Se um dia se declarou quase convencido da própria inocência, José Dirceu
agora parece plenamente convencido da credulidade popular
Por Augusto
Nunes, 02/06/2017,
www.veja.com.br
Texto de Eliziário Goulart
Rocha
No aconchego da prisão domiciliar graças à
complacência da Justiça com malfeitores graduados, José Dirceu sente-se à
vontade para fazer ameaças e debochar da cara dos brasileiros decentes. “A
coalizão golpista deu origem a um governo abarrotado de históricos corruptos”,
afirmou em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo o homem que um dia
comandou o PT, foi braço-direito de Lula durante o Mensalão, responde à
acusação de ser sócio-fundador do Petrolão e continuou a engendrar manobras
obscuras mesmo na cadeia.
Se um dia se declarou quase convencido da própria
inocência, ele agora parece plenamente convencido da credulidade popular. Só
parece. Sabe muito bem que apenas devotos de seitas que cultuam corruptos de
estimação são capazes de crer que houve um golpe, que ele é um guerreiro do
povo brasileiro, que Lula de nada sabia e que a culpa é da Marisa Letícia. Não
apenas finge acreditar na reconquista do poder nas urnas, como desdenha disso.
“Podemos até vencer, mas sem ilusões: sob quaisquer circunstâncias, nosso norte
é o avanço no rumo de uma revolução política e social, democrática”, prossegue
em seu delírio o sujeito envolvido na montagem do maior esquema de corrupção da
história. “Pela força das ruas, se nossas elites continuarem de costas para a
nação” ameaça o ex-guerrilheiro; cujos únicos disparos que experimentou até
hoje foram os verbais, desferidos contra a verdade e a lógica.
José Dirceu não reivindica indulgência das vítimas,
tampouco a oferece: “Não há espaço para conciliação”, decreta. Malfeitor solto
dá nisso.
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