O líder do governo no Congresso,
senador José Pimentel (PT-CE), afirmou nesta terça-feira que a cobrança de
deputados...
O líder
do governo no Congresso, senador José Pimentel (PT-CE), afirmou nesta
terça-feira que a cobrança de deputados e senadores pela liberação das emendas
parlamentares "não tem limite". "Esta é uma matéria que não tem
limite. Estou aqui há 19 anos e sempre presenciei este debate", afirmou
Pimentel. Pimentel fez esses comentários nesta tarde, depois de encerrada - sem
acordo - a primeira reunião de líderes partidários. Diante da falta de
consenso, o presidente do Congresso, senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
cancelou a sessão conjunta das duas Casas Legislativas marcada para esta terça,
na qual deveria ser votado o orçamento deste ano. A discussão sobre o orçamento
ficou adiada para depois do Carnaval.
Renan
Calheiros; o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN); e líderes
da base aliada das duas Casas Legislativas saíram do encontro com o discurso
afinado: não havia acordo para votar a peça orçamentária, a baixa presença de
parlamentares não garantiria a aprovação da matéria e o receio de a oposição
derrubar a votação alegando a necessidade de se apreciar antes os vetos
presidenciais.
Ao
minimizar as queixas por liberação de emendas, José Pimentel disse que nenhum
parlamentar se queixou de recursos durante a reunião de líderes. Ele preferiu
atribuir a falta de votação do orçamento à quebra de acordo da oposição em
apreciar a matéria. Segundo ele, ao contrário do que vinham defendendo, os
oposicionistas pediram hoje na reunião de líderes a votação de algumas matérias
vinculadas aos vetos presidenciais, antes de analisar o orçamento. Entre elas,
o fator previdenciário, da Emenda 29 (que garante mais recursos para a área da
saúde), os royalties do petróleo e o Código Florestal.
"Ou
seja, acolher essa proposta é desrespeitar a decisão do Supremo (Tribunal
Federal)", afirmou o líder do governo, referindo-se ao entendimento do
ministro do tribunal, Luiz Fux, segundo o qual vetos só trancam os próprios
vetos. Na prática, a manifestação do ministro do Supremo abre espaço para
votação do orçamento a qualquer momento.
Em
pronunciamento feito nesta terça em plenário, o novo líder do PSDB no Senado,
Aloysio Nunes Ferreira (SP), disse que o orçamento, por ser um projeto de lei
como outro qualquer, também entra na fila de espera das propostas que aguardam
apreciação do Congresso, atrás dos vetos. O tucano afirmou que, se o governo
entende diferente dele, tem de convocar sua "imensa" base de apoio
para votar a matéria.
"O
nosso problema, que o PSDB quer resolver, é de ordem constitucional. O problema
do governo é de quorum", criticou o líder do PSDB. "Se o governo quer
resolver rapidamente o problema do orçamento e tiver um entendimento diferente
do nosso é pegar o telefone e chamar os líderes e deputados para votar". Por RICARDO BRITO, 05/02/2013, estadao.com.br.
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