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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O Comissariado não toma jeito (Fonte: CP 20/02/2013).


O
 PT tem dois ex-presidentes e um  ex-tesoureiro condenados a penas em regime fechado e quer mudar o sistema eleitoral brasileiro para pior. A saber: José Dirceu deve dez anos e dez meses, José Genoíno, seis anos e 11 meses, e Delúbio Soares, oito anos e 11 meses. Todos condenados por corrupção pelo Supremo Tribunal Federal. Todos continuam no partido e Genoíno, protegido pelo manto das prerrogativas do Legislativo, ocupa uma cadeira de deputado federal. Quando o ex-governador Olívio Dutra teve a coragem de dizer que Genoíno deveria renunciar, o deputado André Vargas (PT-PR) lembrou que quando ele “passou pelos problemas da CPI do Jogo do Bicho teve a compreensão de todo mundo”. Pela vontade de seu partido e a compreensão de seus pares, Vargas é o primeiro vive-presidente da Câmara.
O
s comissários blindaram-se na defesa de seus companheiros, todos condenados por práticas confessas. É direito deles. Quem esperava um sopro de interesse pela moralidade, perdeu seu tempo. Deu-se o contrário. Na melhor prática petista decidiu “partir para cima”. Em vez de discutir a conduta de seus dirigentes, querem mudar de assunto.
A
 proposta vem do governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Ele sugere um “revide”. Levanta de novo a bandeira de uma reforma política que crie o financiamento público para as campanhas eleitorais e estabeleça o voto de lista para a escolha dos deputados e vereadores.
P
elo voto de lista os eleitores perdem o direito de escolher o candidato em quem votam. Pelo sistema atual, um cidadão de São Paulo votou em Delfim Neto e elegeu Michel Temer. É um sistema meio girafa, mas o eleitor sempre poderá lembrar que votou em Delfim. Pelo voto de lista, os partidos organizam as listas, o cidadão vota na sigla e serão eleitos os primeiros nomes da preferência das caciquias. Se os companheiros do PMDB colocarem Temer em primeiro lugar e Delfim em 20º, não haverá força humana capaz de levá-lo à Câmara. A escolha deixa de ser do eleitor, que a vê transferida para partidos, por cujas direções passaram Genoíno, Dirceu, Delúbio. Ou ainda Valdemar Costa Neto, presidente do PL, condenado a sete anos e dez meses de prisão, e Roberto Jefferson, do PTB, com sete anos e 14 dias.
O
 segundo pilar do “revide” é o financiamento público de campanha. Acaba-se com um sistema no qual os diretores de empresas usam dinheiro dos acionistas para investir em políticos e transfere-se a conta para a patuleia. Nesse sistema, por baixo, a Viúva gastaria R$ 1 bilhão para financiar candidatos. Todas as maracutaias interpartidárias do mensalão deram-se  ludibriando leis vigentes. Ganha uma passagem de ida a Cuba quem acredita que esse tipo de financiamento acabará com o caixa 2. Se o PT quer falar sério, pode defender uma drástica limitação das doações de pessoas jurídicas, deixando a Viúva em paz.  
A
 proposta do “revide” é a síntese ideológica e fisiologia da mensalagem. Você paga e eles decidem quem irá para a Câmara. Eles quem? José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Valdemar Costa Neto e Roberto Jefferson, com um patrimônio de 41 anos e seis meses de cadeia, ou seus dignos sucessores.
                                              Elio Gaspari, CP.  

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