A
|
Procuradoria-Geral da República requereu ao
Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para investigar se
o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), cometeu crime contra o meio
ambiente e o patrimônio genético em uma unidade de conservação em Alagoas.
Renan é potencial candidato à presidência do Senado, cargo que já ocupou e do
qual se afastou em 2007 depois de denúncias de que uma empresa pagava a pensão
alimentícia à mãe de uma filha fora do casamento.
No pedido de investigação contra Renan, o Ministério Público o aponta
como responsável por pavimentar com paralelepípedos uma estrada de 700 metros
na Estação Ecológica Murici, administrada pelo Instituto Chico Mendes, no
município de Flexeiras, a 66 quilômetros de Maceió, sem que o órgão tenha sido
consultado. O MP afirma que Renan é proprietário da Agropecuária Alagôas Ltda,
responsável pela construção da estrada. A notícia do novo pedido de
investigação contra Renan foi publicada nesta quinta-feira pelo site Congresso
em Foco. A investigação depende de autorização da ministra Cármen Lúcia.
A
|
ssessoria de Renan Calheiros
informou que ele não faria nenhum comentário a respeito da denúncia do
Ministério Público quanto à suspeita de que ele cometeu crime ambiental e
contra o patrimônio genético. Mas disse que o senador é sócio minoritário da
empresa. Renan responde ainda a outros dois inquéritos no STF. Um por
improbidade administrativa e tráfico de influência, em segredo de Justiça, e
outro sobre o caso em que teria a pensão da mãe de uma filha paga por uma
empreiteira.
O Grupo Estado apurou que o pedido de ação ao STF pela questão ambiental
pode envolver desentendimentos entre o senador e o setor ambiental do governo.
Em julho do ano passado o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) recusou-se pela segunda vez a conceder licença ambiental para a
construção de um estaleiro em Coruripe, no litoral de Alagoas, sob o argumento
de que Alagoas não tem infraestrutura para suportar o aumento do tráfego de
veículos.
R
|
enan considerou os argumentos do Ibama fora de propósito. Em represália,
o senador pediu vistas dos projetos de lei que criam as carreiras para os
funcionários do Ibama e do Instituto Chico Mendes e não os devolveu para
votação. Na tréplica da represália, o Ibama e o Chico Mendes teriam então
decidido acusar Renan por crime ambiental.
O impasse a respeito da licença ambiental para o estaleiro acabou no
final do ano passado. No dia 18 o Ibama aprovou o Relatório de Impacto
Ambiental (Rima) que trata do projeto do Estaleiro Eisa Alagoas. O
empreendimento será construído pelo Grupo Synergy, do empresário Germán
Efromovich, dono da Avianca. O Rima foi aprovado depois de duas negativas e de
intensas negociações do governo de Alagoas com as autoridades federais ligadas
à área ambiental. Por JOÃO DOMINGOS, 10/01/2013, Agência Estado
Nenhum comentário:
Postar um comentário