O ex-senador Gilberto Miranda pediu
apoio ao médico infectologista David Uip, que atende a presidente Dilma
Rousseff...
O ex-senador Gilberto Miranda
pediu apoio ao médico infectologista David Uip, que atende a presidente Dilma
Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para articular a
indicação de um novo ministro do Supremo Tribunal Federal.
Miranda, que foi denunciado por
corrupção ativa pelo Ministério Público Federal por participação em um esquema
de compra de pareceres de órgãos públicos, fazia campanha a favor do nome do
presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), desembargador Ivan
Sartori.
Uip confirmou que Miranda, que é
seu paciente, pediu seu apoio pessoal, por telefone, para a campanha de Sartori
ao STF. O infectologista negou, no entanto, que tenha conversado com Dilma,
Lula ou qualquer político sobre a possibilidade de indicá-lo. "Ele pediu
que eu apoiasse o presidente Sartori para o Supremo. Conheço o desembargador,
que é um nome de alto nível e que teria todo o meu apoio, mas não fiz qualquer
pedido a Lula, Dilma ou qualquer autoridade."
O médico declarou que não se
lembra do teor de todas as conversas telefônicas que teve com o ex-senador e
que, portanto, não poderia afirmar categoricamente se Miranda pediu para que o
médico levasse o nome de Sartori à presidente e ao ex-presidente Lula.
O presidente do TJ-SP procurou
Miranda em outubro de 2012 para articular sua indicação ao STF, conforme
revelou a edição de ontem do Estado. O desembargador disse que havia sido
orientado por um amigo a entrar em contato com o ex-senador, que seria
"ligado" ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB).
Sartori conversou com Miranda por
telefone e se reuniu com ele duas vezes, do fim de outubro ao início de
novembro deste ano. Naquela ocasião, o ministro do STF Carlos Ayres Britto
estava prestes a se aposentar, abrindo espaço para a indicação de um novo nome.
Dilma ainda não decidiu quem ocupará a cadeira.
O presidente do TJ-SP disse que
foi uma vez ao escritório do ex-senador e que participou de um jantar em sua
casa com ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e políticos ligados a
Miranda para discutir o assunto.
"Alguns amigos sugeriram que
eu fizesse um trabalho para ir ao Supremo e me levaram até o Gilberto Miranda,
mas nada foi à frente. Não tenho ligação alguma com ele. Eu não o conhecia e
nunca o tinha visto antes, mas mantive poucos contatos com ele. Quem me levou
foi um ministro do STJ", afirmou Sartori.
Ele declarou que não conhece
Paulo Vieira, apontado pelos investigadores como chefe do grupo desmontado na
Operação Porto Seguro, e Rosemary Noronha, ex-chefe de gabinete da Presidência
da República em São Paulo. "Estou pronto a prestar qualquer
esclarecimento. A minha vida é transparente", disse Sartori.
O desembargador disse que Miranda
"se dispôs a fazer um trabalho político" pela indicação de seu nome
ao Supremo. Sartori reiterou que discutiu com o ex-senador apenas a possível
indicação de seu nome ao STF e afirmou que falou sobre o assunto com outras
autoridades.
Por: estadão.com.br 15/12/2012 –
Bruno Boghossian e Fausto Macedo.
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