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Um governante com as taxas
de rejeição de Michel Temer (70%, segundo o Ibope) não pode se dar ao luxo de
descartar agrados à população. Mesmo que bons gestos sejam incapazes de
produzir milagres – não foi ele que liberou as contas inativas do FGTS? – é
melhor fazê-los do que desprezá-los.
Isto posto, cabe tentar
entender o que o inquilino acuado no Planalto está esperando para acabar de uma
vez por todas com a impopular orgia aérea na qual seus ministros e outros
premiados da República se lambuzam à exaustão, cruzando em jatinhos da FAB os céus
do País com 14 milhões de desempregados e um déficit publico insolúvel.
É verdade que a atual
camarilha brasiliense não inaugurou o abuso, praticado desde o nascimento do
Grupo de Transporte Especial, criado pela Aeronáutica em 1957 para gozo do
chefe de Estado e “demais autoridades”.
Ano passado, quando mais de
2.500 deslocamentos desse tipo foram realizados, pacientes nas filas de
transplantes morreram porque o mesmo GTE recusou-se a transportar órgãos de
doadores. Um decreto parido pela repercussão do crime determinou que um jato
oficial passasse a cuidar de tais emergências, mas manteve os outros 14 da
esquadrilha a serviço dos figurões. E eles têm deitado e rolado.
Só no primeiro trimestre, o
presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez 30 voos para passar os fins de semana
no Rio de Janeiro. Seu sogro, Moreira Franco, e Henrique Meirelles, da Fazenda,
também usuários contumazes da mordomia, cumpriram rota idêntica na sexta-feira,
14 de julho, regressando a Brasília no domingo seguinte. Ambos usaram aviões
individuais, na ida e na volta.
De janeiro a março deste
ano, 519 voos do gênero decolaram da Capital com sultões a bordo, a maioria a
caminho de casa. Basta uma canetada de Temer para por fim ao milionário
bacanal.
E ele pode começar a faxina
dando o exemplo: as viagens nacionais de Sua Excelência envolvem um Airbus
A319 (mais de 200 passageiros na configuração comercial) um EMB190 (100
lugares) e dois helicópteros de grande porte. Um aparato de fazer inveja
ao presidente americano, o político mais visado do mundo.
Eleições 2018
Sem estrelas
Faltando pouco mais de um
ano para as eleições, duas realidades saltam aos olhos. Com muitos políticos
enrolados em investigações criminais quase não houve pesquisas de intenção de
voto contratadas em grandes institutos. Além disso, como as campanhas (bem mais
modestas que no passado) terão poucos recursos em 2018, já que não existe
margem para o caixa dois nas doações, o marketing político será basicamente
tocado por novatos, como uma espécie de campeonato Sub-20 do futebol.
Brasil
Público versus Privado
Público versus Privado
Mais dois ministros do
governo Temer terão seus atos avaliados na reunião da Comissão de Ética da
Presidência da República, nesta segunda-feira 31. Servidores da Secretaria das
Mulheres reclamam de “convocações” para cultos evangélicos no gabinete da
ministra Fátima Pelaes. A liberdade religiosa está aí, mas louvores em espaço
público, de fato, não têm abrigo no Código de Conduta da Alta Administração
Federal. Já sobre Maurício Lessa recai denúncia de que a agência de comunicação
que presta serviços ao Ministério dos Transportes administra as redes sociais
de Sua Excelência.
Bancos 1
Cerco implacável 1
Pelo menos 20 correntistas
do Banco do Brasil Miami tiveram suas contas encerradas unilateralmente nos
últimos meses. Alguns eram clientes há muitos anos, movimentando saldos
sem glosas e declarados à Receita Federal. A “punição” atingiu parentes de
alvos da Lava Jato, em especial políticos. Parte deles pretende processar o BB
por dano moral. Alegam que não são investigados pelos procuradores de
Curitiba e tampouco figuram nos processos.
Bancos 2
Cerco implacável 2
Com a mesma referência a
“apontamentos cadastrais”, bancos privados também aceleraram a expulsão de
familiares de políticos e de outros alcançados pela Força-Tarefa de Curitiba.
As contas estão sendo fechadas “por decisão soberana da área de compliance”. Um
dos atingidos pediu explicações e recebeu mensagem informando que o banco “não
tem dever de fundamentar a decisão”. Ações do gênero estão em andamento no Citibank,
Itaú, Santander, Bradesco e Pactual, entre outros.
Planalto
Pouca ação
Pouca ação
Michel Temer planeja fazer
um pronunciamento à nação caso vença a votação da denúncia apresentada pela PGR
no plenário da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira 2. Como a sessão deve
acabar tarde, a fala ocorreria no dia seguinte. O governo quer garantir o quórum de 342 políticos no plenário, mas admite que após a marcação
de presença, alguns políticos da base aliada deixem a Câmara, sem que a fuga dê
a oposição os votos suficientes para a abertura de ação contra o presidente no
STF. Agora, com o núcleo central do Planalto focado na proteção a Temer,
o que se percebe nos governos sãos os ministérios bem paralisados, com seus
titulares trabalhando poucos dias na semana
e onde falta dinheiro para praticamente tudo.
MPF
Dinheiro?
Surpreendeu a área econômica do governo, na semana passada, nota da Associação Nacional dos Procuradores da República em defesa da proposta de Orçamento para 2018 do MPF. Primeiro, ao destacar que o reajuste salarial de 16,38% para o funcionalismo “não acarretará em aumento de gastos públicos”. Depois, ao afirmar que o impacto de R$ 116 milhões estimado pelo Ministério Público da União “serão compensados”. Em ambos os casos faltou explicar como.
Dinheiro?
Surpreendeu a área econômica do governo, na semana passada, nota da Associação Nacional dos Procuradores da República em defesa da proposta de Orçamento para 2018 do MPF. Primeiro, ao destacar que o reajuste salarial de 16,38% para o funcionalismo “não acarretará em aumento de gastos públicos”. Depois, ao afirmar que o impacto de R$ 116 milhões estimado pelo Ministério Público da União “serão compensados”. Em ambos os casos faltou explicar como.
Medicina
Fenômeno social
Fenômeno social
Divulgação
enfim, uma boa notícia. Apesar de todas as dificuldades
vividas pelos brasileiros, o transplante de órgãos cresceu no primeiro
semestre. Foram quase três mil doações. A entidade (ABTO) que coordena o
programa no País prevê que a participação de diferentes atores no processo
possibilitará em 2017 um resultado melhor do que de janeiro a dezembro do ano
passado (5.512 procedimentos).
Delação
Olha ela aí…
Olha ela aí…
O STF está perto de
homologar a delação premiada do fundador e acionista da Gol, Henrique
Constantino. O calhamaço, que envolve políticos e o doleiro Lúcio Funaro, entre
outros, detalha desvios de recursos do FGTS. Parte da propina, segundo a
apuração das operações Sépsis e Cui Bono, irrigou uma empresa que está em nome
da mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, Cláudia Cruz. Michel Temer também é
citado na delação, por ter dado aval ao repasse de Caixa 2, com dinheiro
oriundo do esquema, a campanhas do PMDB. Constantino aceitou pagar multa,
na casa dos milhões, como parte do acordo.
Cultura
Padrinho
Padrinho
Há menos de uma semana no
cargo, o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, pode ser orgulhar de ter bons e
influentes amigos. Uma das pessoas que atuou com vigor nos bastidores por sua
nomeação foi o cineasta Cacá Diegues.
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