Em outubro de 2007, tão logo a FIFA
anunciou oficialmente que o Brasil seria o anfitrião da Copa de 2014,
Lula e Ricardo Teixeira entoaram em dueto a introdução da ópera dos
embusteiros: não será gasto um só centavo de dinheiro público, garantiu a dupla
cada vez mais afinada. Passados sete anos, registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o ex-presidente enriquece como camelô de empreiteiro e o monarca
destronado da CBF gasta em Miami o muito que roubou. Sobrou para os pagadores
de impostos a conta da gastança.
Nesta terça-feira, a bolada que
já foi para o ralo chegou a 28 bilhões de reais ─ e continuará subindo até o
jogo de abertura. O palanque ambulante e o cartola gatuno fazem de conta que
não têm nada com isso. Lula também finge que não ouve direito nenhuma das
palavras de ordem berradas por centenas de milhares de brasileiros que se
manifestam diariamente nas ruas do país. Por exemplo: “Copa eu não
quero, não. Quero dinheiro para saúde e educação“.
Cumpre aos ativistas apressar o
desmonte do monumento ao cinismo. Cancelar o evento esportivo que subordina o
país aos interesses, aos caprichos e à arrogância da FIFA talvez aumente o
tamanho do prejuízo. Pode ser tarde. Mas há tempo de sobra para aplicar o
Código Penal aos delinquentes que enterraram em estádios inúteis o dinheiro que
falta para reduzir as gigantescas carências do Brasil real. E exigir a
devolução das fortunas que roubaram.
As multidões indignadas acabam de
conseguir a redução das tarifas de transporte público. Os pais da pátria estão
assustados com a descoberta de que a paciência aparentemente infinita acabou. É
hora de intensificar a ofensiva contra os quadrilheiros ─ políticos,
empresários, cartolas e demais comparsas ─ que seguem debochando do povo com a
celebração do legado inexistente da Copa da Ladroagem. Por Augusto Nunes,
19/06/2013, direto ao ponto veja.com.br.
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