Por Augusto Nunes, 25/09/2015, www.veja.com.br
Sempre que craques da Justiça
ameaçam golear campeões da bandidagem, juízes do Supremo Tribunal Federal
arranjam algum pretexto para atrapalhar atacantes cujo esquema tático é tão
singelo quanto eficaz: aplicar a lei. Foi assim no julgamento do mensalão: os delinqüentes
estavam a um passo da prisão em regime fechado quando o STF exumou certo
“embargo infringente”.
O palavrão em juridiquês reduziu
crime hediondo à contravenção de aprendiz, transformou culpado em inocente e
acabou parindo duas brasileirices obscenas: a quadrilha sem chefe e o bando
formado por bandidos que agem individualmente, nunca em grupo. Agora incomodado
com o desempenho exemplar do juiz Sérgio Moro, dos procuradores federais e dos
policiais engajados na Operação Lava Jato, o Supremo inventou o que a imprensa
anda chamando de “fatiamento” do escândalo.
Fatiamento
coisa nenhuma. O nome certo é trapaça.
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