Presidente da Câmara afirma que a
tentativa de Dilma de entregar pastas com mais peso político à sigla não vai
debelar a crise na base no Congresso
Por Laryssa
Borges, de Brasília,
24/09/2015, www.veja.com.br
O presidente
da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha: agraciar o PMDB co ministérios não vai
debelar crise na base.
Um dia depois de Dilma Rousseff ter se comprometido
em entregar ao PMDB ministérios com mais força política, o presidente da Câmara
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse nesta quinta-feira que o rearranjo de pastas não
resolve as divergências da base aliada e nem pacifica a relação com o partido.
Nos últimos dias, o Palácio do Planalto se
aproximou dos líderes peemedebistas na Câmara e no Senado para, em troca de
cargos, convencê-los a manter os vetos presidenciais de alto impacto fiscal,
como o reajuste de até 78,5% a servidores do Poder Judiciário, e minimizar as
chances de parlamentares da sigla dar guarida a futuros pedidos de impeachment
contra a presidente petista.
Para Cunha, porém, o melhor seria que o PMDB saísse
de vez da base aliada ao governo e não ocupasse cargo nenhum. "Não é que seja
irresponsável ou que não me comprometa com a administração da crise financeira
ou que o PMDB vire as costas, mas o PMDB não está fazendo parte desse projeto
[de governo] há muito tempo. Na real, essa tentativa de reintroduzir o PMDB no
projeto é uma tentativa através de cargos públicos e não é a melhor forma de
fazer", disse. "Mais ocupação de cargos ou menos ocupação de cargos
jamais vai resolver as divergências de base que existem", completou.
"Continuo defendendo que o meu partido, o
PMDB, na sua instância própria, saia do governo e que não ocupe cargo. Da minha
parte o partido já estaria fora", resumiu.
O líder do PMDB na Câmara, Leonardo Picciani (RJ),
entregou por conta própria à presidente Dilma Rousseff os nomes escolhidos pela
bancada do partido para ocupar as pastas da Saúde e da área de Infraestrutura.
Sem fazer comentários, a presidente recebeu os nomes de Saraiva Felipe (MG) -
já vetado por ela -, Manoel Júnior (PB) e Marcelo Castro (PI) para a pasta de
Saúde. Para Infraestrutura, foram indicados José Priante (PA), Mauro Lopes
(MG), Celso Pansera (RJ) e Newton Cardoso Júnior (MG).
O Senado tem direito a duas indicações e deve
manter Kátia Abreu (Agricultura) e Eduardo Braga (Minas e Energia). Picciani
defendeu a permanência de Henrique Eduardo Alves, que hoje ocupa o Ministério
do Turismo, no governo e espera que ele seja apresentado como o nome de
consenso entre Câmara e Senado para ocupar o quinto ministério oferecido ao
partido.
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