Ex-presidente diz que PT deve apoiar
aliados em alguns Estados para garantir reeleição ao Planalto:
O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o PT deve ter a reeleição de
Dilma Rousseff como "prioridade" em 2014 e que o partido pode abrir
mão de candidaturas a governador para apoiar chapas do PMDB - principal aliado
dos petistas no governo federal.
Em
entrevista ao jornal Valor Econômico, Lula afirmou que o partido deverá fazer
concessões a outras siglas para garantir uma aliança forte para Dilma.
"Nós temos que ter sempre como prioridade o projeto nacional. Ou seja: a
primeira coisa é a eleição da Dilma. Não podemos truncar nossa aliança com o
PMDB", disse Lula. O ex-presidente, no entanto, deu sinais de que o PT
deve manter candidaturas em Estados onde o PMDB também tem projetos eleitorais,
como Rio e São Paulo.
No Rio,
Lula afirmou que o senador Lindbergh Farias (PT) "pode ser candidato sem
causar problema" à aliança nacional com o PMDB - que deve lançar o
vice-governador Luiz Fernando Pezão. "Acho que o Rio vai ter três ou
quatro candidaturas e ele (Lindbergh), certamente, vai ser uma candidatura
forte", disse.
Em São
Paulo, onde o PMDB trabalha com os nomes de Paulo Skaf e Gabriel Chalita, o
ex-presidente disse que o PT só apoiará seu aliado se o partido "tiver um
candidato palatável". Skaf teve 4,6% dos votos quando disputou o governo
estadual em 2010, pelo PSB, e Chalita responde a 11 inquéritos no Ministério
Público por denúncias de corrupção.
"Nunca
tivemos tanta chance de ganhar a eleição em São Paulo como agora", disse
Lula.
Tabuleiro.
A direção do PT admite abrir mão de candidaturas próprias em outros Estados
para acomodar aliados, principalmente do PMDB. Os petistas não descartam apoiar
peemedebistas em Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Ceará. "O PMDB tem
lideranças locais que precisam ser respeitadas. Por isso é necessário o
diálogo", disse o secretário de Organização petista, Paulo Frateschi.
No Rio,
no entanto, o PT acredita que poderá manter a candidatura de Lindbergh sem
prejudicar a aliança nacional com o PMDB. Mesmo que a disputa crie um mal-estar
local, os petistas dizem que Pezão não abrirá mão do apoio de Dilma e pedirá
votos para ela.
O
presidente do PMDB, Valdir Raupp, diz que o confronto com o PT em alguns
Estados é inevitável, mas afirma que a aliança com Dilma não deve ser abalada.
"Todo partido que quiser se manter forte, quiser crescer, tem que lançar
candidatos", declarou.
As
costuras políticas estão emperradas por causa da indefinição dos rumos de
Eduardo Campos (PSB), que estuda entrar na disputa presidencial. Se Campos
abrir mão do projeto, o PT pode ter de apoiar candidatos a governador do PSB em
alguns Estados.
2018. Na
entrevista, Lula não descartou a hipótese de voltar a disputar uma eleição
presidencial. "Vai saber o que vai acontecer nesse País, vai que de
repente eles precisam de um velhinho para fazer as coisas. Não é da minha
vontade. Mas em política a gente não descarta nada", disse. Por estadao.com.br, 28/03/2013.
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