Ação tem a cara do Estado
Islâmico, que estaria na raiz do atentado ainda que tivesse sido praticado por
outro grupo
Por Reinaldo
Azevedo, 14/07/2016,
www.veja.com.br
Ao menos 84 mortos e 100 feridos. Esse
é o saldo de um dos maiores atentados terroristas da história da França. Um
caminhão avançou contra uma multidão nas comemorações do 14 de Julho, o dia
nacional daquele país, que marca a Queda da Bastilha.
Até há pouco, ninguém havia
reivindicado a autoria do atentado, mas parece haver poucas dúvidas sobre quem
— ou o quê — está na origem de um ato tão bárbaro. A ação, embora inédita como
método de terror tem a cara do Estado Islâmico, a saber: sorrateiro, o inimigo
letal surge do nada e provoca um estrago de grandes proporções.
Que resposta há pra isso? Pois é… Sabem
aquele edital tarado da Universidade Federal do ABC? Um dos itens daquele
magnífico programa é “Islamofobia”. Nada se diz lá sobre terroristas que, tendo
medo da democracia, decidem eliminar os democratas.
Quando é que isso vai ter fim? Pois é…
Temos de entrar na economia dos erros cometidos pelos países ocidentais; erros
que contribuíram para jogar o mundo nesta insegurança. Mas isso só faria
sentido caso se estivesse em busca de uma mudança de postura.
O terrorismo nunca dominou antes área
tão extensa, como a que está sob o controle do Estado Islâmico, e com uma fonte
de receita garantida: poços de petróleo. Enquanto houver essa “Pátria do
Terror”, mais pessoas serão mobilizadas Europa e mundo afora para ações dessa
natureza.
Já se disse à larga: o terrorismo
islâmico contemporâneo, e isto começou com a Al Qaeda, não precisa de
estruturas ligadas hierarquicamente a um centro para operar. A Al Qaeda criou
as células, e o Estado Islâmico, os “homens-célula”. Basta que um se sinta
tocado pela palavra para que possa agir. Na sua mente perturbada, a recompensa
é certa.
E a França é um dos alvos principais
por duas razões: integra a frente internacional de combate ao terrorismo;
abriga um imenso contingente muçulmano, o que permite que extremistas se
disfarcem de cidadãos comuns.
Não ouso chamar de saída, mas não tenho
dúvida de que resposta é imperiosa. As maiores máquinas de guerra do planeta
têm de se unir para eliminar da Síria e do Iraque as forças do Estado Islâmico.
Refiro-me a ação terrestre e ocupação do território enquanto for necessário. É
duro? É duro. Mas o fato é que o mundo não pode ter uma pátria do terror, que
funciona como uma área de recrutamento e que pretende até fundar uma ética da
morte.
O remédio administrado até agora só
está tornando o mal mais agudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário