Por Augusto Nunes, 16/11/2015,
www.veja.com.br
Recomeçou nos jornais e na TV a lengalenga dos colunistas que só não
dormem de burca porque a mulher iria estranhar e a choradeira dos “analistas”
intimamente entusiasmados com a idéia de que, se Alá sempre foi grande, ficou
maior depois do massacre de 13 de novembro. As duas tribos lamentam por
antecipação o provável aumento, entre os povos europeus, dos preconceitos
contra a comunidade islâmica.
Esses profissionais do farisaísmo jamais derramaram uma única e escassa
lágrima por inocentes assassinados. Só choram lágrimas de esguicho pelo que
chamam de xenofobia. Fingem ignorar que não seria difícil evitar a
intensificação do fenômeno: bastaria que os líderes islâmicos renunciassem
à omissão indecorosa em que se refugiam a cada erupção de selvageria
provocada por seitas extremistas.
Por que nenhum deles condenou os atentados terroristas com a veemência
requerida pela indignação sincera? Pergunta o comentário de 1 minuto para o
site de VEJA. O que esperam para promover nas ruas de Paris manifestações
que traduzam o apoio da comunidade à França ultrajada pela ferocidade do Estado
Islâmico?
Pouco importa se tal mudez é fruto do medo. Quem vive nas cidades
expostas aos matadores patológicos tem medo também. Silêncio perpétuo é
consentimento. O resto é conversa fiada.
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