Por Rogério
Mendelski, 04/09/2013, www.radioguaiba.com.br.
De tanto se criticar o sistema prisional brasileiro
é que seguidamente ouvimos uma certeza popular: ”Presídios decentes no Brasil
só quando os políticos forem para cadeia como qualquer outro bandido”. Pois não
é que Secretaria de Segurança do Distrito Federal , segundo o jornal Correio
Braziliense, “se prepara para a eventualidade de receber em regime semiaberto
os condenados no processo do mensalão"?
O Centro de Progressão Penitenciária (CPP), no
Setor de Indústria e Abastecimento de Brasília (SIA), será adaptado “com salas
para internos com notoriedade que devem ser separados dos demais por questão de
segurança.” Os hóspedes para tal ambiente serão identificados por sua situação
social ou posição de destaque pelo alto poder aquisitivo ou político.
É de se destacar que não será uma nova política
prisional para todos os que devem pagar pelos seus crimes contra a sociedade,
mas apenas para uma elite de criminosos. A reforma do CPP se preocupará com o
perfil de detentos especiais que podem ser considerados no sistema
penitenciário alvos de rebeliões, extorsões ou outro tipo de exploração por
condenados perigosos. As celas serão diferenciadas e terá cama móvel (diferente
das demais, feitas de alvenaria e fixas), fiação para tevê e piso de cerâmica.
Ainda estamos muito distantes de outros presídios
em países com política penitenciária preocupada na recuperação de seus
criminosos, mas não deixa de ser um tímido início a partir dessa nova
possibilidade – a ida para a cadeia, mesmo que seja no regime semiaberto, da turma
do colarinho branco.
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