Defesa petista insulta
inteligência do povo e é demolida por e-mails obtidos pela PF
Por Felipe Moura Brasil, 23/02/2016,
www.veja.com.br
“Nunca antes na história desse país” a inteligência
do povo brasileiro foi tão insultada.
Após a prisão de João Santana, o presidente do PT,
Rui Falcão, declarou que “o PT não tem marqueteiro, contrata as pessoas para
fazer os programas”.
Como se não bastasse o fato de Santana ter atuado
em três campanhas presidenciais petistas (Lula, 2006; e Dilma Rousseff,
2010 e 2014), além de outras estaduais e municipais, como a de Fernando Haddad
em São Paulo em 2012, a quebra de sigilo de e-mail do marqueteiro demonstrou, segundo a Polícia
Federal, que ele “possui relação de muita proximidade” com a suposta
presidente Dilma e “possui certa influência sobre as ações do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva”.
a) O relatório
policial diz que Santana é “indicado por ela, através de ministros e de
assessores, para tratar de assuntos relevantes para o governo federal,
dentre elas a CPMF e as Olimpíadas de 2016″, sendo que “Edinho Silva,
Ministro de Estado, é quem trata com maior freqüência dos assuntos de interesse
da Presidente Dilma Rousseff”, no caso toda e qualquer ação de propaganda
importante do governo.
Em uma das mensagens ao marqueteiro,
escreve Edinho: “A Presidente pediu que eu ouvisse sua opinião sobre
o que seria uma campanha para as Olimpíadas (essa idéia ou outra). Tomei a
liberdade de mandar o que já temos, mas podemos começar do zero. Aguardo sua
opinião. Abraço, Edinho.”
b) Outra
mensagem “trocada com Roberto Mangabeira Unger [ex-ministro de Assuntos
Estratégicos] demonstra que o investigado também tem acesso exclusivo ao
ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva”, segundo o relatório
da Operação Acarajé.
“Mangabeira, para encaminhar os textos [sobre
empreendedorismo] ao ex-presidente, enviou-os para o e-mail de João Santana. A
conclusão lógica é que o investigado também possui relação extremamente próxima
com Luiz Inácio Lula da Silva até os dias atuais.”
c) Em
resposta a uma solicitação de José Manuel De La Sota, ex-governador de
Córdoba, na Argentina, para ter uma “reunião reservada” com Lula, Santana
escreve que o “presidente Lula está sob uma carga muito forte da
ação adversária” e que avisará a Sota tão logo entenda que o
momento venha a ser oportuno.
A investigação demonstra, portanto, “os
vínculos pessoais dos investigados com membros do alto escalão do Governo
Federal e do Partido dos Trabalhadores” e, na prática, por que Santana é
chamado nos bastidores da República de “ministro da Propaganda”, o que está
muito além de “fazer os programas”.
Investigadores apuram um repasse de R$ 12
milhões da Odebrecht ao Instituto Lula, possivelmente para bancar da sede na
Zona Sul de São Paulo ou obras em outras propriedades do ex-presidente e pedem
a prisão de executivos da empreiteira, como Fernando Miglaccio, para
explicar melhor os significados das anotações encontradas.
A polícia ainda cita a mensagem em que o
ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, menciona também a palavra
“Prédio”: “Liberar p/ Feira, pois meu pessoal não ficou sabendo. Deixar prédios com
Vaca”, em referência a João (“Feira” de) Santana e ao ex-tesoureiro do PT João
Vaccari (“Vaca”) Neto, ambos suspeitos de envolvimento no escândalo da
Petrobras.
Depois de “O PT não tem marqueteiro”, portanto, só
falta os petistas alegarem que “Lula não tem instituto”, ou, como é mais
próprio deles:
“O Instituto Lula é de FHC.”
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