O vice-presidente da República, Michel
Temer, afirmou ontem que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) "pode
fazer...”.
O
vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou ontem que o senador Renan
Calheiros (PMDB-AL) "pode fazer uma belíssima gestão" na presidência
do Senado. Temer disse que não acredita que o retorno do líder do PMDB ao
comando do Senado afete a credibilidade da Casa.
Renan
Calheiros é favorito para voltar a presidir o Senado, cargo ao qual renunciou
no final de 2007 para evitar ser cassado por quebra de decoro parlamentar após
ser alvo de uma série de acusações de irregularidades.
Ontem, o
Estado revelou que uma empreiteira de uma pessoa próxima a Renan faturou nos
últimos dois anos R$ 70 milhões em recursos do programa Minha Casa, Minha Vida
em Alagoas.
"Não
creio (que afete a credibilidade do Senado). Vai depender muito da gestão que
ele queira fazer, se ele fizer uma gestão correta, adequada, ao invés de
prejudicá-lo, vai enaltecer. Mas é o futuro que vai dizer", disse Temer,
presidente de honra do PMDB. O vice-presidente visitou de manhã o presidente do
Senado, José Sarney (PMDB-AP), com quem conversou durante 40 minutos
"sobre o futuro" (mais informações abaixo).
Questionado
se considera Renan Calheiros um "bom nome" para o comando do Senado,
Michel Temer disse que é "um nome escolhido pelo Senado, pelo partido, que
tem tradição e pode fazer uma belíssima gestão". E acrescentou: "É
isso que nós esperamos".
Semana
que vem. O vice-presidente ressalvou que o líder do PMDB ainda não é candidato,
e deverá oficializar sua candidatura "a partir talvez da semana que
vem". A respeito da disputa para presidir a Câmara - cargo para o qual o
deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) é o grande favorito - o presidente de
honra do PMDB preferiu fazer uma afirmação genérica: a disputa "está
caminhando". Segundo ele, "o melhor candidato, que ganhar simpatia da
bancada, será eleito" - uma referência à eventual disputa que deve reunir,
além de Alves, a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES).
Apesar
das denúncias e suspeitas envolvendo Renan e Henrique Eduardo Alves, a
ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse
que o Palácio do Planalto "não tem preferência" por nenhum dos
candidatos que disputam a presidência da Câmara e do Senado.
Autonomia.
Questionada sobre as disputas de que participam Renan Calheiros e, na Câmara,
Henrique Alves, Ideli disse que a deliberação da presidência das duas casas
"é autônoma" do Congresso Nacional.
"A
deliberação da presidência e da Mesa é uma deliberação autônoma, soberana do
Congresso Nacional e nós estamos apenas acompanhando e respeitaremos como
sempre a deliberação soberana dos deputados e senadores. Não há qualquer
comentário. A deliberação é soberana do Congresso", insistiu a ministra,
durante café da manhã em que recebeu jornalistas no Palácio do Planalto.
O
governo, segundo ela, não tem preferência (por candidatos) "porque a
preferência nossa é que eles escolham e a gente possa continuar tendo essa
relação produtiva, benéfica para o País que tivemos ao longo desses últimos
dois anos".
Apesar da
manifestação oficial de parte da ministra de Relações Institucionais, o governo
Dilma articula e apoia nos bastidores a indicação de Calheiros e de Henrique
Eduardo Alves para os dois cargos de mando das duas Casas do Congresso. BRASÍLIA, 24/01/2013, estadão.com.br.
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