Dono do direito de aprovar ou rejeitar
nomes para os tribunais superiores, agências reg02uladoras, Embaixadas,
presidência...
Dono do direito de aprovar ou rejeitar nomes para os tribunais
superiores, agências reguladoras, Embaixadas, presidência e vice do Banco
Central, além dos integrantes dos Conselhos Nacionais de Justiça e do
Ministério Público, o Senado tem sido controverso nessa tarefa.
Na maioria
dos casos, aprova as indicações do governo sem se aprofundar nas qualificações
do escolhido. E, quando rejeita, o faz por chantagem política ou vinganças.
Um dos casos mais polêmicos de indicação e aprovação de um diretor de
agência foi o do advogado Paulo Vieira para uma diretoria da Agência Nacional
de Águas (ANA). Em 2009, houve empate e a indicação foi rejeitada. Após pressão
por parte do governo e do ex-ministro José Dirceu, cinco meses depois, já em
2010, o Senado anulou o resultado anterior e aprovou o nome de Vieira para o
cargo.
Paulo Vieira é apontado pela Polícia Federal como chefe da quadrilha que
vendia pareceres técnicos nos principais órgãos do governo. Preso no dia 23,
durante a Operação Porto Seguro, foi solto na última sexta-feira.
Para o senador Walter Pinheiro (BA), líder do PT, o Senado não pode mais
apenas bater o carimbo e chancelar as indicações do Executivo para as agências
reguladoras. "Os senadores simplesmente aprovam os nomes. Com o mandato,
eles não têm de dar satisfação nenhuma a ninguém", disse. Ele apresentou
proposta de emenda constitucional que obriga os diretores dos órgãos
reguladores a comparecer ao Senado uma vez ao ano para prestar contas. Hoje a
Constituição só prevê a convocação somente de ministros e de titulares de
órgãos subordinados diretamente à Presidência.
Para o presidente da Comissão de Constituição e Justiça do Senado,
Eunício Oliveira (PMDB-CE), o controle maior tem de ser feito pelo órgão que
indica aquele que será sabatinado.
Atualmente, o Senado vive um caso curioso. O presidente da Casa, José
Sarney (PMDB-AP) defende a recondução de Emília Ribeiro para uma diretoria da
Anatel, mas ela sofre resistência dentro da própria agência. Para constranger
Sarney, os funcionários concursados do órgão propuseram Daniel de Franco,
advogado da União e noivo de Beatriz Sarney, neta do senador.
Atualizado: 02/12/2012 Por JOÃO
DOMINGOS / BRASÍLIA, estadao.com.br.
Nenhum comentário:
Postar um comentário