T
|
anto a
Câmara quanto o Senado ofereceram ao país que presta, nesta sexta-feira, uma
notícia boa e outra má. Depois de dois anos na presidência, o companheiro
gaúcho Marco Maia voltou ao baixo clero e ao convívio com a multidão de
nulidades condenadas à obscuridade. É a boa notícia. A má: o novo gerente do
Feirão da Bandidagem é Henrique Alves, que tentou livrar-se do último escândalo
em que se meteu com a demissão do bode Galeguinho. É bom saber que o senador
José Sarney acabou de deixar o comando da Casa do Espanto. Ruim é saber que o
sucessor é Renan Calheiros.
C
|
omo
registra o comentário de 1 minuto para o site de VEJA, o Congresso mudou para que tudo
fique igual: saíram dois casos de polícia, entraram dois prontuários de
dimensões amazônicas. Todos estão lá por decisão de milhões de eleitores que
votam como se estivessem escolhendo sócios do clube dos cafajestes. O bando que
controla o Poder Legislativo faz o que quer por confiar na mansidão bovina do grande rebanho. Enquanto
os brasileiros elegerem os sarneys, renans, maias ou alves, não haverá perigo
de melhorar.
P
|
olíticos
são todos iguais, recitam os omissos profissionais, os cansados de nascença ou
os que simulam ceticismo para manter em segredo o voto em figuras abjetas. Não
são iguais. Os 11 senadores que há dois anos se recusaram a engolir José Sarney
são muito diferentes dos que se ajoelharam diante de Madre Superiora. Além de
reiterar tal diferença, a eleição desta sexta-feira comprovou o crescimento da
bancada dos acreditam que a atividade política não é incompatível
com a honradez. Pedro Taques não é igual a Renan Calheiros. Os 18 senadores que
apoiaram o senador do PDT de Mato Grosso são diferentes dos que devolveram
à presidência o alagoano apeado do cargo há cinco anos por ter feito sem a
devida cautela o que continua fazendo com mais cuidado.
N
|
o
discurso em que justificou a candidatura sem chances de vitória, Pedro Taques
evocou a lição extraída por Darcy Ribeiro dos fracassos que acumulou. Ele
tentou e não conseguiu, por exemplo, fazer uma universidade séria. Nem
por isso sucumbiu à amargura. E jamais capitulou. “Os fracassos são minhas
vitórias”, ensinou Darcy Ribeiro e repetiu o candidato do Brasil decente. “Eu
detestaria estar no lugar de quem venceu.” A resistência democrática tem de
decorar a mensagem e entender que não tem o direito de render-se.
D
|
os 78
presentes, 56 senadores ignoraram o recado do candidato do Brasil
decente. Coisa de otário, conversa de noviço, devem ter achado. As imagens de
Renan Calheiros confraternizando com seus eleitores gritam que o cangaceiro
governista seus eleitores se merecem. Não importa quanto tempo demore, acabarão
juntos para sempre na mesma lata de lixo da História. Desse destino escaparam
os 18 do Senado. Direto ao ponto por
Augusto Nunes, 02/02/2013, veja.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário