Milhares pedem dissolução
do parlamento no Kuwait.
A oposição boicotou as eleições em razão de uma
emenda à lei eleitoral que fraudou as eleições.
Dois mil kuwaitianos protestaram esta quarta-feira para pedir, pelo
terceiro dia seguido, a dissolução do parlamento eleito em 1º de dezembro e que
eles consideram ilegítimo, declararam militantes e testemunhas.
Segundo as fontes, a polícia antidistúrbios usou bombas de gás
lacrimogêneo e granadas de efeito moral em alguns setores para dispersar os
manifestantes.
As concentrações da oposição têm ocorrido todas as noites desde a
segunda-feira e algumas duram toda a noite e são marcadas por confrontos com a
polícia antimotins.
Depois do início do movimento, dezenas de pessoas foram detidas, entre
as quais 10 adolescentes, e algumas pessoas ficaram levemente feridas, segundo
os militantes.
A oposição, que comporta islamitas, nacionalistas e liberais, pede a
dissolução do Parlamento eleito nas legislativas do começo do mês, que ela
considera "ilegítima".
A oposição boicotou as eleições em razão de uma emenda à lei eleitoral
que fraudou completamente, segundo ela, os resultados do escrutínio e cuja
supressão ela também exige.
A minoria xiita do Kuwait conquistou a maioria do Parlamento eleito.
Segundo os resultados anunciados pela Comissão Eleitoral Nacional, os
candidatos xiitas conquistaram 17 das 50 cadeiras do Parlamento, um recorde
histórico. Os xiitas se recusaram a responder aos apelos de boicote ao
escrutínio lançados pela oposição, dominada pelos sunitas.
Segundo a Comissão Eleitoral Nacional, a participação nas eleições foi
de 39,7%. Segundo a oposição, não foi de mais de 26,7%.
O boicote foi o maior nas regiões habitadas por tribos beduínas, onde os
líderes locais pediram que não fossem votar.
Os dirigentes da oposição anunciaram que as manifestações continuarão
até que o novo Parlamento, que devia ter sua sessão inaugural em 16 de
dezembro, seja dissolvido e que a emenda à lei eleitoral, retirada.
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