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quinta-feira, 4 de julho de 2013

Procuradora diz que defesa de acusado fez contato.

A procuradora da República Suzana Fairbanks, que subscreve a denúncia criminal da Operação Porto Seguro, afirmou...

A procuradora da República Suzana Fairbanks, que subscreve a denúncia criminal da Operação Porto Seguro, afirmou ontem que foi contatada na quinta-feira pelo escritório da defesa de Paulo Vieira, no sentido de que tem interesse em fazer delação premiada. Suzana se disse disposta a ouvir o que Vieira tem a dizer, mas ressalva que a colaboração do ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) "não altera em nada" a denúncia contra a organização.
Vieira é apontado pelas investigações como chefe de um esquema de compra de pareceres técnicos em órgãos públicos. Faziam parte do grupo diretores de agências reguladoras, como o próprio Vieira e seu irmão, Rubens, e a ex-chefe do gabinete regional da Presidência em São Paulo Rosemary Noronha.
A procuradora disse que o alcance de eventual benefício a Vieira depende da extensão de sua colaboração. "A colaboração não é confissão, o réu tem que dar informações novas. Não é simplesmente comparecer, tudo depende de análise pormenorizada do relato a ser feito", explicou Suzana.
O novo advogado de Vieira, Michel Barre, não se manifestou sobre a intenção de fazer delação.
Repercussão. Ontem, após o Estado mostrar que Vieira cogitava pedir delação premiada e apontar "gente mais graúda" envolvida no episódio, parlamentares disseram não temer eventuais novas revelações. "Quem tiver qualquer coisa para dizer, a bem do Estado, que diga", reagiu o deputado federal André Vargas (PT-PR), que também é secretário de Comunicação do partido. "Não temos nenhum temor (sobre as revelações). Não há dúvida de que esse tipo de ameaça começa a lançar dúvida sobre todo mundo."
Entre os tucanos, o discurso é o mesmo. "Se há algo errado, ele deve denunciar. O que não se admite é esse jogo, esses integrantes de quadrilha são sempre jogadores", disse o líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), que definiu as ameaças como "factoides". Dias advertiu que, se tentar envolver o PSDB, Vieira agirá para "desviar o foco". E o conclamou a comparecer ao Senado com o irmão Rubens (ex-diretor da Agência Nacional de Aviação Civil ), também acusado de participação no esquema.
"Virou moda falar isto: buscar a delação como forma de perdão para os seus pecados", ironizou o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP). "Quem tem que se preocupar é ele, pelo que fez".
Líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA) classificou como "estranha" a atitude de Vieira. Para o senador, o ex-diretor da ANA deveria esclarecer o que fez enquanto esteve no cargo.
O vice-líder do PPS na Câmara, Arnaldo Jordy (PA), apresentou ontem à Mesa Diretora da Casa um requerimento para saber quais providências o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência adotou antes da nomeação de Vieira para a agência reguladora. Jordy quer saber se a Agência Brasileira de Inteligência (ABI), órgão subordinado ao GSI, o investigou antes de ele ser empossado na ANA. Por FAUSTO MACEDO e RICARDO BRITO – 15/12/2012 -  estadao.com.br.

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