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quinta-feira, 27 de abril de 2017

Um reality à prova de Q.I.



O que faz do BBB um programa imbecilizante não é a edição, o apresentador e nem mesmo o elenco

Da Redação, 21/03/2017,
www.veja.com.br

Poucos programas se tornaram um símbolo tão grande de bobagem televisiva, daquelas que nem todo mundo que vê assume, quanto o Big Brother Brasil.

Ao contrário da maioria das atrações frutificadas sob essa pecha, especialmente em outras emissoras, o trash não começa pela falta de apuro técnico. BBB talvez seja o programa mais bem editado da TV nacional, em que milhares de horas nas quais quase nada acontece se transformam em clipes dinâmicos. Também não é culpa dos apresentadores – se Pedro Bial trazia certo verniz ao show, Tiago Leifert se consolidou precocemente em sua sucessão com estilo próprio, carisma e agilidade de raciocínio, que fariam a diferença em qualquer atração popular.

Chega-se, então, ao elenco. Serão os emissores dos gritinhos de “uhu!” a matéria-prima da baixaria? Não, se levada em conta à atual edição, em que (fato raro) foram priorizados participantes com algum propósito de vida. A escalação incluiu um advogado cursando mestrado em estudos fronteiriços, um diplomata, uma bailarina que dá aula a crianças carentes, uma paratleta, uma setentona cheia de juventude. Resultado: todos esses interessantes personagens para se conhecer em uma mesa de bar ofuscados pela protagonista de edição, a gêmea fútil e manipuladora, com muito menos a dizer (sua frase que mais repercutiu é impublicável aqui).

E aí sobra o que torna tudo imbecilizante: o próprio formato. Na caixa de Skinner do BBB, falta comida, raciona-se água, eleva-se a tensão constante pela sobrevivência, afloram os mais básicos instintos e deles é feito o espetáculo. Pode ser de alguma utilidade para algum estudo comportamental. Como TV, o resultado costuma nada mais que puro lixo.


Comentários

Jon
 
Concordo com a matéria. O formato cansou e já está fazendo hora extra. Infelizmente, o Brasil é um terreno fértil para multiplicação do público que consome esse tipo de conteúdo. Só os parentes dos participantes não gostaram deste mini editorial.

Bianca Campo Grande
 
Jon concordo com você. Num momento em que o Brasil precisa urgentemente de amadurecer, este programa não ajuda em nada. Como diz a matéria, somente aos pesquisadores do comportamento humano poderia ter alguma utilidade. A GLOBO e outras emissoras poderiam investir em programas de Ciência e de outras áreas do conhecimento humano para contribuir com o crescimento intelectual e moral da sociedade.

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