Por Rogério
Mendelski, 03/09/2013, www.radioguaiba.com.br.
A ministra Maria do Rosário,
titular da SEDH (Secretaria Especial de Direitos Humanos), está dentro da linha
adotada pelo governo federal para definir relações diplomáticas com países
amigos. Brasília agora fala grosso com os EUA e fala fino com seus amigos da
América Latina, em especial com a Bolívia.
Quando a polícia dissolve
manifestações e badernas com a força da lei (balas de borracha, bombas de
efeito moral e muito cassetete), lá está a nossa ministra defendendo o direito
de livre expressão popular, mesmo que tais protestos terminem em vandalismo e
destruição do patrimônio.
A atuação da gaúcha Maria do
Rosário é tão pendular que suas manifestações equivocadas acabam se
transformando num bordão que confunde direitos humanos com a defesa da
bandidagem. Vejamos o caso do recém-demitido da assessoria especial da Casa
Civil da Presidência da República, Eduardo Gaiewski, ex-prefeito do município
paranaense de Realeza, acusado de 23 estupros em sua cidade.
Nenhuma palavra da ministra, logo
ela que tanto combate este tipo de crime contra meninas, jovens e mulheres
desprotegidas. É verdade que Eduardo Gaiewski alega inocência e perseguição
política de seus adversários, mas todos que acompanham a luta de Maria do
Rosário esperavam dela alguma manifestação.
Vale lembrar que uma investigação
do Ministério Público e da polícia reuniu depoimentos de menores acusando o
ex-prefeito petista de oferecer dinheiro e emprego na prefeitura em troca de
favores sexuais. Segundo os depoimentos, o assessor pagava entre 150 e 200 reais
a meninas pobres da cidade para manter relações sexuais com elas.
Outro silêncio revelador do
petismo pragmático de Maria do Rosário é a respeito do asilo concedido ao
senador boliviano Roger Pinto Molina, que fugiu de La Paz, após quinze meses asilado
na embaixada brasileira, por sentir-se perseguido pelo presidente cocalero Evo
Morales.
Não se diga que a ministra pela
responsabilidade de seu cargo só fala quando há casos concretos e provados
sobre agressão aos direitos humanos. Não faz muito tempo, houve uma boataria
sobre o fim do Bolsa Família provocando uma correria desenfreada de
milhares de “bolsistas” ás agências da Caixa Federal.
Lá estava Maria do Rosário,
acusando sem qualquer prova a oposição de ter divulgado a boataria. Foi para as
manchetes a tuitada da ministra e ela teve alguns dias de projeção até a
própria instituição ter admitido que errara, em nota oficial.
Sua quase obsessão pela defesa
dos direitos humanos tem a deixado em situações desconfortáveis, especialmente
quando se deixa levar pelo sectarismo petista que num reducionismo verbal
divide os brasileiros em duas categorias; os do bem (os petistas e a turma da
esquerda) e os do mal (os outros).
Ela grita com a oposição, com a
polícia e com estupradores sem ideologia, mas fala fino ou silencia quando atos
criminosos (suspeitos ou não) rondam seus companheiros de partido.
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