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sábado, 10 de junho de 2017

A gargalhada do coveiro de provas vivas



Gilmar Mendes faria um favor a si mesmo e, sobretudo, ao país se tratasse de marcar encontros com princípios abandonados em algum lugar do passado

Por Augusto Nunes, 10/06/2017,
 www.veja.com.br

 “Recuso o papel de coveiro de prova viva”, resumiu o ministro Herman Benjamin no fecho do monumento à verdade que ergueu em meio às ruínas da Justiça. “Posso até participar do velório, mas não carrego o caixão”, completou o relator do julgamento da chapa Dilma - Temer no Tribunal Superior Eleitoral.

Com o apoio de dois ministros do Supremo Tribunal Federal, indiferente a provocações, apartes impertinentes, risos debochados e sussurros cafajestes, Benjamin acabara de devassar com comovente altivez a catacumba repleta de canalhices protagonizadas pela dupla que fez o diabo para ganhar a eleição de 2014.

Ele soube desde a primeira linha da surdez obscena do trio de súditos afinado com o solista no comando. Mas entendeu que precisava mostrar a milhões de brasileiros o que seria enterrado nesta sexta-feira. E deixar claro que ainda há juízes mesmo em tribunais infestados de espertalhões e sabujos trajando togas puídas nos fundilhos.

O que falta é mais gente decidida a avisar nas ruas, aos berros, que o Brasil decente não se deixará intimidar pelos poderosos patifes que teimam em obstruir os caminhos da Lava Jato. Refiro-me à verdadeira Lava Jato, representada por Sérgio Moro, não à caricatura parida em Brasília por Rodrigo Janot.

A gargalhada de Gilmar Mendes na primeira página da Folha deste sábado comunica que o nada santo padroeiro de amigos em apuros continuará tentando marcar encontros com o que chama de “prisões alongadas ocorridas em Curitiba”. Faria um favor a si mesmo e, sobretudo, ao país se marcasse encontros com princípios e valores abandonados em algum lugar do passado. Quase todos podem ser localizados no histórico voto de Herman Benjamin.

Não será difícil ao atarefado Gilmar Mendes achar tempo para a tentativa de reencontrar a Lei, a Verdade e a Justiça. Basta suspender por algumas semanas encontros com bandidos de estimação e com agentes funerários especializados no sepultamento de provas do crime.


Comentários


Marco Peres
 
Será que esse comentário chega até ele?

Mauro Pereira
 
Caro Augusto Nunes, Gilmar Mendes jogou a última pá de excremento no que restava de confiabilidade na Justiça brasileira. Brasil virou terra ninguém, digna representante maior das republiquetas terceiro-mundistas que devastam a América Latrina. Peço encarecidamente àquele que sair por último; pelo futuro deste pobre país rico, acenda a luz

Fabinho Cabelinho
 
Até que ponto o ministro chegou gente que isso, é vergonhoso, péssimo ministro advogado dos corruptos esse é o verdadeiro emprego do Gilmar, realmente ele foi longe demais com esse julgamento arrumado que vergonha

Gilberto Mendes
 
O JUDICIÁRIO BRASILEIRO está falido há muito tempo, EXCEÇÃO é Moro, o resto, é resto. É por isso que o Brasil nunca ALCANÇA o pleno desenvolvimento. Estamos eternamente em CRISE.

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