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quinta-feira, 19 de março de 2015

Em que são Diferentes?

Postado por Rogério Mendelski, 27/12/2012,
www.correiodopovo.com.br.

E a Junia Gama, no “Globo”: – “Para o cientista político do Insper/SP Humberto Dantas, é uma incoerência do PT criticar Marcos Valério pelo fato dele ter sido considerado um criminoso pelo Supremo:
- “O que o José Dirceu tem de diferente do Marcos Valério em relação ao crime que cometeram? Foram julgados rigorosamente no mesmo processo e incriminados de maneira muito semelhante. Por que a sociedade tem que achar que o José Dirceu foi um injustiçado e que o Valério é um delinquente? Participaram das mesmas aberrações”. (Vem mais cheque ai!). 



Serviços Relevantes

Verbas legais, mas doações sugerem prestação de Favores!

P
erto de ser empossado em 1º de janeiro de 2013, o vereador Mauro Zacher (PDT), disse que as doações feitas por empreiteiras à sua campanha eleitoral foram acolhidas na forma da Lei. O futuro secretário da SMOV acha que nós somos lesados da cabeça, ao dizer que nem sequer era cogitado o seu concurso no governo de José Fortunati. Parece que ele esquece o trabalho desempenhado pelo senador Demóstenes Torres, que abriu caminhos para os interesses do Cachoeira? Como vereador é um peão importante a trabalhar pelos interesses das empreiteiras, em todas as áreas da administração pública? Agora imaginem se como vereador já prestaria serviços relevantes, então, assumindo como secretário municipal de obras e viação (SMOV), teria o PF (prato feito) que seria pedido e atendido de imediato?
E
 também o caro vereador Zacher sabe: as doações mesmo que tenha sido feitas na forma da Lei, não deixa de ser imoral e ilegal; pois representa uma forma enrustida de corrupção? Tendo nas empreiteiras o ato de agente corruptor, e no agente público que aceita as doações o ente corrupto. Portanto nobre vereador Zacher a política adotada, e feita por todos os partidos; vem de anos sendo praticada por corruptos e corruptores legalizados por lei, e caso o nobre edil, não saiba teremos na administração do prefeito Fortunati, a inclusão declarada por instituições de fiscalização de três vereadores suspeitos? Onde o nobre edil afirma que empresas da construção civil e outros setores fazem doações a candidatos a prefeitos, vereadores, governadores, deputados estaduais e federais e até para presidente conforme nota. Mas o secretário há de convir que toda essa discussão e denúncias não passam de “marolas”, mas fica a convicção teremos uma administração municipal suspeita? Pois as apurações das irregularidades foram barradas pela base aliada, talvez esteja a razão de o edil afirmar que nada deve. Entretanto gera um desconforto saber que toda a nova gestão do município, inclusive do prefeito Fortunati; que teve apoio maciço da população recebeu doações de empreiteiras? Contudo estaremos atentos ao desdobramento destas questões e outras não esclarecidas?
                                         Um Abraço,

                                          29/12/2012.

FUTURO INCERTO

Por Rogério Mendelski, 07/02/2013,
 www.correiodopovo.com.br.

Até agora, conseguiram conter Rose, mas o problema é garantir o futuro dela e da família. Como se sabe, em função do escândalo, ela, o ex-marido, o atual e a filha mais velha perderam os empregos, simultaneamente. Portanto, terão de ser convenientemente sustentados “per secula seculorum”, como se dizia antigamente, ou “até o final dos tempos”, como pregam os religiosos.
Por enquanto, a conta é paga indiretamente pelo Instituto Lula, mas o objetivo é, a médio prazo, transferir essa obrigação para empresários ligados ao PT e ao governo, que sempre são muito solícitos nesses momentos de dificuldades, a exemplo do aconteceu com a repórter Miriam Dutra, que foi “asilada” pela Rede Globo na Espanha para atender aos interesses de Fernando Henrique Cardoso, que pensava ser pai de um filho dela, até assumiu em cartório a paternidade e depois soube que o pai era outro, vejam só que decepção esse homem teve. E la nave va, fellinianamente. (Carlos Newton, do blog Tribuna da Imprensa).


O que mudou?

Quanto deve custar à democracia?
Por Carlos Melo, 28/02/2013, 
www.estadao.com.br.

A legislatura que se inicia veio à luz sob crítica, descrença e repúdio. Nasceu velha. Circula...
Análise por Carlos Melo:
A legislatura que se inicia veio à luz sob crítica, descrença e repúdio. Nasceu velha. Circula pelas redes sociais manifesto pelo impeachment do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros. Na Câmara, Henrique Alves não fica atrás quando a matéria é desconfiança. Estamos todos cientes do desgaste.
Isto desperta a tentação pela pirotecnia, manobras espetaculares e saídas tão rápidas quanto inconsistentes cujo objetivo é "ficar bem na foto". Desengaveta-se a poção mágica da credibilidade instantânea. Desconfio de que esteja aberta a temporada de promessas e conversa mole. Discursos tipo "agora vai", manifestações de indignação e resoluta determinação sem objetividade. Moralismos para todos os gostos: reformas, cortes de salários, controle de presença, redução de custos, intransigência, autoridade e que tais. Agora vai, mesmo?
São temas que tantas vezes estiveram na iminência do desenlace. Mas não progrediram por falta de consenso ou por consenso de que não interessa nem sequer votá-los. Os novos dirigentes do Congresso Nacional vêm a público ciente disto, certamente. São inteligentes. E apresentam-se como se os tempos fossem outros, e o corpo legislativo e seu corporativismo não fossem os mesmos.
A cidadania deve ficar atenta.
No mais, mais uma vez iniciar o debate: quanto deve custar à democracia? Deve-se olhar para os custos ou pensar em preço? Custo é o inevitável, o que se arrasta inexoravelmente por uma atividade que nem sabemos se queremos. Preço diz respeito a valor: quanto se está disposto a pagar por determinado bem? Que vantagens que ele trará?
Há que discutir o preço da democracia numa relação com o bem e as vantagens que ela traz; seu custo, mas seu benefício. Para além das manobras diversionistas, a democracia é um bem em si. Mas, deve produzir bem-estar. Eis seu compromisso inescapável. Qual o preço disso? Depende do que se pretende ter e de onde se necessita chegar. Talvez, então, seja possível decidir sem emoção, nem tergiversação.

Nota: Carlos Melo, é Cientista Político, e Professor do Insper.

Uma crise atrás da outra

Por Lauro Jardim 19/03/2015,
 www.veja.com.br.

O governo Dilma chegou numa situação tal de deterioração que uma crise acaba porque é atropelada por outra.
Ontem, foi um dia típico disso.
O Brasil acordou com uma confusão dentro do ministério. Um documento escrita na Secom, em que ele define o momento como “um caos político”, vazou e foi parar em todos os jornais.
As consequências do texto ainda estavam vibrando no Palácio do Planalto e no Congresso quando, no meio da tarde, Cid Gomes foi para a Câmara e fez o papel de Cid Gomes. Pronto. Foi o bastante para uma crise se sobrepor a outra.
Assim, o imbróglio do ministro da Secom ficou para trás para todos darem atenção ao novo conflito no ministério Dilma.

Qual será a crise de hoje? Façam suas apostas.

domingo, 8 de março de 2015

Sem rottweiler é ruim, imagina com a sigla contra?


Por Reinaldo Azevedo, 02/03/2015,
 www.veja.com.br.

Pois é… Centrais sindicais botaram algumas centenas de militantes nas ruas em manifestações contra as Medidas Provisórias 664 e 665, que alteram regras de acesso a benefícios trabalhistas, especialmente o seguro-desemprego. As mudanças, nesse particular, diga-se, são corretas. Quem disse que aqui só se fala mal do governo? Se vez em quando, este rottweiler é amoroso, NE?
O busílis é que os aliados de Dilma são contra. Aí o bicho pega. Os cutistas também mandaram seus manifestantes para a rua. As centrais planejam um Dia Nacional de Luta contra o pacote — talvez 23 de março.
Mas não é só. O jornal O Globo ouviu os petistas no Parlamento. Que coisa! Num grupo de 59 deputados e senadores, 40 disseram não concordar com as medidas fiscais adotadas pelo governo. Mas não é só: do grupo, 29 afirmaram que acompanharão a orientação do governo, mas 20 outros afirmaram que não vão aceitar as medidas. Dez deles dizem que só as aprovam com alterações.

A coisa é séria. O partido tem 14 senadores; 12 responderam à seguinte pergunta: “Concorda com o ajuste fiscal da forma como foi enviado?”. Um não quis responder, e 12 disseram “não”.

Adversários de si mesmos

O Estado de S.Paulo, 06/03/2015, www.estadão.com.br.

Para Dilma Rousseff não há situação política ruim que não possa ser piorada. No auge da crise - que também é uma crise de relacionamento do governo com seu maior aliado, o PMDB -, líderes do partido nas duas Casas do Congresso foram chamados ao Palácio do Planalto para tratar da tramitação das medidas de ajuste fiscal. Mas a presidente Dilma cometeu, mais do que a indelicadeza, a imprudência de não convidar para os encontros o vice-presidente, Michel Temer, principal líder nacional do PMDB. O agravo repercutiu fortemente nos círculos peemedebistas. Na tentativa de consertar a trapalhada, Dilma convocou Temer às pressas, para uma conversa de 20 minutos.
Diante de uma crise política que tem custado sucessivas derrotas ao governo no Senado e na Câmara, há poucos dias o Palácio do Planalto anunciou que o núcleo central de decisões políticas estratégicas do governo seria reformulado para incluir o vice-presidente da República. Mas, por razões que a própria razão desconhece, na primeira oportunidade de dar efeito prático à novidade, Michel Temer não foi lembrado ou sua presença naqueles encontros foi considerada desnecessária.
Pode-se argumentar - e provavelmente isso foi feito na ocasião - que a ausência de Temer se justificava pelo fato de se tratar de reuniões com "público externo", para esclarecimentos e troca de informações, e ao novo núcleo político central, pela natureza de suas funções, caberia reunir-se apenas para efeito "interno". Mas as repercussões da trapalhada revelam que, mais uma vez, a presidente pisou feio na bola ao tratar o presidente do PMDB da forma habitual: com polida indiferença.
A responsabilidade pela crescente dificuldade de o governo e sua base aliada se entenderem, porém, não pode ser debitada exclusivamente à inapetência política e à visceral incapacidade de Dilma Rousseff de fazer política, ou seja, de negociar e buscar consensos.
O presidencialismo de coalizão à moda lulopetista funcionou enquanto tinha à frente um político carismático, pragmático e persuasivo, lastreado por enorme apoio popular. Dilma não é nada disso. E o vazio político que, por desinteresse e incompetência, ela permitiu que se criasse, foi ocupado pela nomenclatura petista, que sempre teve metas muito precisas: no plano político, focar exclusivamente o seu projeto de poder; no âmbito interpartidário, manter em segundo plano os interesses dos aliados, quando não fosse possível simplesmente ignorá-los.
Essa visão peculiar de aliança ou parceria se deve à insopitável soberba petista que, seja por razões ideológicas, como é o caso de Dilma, seja por puro fisiologismo da companheirada apegada ao desfrute das benesses do poder, entende que todos os demais partidos políticos, por não serem, como o PT, ungidos pelo dom e pela missão divina de salvar a Pátria, devem conformar-se com o papel de meros coadjuvantes e satisfazerem-se com aquilo a que fazem jus por sua condição inferior.
Para os petistas, aliados são subalternos. E Dilma colocou-os em seu devido lugar nas reuniões de quarta-feira. Primeiro, impondo-lhes, com a habitual contundência, os argumentos pelos quais devem apoiar as medidas governamentais; depois, revelando a impaciência de sempre com os questionamentos; finalmente, cobrando, duramente, fidelidade na votação das matérias de interesse do governo porque, afinal, todos ali eram representantes de partidos aquinhoados com cargos importantes na administração federal. Ou seja: tomou lá dê cá.
Como se senadores e deputados já não tivessem motivos suficientes para não gostar dos métodos de Dilma, o ministro da Educação, Cid Gomes, inspirou-se em um Lula pré-histórico para declarar que há em Brasília "uns 400, 300 deputados" que querem "é que o governo esteja frágil porque é a forma de eles achacarem mais". Conseguiu ser convocado - obrigado, portanto, a comparecer -, pelo voto de 280 deputados, a explicar-se na Câmara. E ainda teve um projeto de interesse da sua pasta retirado da pauta de votação.
Com Dilma Rousseff como chefe e um ministro como esse, o governo, definitivamente, não precisa de adversários.