Por Reinaldo Azevedo, 31/08/2015, www.veja.com.br
A hipocrisia dos petistas e de seus
colunistas amestrados é mesmo asquerosa. É irritante vê-los todos ofendidos por
causa do Pixuleko, o boneco inflável em que Lula aparece vestido de presidiário.
Parece que se está chutando a santa, numa atitude iconoclasta em sentido
religioso mesmo. Não! A única iconoclastia foi cometida por quem meteu a faca
no… ícone! Qual é a dos petistas?
Quem é esse? É uma tentativa de
representar Fernando Henrique Cardozo em 1998. Quem patrocinou o protesto? O PT
e a CUT. O que eles pediam? “Fora FHC”! Alguma suspeita ou acusação de que o
presidente, então, tivesse cometido crime de responsabilidade? Nem a mais
remota. FHC não tinha nem um mês à frente do novo mandato, e Tarso Genro, à
época um figurão do PT, defendeu em artigo na Folha o seu afastamento.
Ninguém foi lá bater nos petistas.
Ninguém os chamou de golpistas. Ninguém tentou confronto de rua. Consta,
informa Folha, que os companheiros disseram ter gastado R$ 32 mil para fazer
aquele troço em 1998. Eu, hein! Já era um caso acho de superfaturamento até
entre a companheirada. Não vale! FHC foi malhado depois.
Trata-se de um protesto de policiais
civis, em 2013, que contou com o apoio do PT, por elevação de salários. Na foto
abaixo, de novo, o governador é alvo, aí por causa da crise hídrica. Notem quem
assina a faixa: MTST, um dos muitos esbirros do petismo. E isso tudo sempre foi
chamado por aquilo que é: liberdade de expressão.
Em 2005, PSOL, PSTU, PCB, PDT e até o PRONA
organizaram um protesto em Brasília. Vejam ali o Lula caracterizado como
traidor e associado a Collor.
Ora, quando grupos que pedem o
impeachment de Dilma resolvem fazer um boneco de Lula caracterizado como
presidiário, aí os petistas se comportam como santinhas no lupanar? Tiram ares
de ofendidos?
Então só as esquerdas têm licença para
fazer graça, caricatura e ironia? Então só elas têm o privilégio de criar
pechas, de maldizer, de escarnecer? Então a linguagem do protesto é domínio exclusivo
de “companheiros” e “camaradas”?
Uma ova! As esquerdas perderam as ruas,
e se revelou a sua condição essencial, que é o divórcio do povo. Desde quando essas
caras representam a maioria? Enquanto foi possível dar um truque nos
brasileiros, escondendo os pés de barro de uma economia condenada a ruir,
viveu-se a ilusão de que as esquerdas haviam aprendido alguma coisa.
Mas elas não aprenderam nada. Muito
menos a ser tolerantes com a divergência. Continuam querendo bater, espancar,
esfolar e, se possível, como fizeram no passado e fazem ainda hoje no comando
ditaduras e protoditaduras, matar.
Mas não farão por aqui! Perderam e vão
ter de se conformar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário