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terça-feira, 26 de agosto de 2014

A hora de dizer não



Por RUTH DE AQUINO, 15/02/2013,
 colunista de Época.

"Chega um momento na nossa vida em que devemos renunciar”, disse na semana passada o sociólogo e filósofo francês Edgar Morin, com vigor e lucidez aos 91 anos. Renunciar a uma ou mais coisas que pareciam essenciais antes. Renunciar a um cargo, a uma paixão, um desamor, uma obsessão, uma disputa, uma vaidade, ao sol a pino, à carne vermelha no jantar, seja lá o que for. Saber dizer não com serenidade pode ser um ato revolucionário e de liberdade individual.

Pelo ineditismo e pela surpresa, a renúncia do papa Bento XVI foi dissecada no mundo inteiro em plena festa profana, o Carnaval. Cada um viu o que quis. Vemos aquilo em que cremos. Católicos fervorosos se sentiram perdidos ao perceber, enfim, que o papa não é santo. Não é mesmo, nunca foi. Agnósticos e cristãos com um mínimo de perspectiva histórica sabem que a batina não sacraliza ninguém. Amém.

O papa não tem influência na minha vida particular, embora eu tenha sido batizada e feita primeira comunhão nas igrejas de Copacabana. Na infância, era obrigada a ir à missa todo domingo. Havia um anjo de gesso sobre minha cama. Ele me dava um certo medo. Tinha aulas de catecismo numa escola laica. Via, na confissão, uma enorme teatralidade. Às vezes inventava pecados para testar a reação daquele desconhecido que parecia dormir de perfil. Não entendia a lógica do número de ave-marias e padre-nossos, como castigo ou promessa de salvação eterna.

Bem mais tarde, o papa passou a me interessar apenas como chefe de um Estado implacável e multimilionário que se aliou a demônios palpáveis e históricos. Um Estado com poder transnacional sobre governos, política, ciência e sobre a vida das pessoas comuns. Na semana passada, o papa passou a me interessar como alguém de carne e osso. Por mais sinais de cansaço e desilusão que tivesse dado, era difícil crer que logo um Ratzinger apelidado de “papa panzer” e “rottweiler de Deus” decidisse apear da cruz e humanizar-se.

Ratzinger é um homem com um marca-passo. Não queria deteriorar ao vivo como seu antecessor. Considerava a saúde da carne um imperativo para exercer direito o poder do espírito. Sentia-se impotente diante do enfraquecimento da Igreja Católica. Ficava irritado com as fofocas nos corredores do Vaticano. Inseguro diante dos escândalos de pedofilia de padres e cardeais. Culpado pelos escândalos de 
corrupção interna, vazados por seu mordomo. Traído por sua equipe de confiança. Magoado com sua imagem de autoritário e conservador no Twitter.

A renúncia do papa
Bento XVI é um ato revolucionário – e inspirador – de liberdade individual 
Ele nem pediu para sair. Não negociou com seus pares ou súditos. Disse: “Fui”. Decidiu “em plena liberdade” – como se alguém pudesse ser plenamente livre. Dizer que renunciou “pelo bem da Igreja” é conversa para cardeal dormir. Uma tentativa póstuma de se fazer de soldado humilde de Jesus. Um homem diz “não” pelo seu próprio bem. Bento XVI era um papa relutante e acidental, sem carisma. Virou astro pela negação.

O que se seguiu foram os obituários em vida. Como os papas costumam morrer em exercício, são poupados de assistir a seu funeral. Pelo menos de corpo presente. Bento XVI assiste de camarote à enorme confusão provocada por seu gesto libertário ou covarde. Se existem outros vazamentos de escândalos na fila, melhor estar na casa de verão em Castelgandolfo, meia hora ao sul de Roma, meditando, orando e escrevendo.

É um palácio sobre uma colina, com vista para um lago, na verdade a boca de um vulcão adormecido. Simbólico, diante de toda a lava derramada nos últimos anos envolvendo a Igreja Católica. Quem ficará na boca de um vulcão ativo será outro papa, mais jovem, mais saudável, menos rígido e mais antenado com as redes sociais. Não é assim a vida fora do Vaticano?

O “basta” de Bento XVI me lembrou o filme premonitório de Nanni Moretti, Habemus papam, do ano passado. É uma comédia de costumes inofensiva. Eleito pelo conclave dos cardeais, o novo sumo pontífice – protagonizado por Michel Piccoli – entra em pânico. Apavorado com o que o espera no comando da Igreja, recusa-se a ser identificado na sacada para os fiéis.

Um psiquiatra ateu (Nanni Moretti) é chamado ao Vaticano. Na cena mais hilária do filme, os cardeais dizem ao psiquiatra que ele só não poderá discutir assuntos como “fé, desejos, sonhos, sexo, infância e mãe”. É uma paródia de como a Igreja Católica se despregou da realidade. A partir daí, o novo papa, descrente de si mesmo, de sua fé e da Igreja, foge do cerco e perde-se pelas ruas de Roma. Frágil, vulnerável, ele fica maravilhado com o anonimato, as pessoas e sua vida normal, seus tropeços e alegrias. Vê, de fora, como seu rebanho o enxerga. Renuncia a ser pastor. E assume a si mesmo. 

Baldes de futilidade, sem caridade



Por Felipe Bortolanza – Interino, 25/08/2014, www.diariogaucho.com.br.

Campanha de arrecadação de dinheiro para financiar o combate a uma doença é uma das coisas MAIS nobres da humanidade. Subcelebridades jogando água com gelo na cabeça sem ter noção do objetivo inicial do ato é a MAIOR imbecilidade da internet nacional na atualidade.
A ideia de banhar-se, gravar um vídeo e postá-lo na rede atraiu famosos internacionais para gerar um fundo que ajuda a combater a enfermidade rara chamada Esclerose Lateral Amiotrófica. Na semana passada, em poucos dias, figuras do quilate de Mark Zuckerberg, Bill Gates e Lady Gaga geraram doações de U$ 15 milhões (quase R$ 40 milhões).
No Brasil, personagens de expressões duvidosas e cada vez com menos roupas também entraram na onda. Resultado: até agora, míseros R$ 300 (133 mil vezes menos !!!) caíram na conta de uma entidade que se dedica à doença que, a exemplo de Alzheimer e Parkinson, é degenerativa do sistema nervoso. A degeneração de neurônios e na medula espinhal limitam os movimentos de pés, mãos e músculos usados para deglutir, falar e respirar. Em estágios mais avançados, pode até paralisar os olhos.
Além disso, não há tratamento capaz de retardar ou barrar o avanço da doença. O que existem são medicamentos que controlam os sintomas, oferecendo maior independência aos pacientes. Espero que os aproveitadores de plantão leiam a gravidade da doença e parem com o exibicionismo ridículo na internet. Seria muito melhor abrir a carteira para doar dinheiro em busca de uma descoberta de cura. Ou doem sangue e postem foto disso na internet. Ou visitem idosos em asilos. Enfim, sejam úteis e não nos brindem com baldes cheios de futilidade e vazios de caridade.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Mau negócio (Fonte: CP 27/03/2014).



Assis Vieira, Montenegro.

Eu já havia me convencido de que alguns políticos se desconectam da realidade brasileira devido às mordomias e à atmosfera fantasiosa de Brasília. Só que agora tem mais um agravante. Eles subestimam à nossa capacidade de discernimento. Essa negociação absurda da Petrobras, que causou um prejuízo à Nação, é defendida pelo “alto clero” como um ótimo negócio. Eu gostaria de saber desses iluminados, o que seria um mau negócio.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Sabonetes!



C
omo afirmar que a Segurança será o maior legado deixado pela Copa/2014, se tudo não passa de manobra que visa proteger os turistas e as delegações estrangeiras que aqui estarão. Como afirmar que o PIB do 1º trimestre foi só de 0,2% e que o desempenho é causado pela seca, recuperação lenta e do baixo crescimento da Europa e Mundial, e também o cambio flutuante e inflação. Entretanto não citou o maior problema que vem gerando todo esse baixo crescimento que é o próprio com fraco desempenho como condutor da economia. Até porque se compreende: como legado o que fica permanente como bom serviço prestado a população, o caso da segurança e momentâneo, tem começo e fim. Portanto são essas inverdades constantes e corriqueiras ditas com a maior cara de pau que remete a uma comparação da relação existente entre: o sabonete que é um produto utilizado para a higiene pessoal. Esse é um produto solúvel em água, onde suas propriedades detergentes, encontrados na forma de barras (tabletes) e líquidos, contendo glicerina, óleos, perfumes e corantes. Onde além da viscosidade e propriedades variadas, chegando até o chamado Gel para banho. Possuem a função de limpar o corpo, mas também de proteger, a pele que protege nosso organismo de infecções por fungos e bactérias. Por esse motivo e recomendado por especialista o uso diário de um sabonete que faça a hidratação e higienização e renovação celular. Na sua composição a função principal não é fazer espuma em abundância, mas além de fazer espuma sua composição; seja compatível com as necessidades de cada consumidor. Ou seja, a necessidade muda a cada consumidor. Tendo na pele seca ou oleosa outras imperfeições que exige uma composição adequada a cada caso. Entretanto o consumidor exerce fiscalização rigorosa na qualidade do produto que, assim que constata sua má qualidade troca de marca ou produto. Coisa normal e corriqueira, até achar outro sabonete que satisfaça sua necessidade. Não se mantém fiel ao produto, mesmo sabendo das suas propriedades e benefícios; essa troca constante e salutar ao corpo, sempre na busca do novo, do produto que dê algo mais sem constrangimento entre consumidor e produto. E graças à mudança do consumidor fizeram com que fabricantes produzam produtos de melhor qualidade na disputa do mercado consumidor.
Pois é o caso desta relação existente entre eleitores e sabonetes políticos. Ou seja, existem políticos que são legítimos sabonetes, pois só fazem espuma e nada mais. Todavia, além de escorregadios e da má qualidade trazem em sua composição promessas, descrição de suas qualidades e contribuições, suas listas de prioridades as diversas comunidades, como retorno de outros serviços aos eleitores como se bula fosse. Mas tudo é fictício só conta no papel. Mais esse sabonete difere daquele encontrado nas gôndolas de supermercado.  Este sabonete tem seu prazo de validade efetuado de quatro anos, não existe fiscalização, pois sabonete não fiscaliza sabonete, só fazem espuma, não é salutar a concorrência no negócio que garante a permanência na instituição com salários e mordomias validado na urna por mais quatro anos. Ou seja, saem no lucro sem que o eleitor ao primeiro sinal da falta de qualidade possam efetuar a troca ou retirar os sabonetes dos respectivos locais de exposição. Onde não existe nenhuma comparação com o sabonete exposto nos supermercados, que sofrem fiscalização diária dos consumidores. Contudo vale lembrar que terão a oportunidade em novembro/14 de trocar todos os sabonetes velhos e ultrapassados, que se acomodaram com o tempo e regalias obtidas fazendo muita espuma, mas ensaboando o eleitor sem qualquer retorno prático e eficaz de bons serviços aos eleitores. Um produto que só se importa em aumentar o prazo de validade, sem qualidade com a permanência que gera um alto custo à população; não se apeguem a promessas do sabonete em questão, faz a troca sem cerimônia, então porque insistir com sabonetes que não trazem retorno algum. As prioridades são de cunho pessoal.
Um Abraço,
30/05/2014.

Papagaios e Caturritas?



Lula:
“Esperança contra ódio” Em revide a ataques sofridos pela Presidente Dilma Rousseff e pelo PT nos últimos dias, o ex-presidente Lula comparou ontem a eleição deste ano com a de 2002. “Se 12 anos atrás o PT teve que fazer campanha para a esperança vencer o Medo. Agora temos que fazer campanha para a esperança vencer o Ódio”, disse, na convenção do PT que lançou o ex-ministro Alexandre Padilha ao governo de São Paulo.

Há campanha é tacita e clara: traduz o medo e ódio do PT em perder o poder. Há 12 anos o país queria mudança e o PT aportava como uma esperança de vencer o medo e o ódio que, governantes tinham de promover mudanças; na política partidária, política econômica, política social e outras mudanças necessárias para garantir uma gestão com a aplicação dos recursos em áreas como: educação, segurança e saúde. Foram essas promessas contida e cantada em verso e prosa em discursos, onde aportavam; como papagaios e caturritas amestrados com textos prontos preparados e até de improviso, mas de acordo com os interesses dos donos, divulgados como parte de uma fábula salvadora da Nação? Os que diziam ser um partido de mudança e para a mudança se auto intitulando de salvador da pátria. Hoje sabemos que eram iguais aos demais. Pois o chacrinha já dizia: tudo se copia nada se cria. Contudo que criticavam nos palanques, convenções e outros eventos faz parte de campanha com vistas a se perpetuar no poder. Com a inversão da verdade por medo e ódio da possibilidade de perder o poder, não por ação de inimigos como apregoam, mas por total incapacidade e falta de planejamento do partido para gerir e assumir tamanha responsabilidade. 

Papagaios e Caturritas bem treinados dizem palavrões, cantam, assoviam e falam contam piadas e outras bobagens; sempre orientados por seus donos que safos, no caso de prejuízo maior perdem os bichos de estimação. E nesse caso a galinha dos ovos de ouro é o poder. Contudo no caso do ex-presidente Lula perde ele, o partido e a democracia. Pois atribuir a sentimentos de medo e ódio ao despreparo do partido e dirigentes de aceitar erros que redundam em críticas e outras manifestações. O fator principal do desastre ao gerir o Estado sem planejamento tem como causa principal essa aliança esdrúxula com partidos de matizes e ideologias diversas que, para apoiar a base do governo cobra cargos. Entretanto pior que o medo e ódio do PT são a forma que este apoio é compactuado: pela troca de favores, ou seja, projeto aprovado uma secretária ou diretoria nos escalões do Governo. Uma forma de corrupção legal que: partidarizou e privatizou o Estado nas mãos do PT e seus aliados. Cobrar do partido explicações para essa gama recorrente de denúncias, que não batem com as diversas explicações fornecidas; controversas em todos os sentidos, querer atribuir um ódio ao PT não encontra ressonância, a não ser ao medo e ódio do partido em perder o poder. O que parecia ter um início promissor, mas que teve o mensalão como tsunami avassalador; que expos as demandas de companheiros e aliados se apropriando de recursos do Tesouro em benefício próprio. Enquanto projetos dignos de dar o retorno às demandas da população brasileira ficaram parados por falta de recursos ou vontade.
Um Abraço,
16/06/2014.