Por
Carlos Etchichury, 06/03/2017,
O secretário da
Segurança Pública, Cezar Schirmer, está diante da maior crise de segurança da
história do Rio Grande do Sul. Com latrocínio a cada dez dias e cerca de 40
assassinatos para cada grupo de 100 mil pessoas, Porto Alegre se tornou uma
cidade inóspita e embrutecida -
dependendo do bairro onde você vive, é real a possibilidade de deparar com uma
cabeça separada do corpo, um braço decepado, uma perna amputada. É que o crime
organizado decidiu, por capricho, torturar e esquartejar rivais.
Diante deste cenário, o
que faz o nosso secretário? Pouco. Não lhe faltam seriedade e boa vontade. Faltam projetos e, até que Schirmer
prove o contrário, competência.
É urgente uma iniciativa
que mobilize toda sociedade com um único, claro e óbvio objetivo: a defesa da
vida.
Mobilização
É preciso estancar as
mortes. Vou repetir; nada é mais importante no Rio Grande do Sul nos dias
atuais que estancar as mortes.
Estamos perdendo uma geração
de jovens (muitos inocentes), vítimas de homicídios, e centenas de vítimas de latrocínio.
Prefeituras,
universidades, organizações sociais, secretárias do Estado, polícias precisam
ser mobilizadas. Use o prestígio que o cargo lhe confere e faça algo,
secretário. Vamos ocupar as ruas, disputar os jovens com o tráfico. É preciso
coragem. É necessário criatividade. Todos estão ávidos para ajudar, secretário.
O senhor não percebe?
Chega de conversa
fiada. Não adianta repetir que faltam recursos, que não temos policiais, que
são criminosos que se matam (por favor), que não temos vagas em cadeias... O governador José Ivo Sartori sabia de
tudo isso quando foi eleito governador. E, mesmo diante da crise, reduziu o percentual destinado à Segurança Pública.
Até quando?
Enquanto o governo não
reage, jovens como o doutorando em Física na Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS) Masahiro Hatori, 29 anos, continuarão morrendo. Perceba a
dimensão desta morte, secretário. É uma perda humana e social irreparável.
Estudante brilhante, o jovem foi abordado por bandidos, quando caminhava pela Rua
Joaquim Silveira, Bairro São Sebastião, na Zona Norte da cidade, acompanhado da
noiva e de uma prima dela, no final da tarde de sexta-feira, dia 3. Assustado,
teria tentado tirar das costas a mochila que usava, mas não conseguiu.
Morreu atingido por um
tiro na cabeça. É a sexta vítima de latrocínio este ano na Capital.
Até
quando, secretário?
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