O que faz do BBB um programa imbecilizante não é a edição, o
apresentador e nem mesmo o elenco
Da Redação,
21/03/2017,
www.veja.com.br
Poucos programas se tornaram um símbolo tão grande
de bobagem televisiva, daquelas que nem todo mundo que vê assume, quanto o
Big Brother Brasil.
Ao contrário da maioria das atrações frutificadas
sob essa pecha, especialmente em outras emissoras, o trash não começa
pela falta de apuro técnico. BBB talvez seja o programa mais bem editado
da TV nacional, em que milhares de horas nas quais quase nada acontece se
transformam em clipes dinâmicos. Também não é culpa dos apresentadores – se
Pedro Bial trazia certo verniz ao show, Tiago Leifert se consolidou
precocemente em sua sucessão com estilo próprio, carisma e agilidade de
raciocínio, que fariam a diferença em qualquer atração popular.
Chega-se, então, ao elenco. Serão os emissores dos
gritinhos de “uhu!” a matéria-prima da baixaria? Não, se levada em conta à
atual edição, em que (fato raro) foram priorizados participantes com
algum propósito de vida. A escalação incluiu um advogado cursando mestrado
em estudos fronteiriços, um diplomata, uma bailarina que dá aula a crianças
carentes, uma paratleta, uma setentona cheia de juventude. Resultado: todos
esses interessantes personagens para se conhecer em uma mesa de bar ofuscados
pela protagonista de edição, a gêmea fútil e manipuladora, com muito menos a
dizer (sua frase que mais repercutiu é impublicável aqui).
E aí sobra
o que torna tudo imbecilizante: o próprio formato. Na caixa de
Skinner do BBB, falta comida, raciona-se água, eleva-se
a tensão constante pela sobrevivência, afloram os mais básicos
instintos e deles é feito o espetáculo. Pode ser de alguma utilidade para algum
estudo comportamental. Como TV, o resultado costuma nada mais que puro
lixo.
Comentários
Jon
Concordo com a matéria.
O formato cansou e já está fazendo hora extra. Infelizmente, o Brasil é um
terreno fértil para multiplicação do público que consome esse tipo de conteúdo.
Só os parentes dos participantes não gostaram deste mini editorial.
Bianca
Campo Grande
Jon concordo com você.
Num momento em que o Brasil precisa urgentemente de amadurecer, este programa
não ajuda em nada. Como diz a matéria, somente aos pesquisadores do
comportamento humano poderia ter alguma utilidade. A GLOBO e outras emissoras
poderiam investir em programas de Ciência e de outras áreas do conhecimento
humano para contribuir com o crescimento intelectual e moral da sociedade.
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