todos perdem. ”Todos não, o seu banco nunca perde!

Levi
28/1/2016 às 16h28min
É mais fácil o Sargento Garcia prender o Zorro.

Maria-maria
28/1/2016 às 16h28min
Os absurdos deste desgoverno foram explicitados com tanta clareza que não deixam espaço para comentário.

Eduardo L.
28/1/2016 às 15h53min
Ta na hora dos Black blocks serem recebidos a balas, ai quando for pro hospital e tirar a mascara já prende e processa por danos a propriedade publica e privada.
A farra acaba em 2 manifestações!