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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Um diálogo fictício, com um bom senso que, no Brasil de hoje, parece impossível.

Por Ricardo Setti, 11/04/2015,
 www.veja.com.br

Passou por minhas mãos, via web, de autor anônimo, um diálogo fictício que, por conter tanto bom senso, parece impossível que ocorra no clima atual que vivemos “neste país”.

Vejam só:

O PT é um partido corrupto?
É.
E isso quer dizer que todo mundo do PT é corrupto?
Não.
O PSDB é um partido idôneo?
Não.
Quer dizer que lá tem corrupto também?
Sim.
Isso permite ao PT ser corrupto?
Não, obviamente.
A imprensa em geral tem mais boa vontade com governos do PSDB?
Aparentemente, sim.
Isso quer dizer que tem um complô de toda a mídia contra o PT?
Não.
Tem coisas que foram feitas no Governo FHC que foram ruins?
Sim.
E essas coisas prejudicam nossas vidas até hoje?
Talvez.
Isso permite ao PT jogar toda a culpa dos seus desmandos no governo anterior?
Claro que não.
Mas isso quer dizer que os Governos do PT (incluindo Lula) só fizeram coisas ruins?
Não.
Ajudaram a uma parcela significativa da sociedade sair da miséria?
Sim.
Isso quer dizer que ajudaram a melhorar o país?
Neste aspecto, sim.
Isso quer dizer que as coisas estão boas no Brasil?
Não.
O país está enfrentando uma grave crise ética, moral e econômica?
Está.
Qual a responsabilidade do PT sobre esta crise?
Total.
Da Dilma?
Total.
Do Congresso, do Senado?
Total também.
Quer dizer que todos os políticos e partidos tem uma parcela de culpa sobre a situação em que nos encontramos?
Sim.
Mas a responsabilidade do PT, que comanda o país há mais de uma década, é muito maior do que de todos os outros partidos?
Sim.
Isso, por si só, legitima um impeachment?
Não.
Mas permite que uma parcela significativa da sociedade esteja muito insatisfeita?
Claro.
E essas pessoas que estão insatisfeitas podem protestar?
Sim.
Mesmo as que têm varanda gourmet?
Sim.
E isso, por isso só, caracteriza uma luta de classes?
Não.
Significa que classes menos favorecidas da sociedade estão felizes com o atual governo?
Também não.
Você precisa concordar com todos estes argumentos?
Não.
Isso quer dizer que nós nos odiamos?
Não.
Talvez estejamos buscando caminhos diferentes para tentar ajudar a solucionar os problemas do nosso tão querido país.
Apenas isso.


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