Em vez de atacar o MP, os petistas deveriam é
erguer uma estátua para Rodrigo Janot, o principal agente do “Fica Dilma”
Por Reinaldo Azevedo, 11/11/2015,
A Folha informa que o PT lança nesta
quarta uma cartilha em que lista seus inimigos. Bem, nós já sabemos quais são
os seus amigos, não é mesmo? O partido pensa, por exemplo, em fazer um
desagravo ao patriota João Vaccari Neto.
Os alvos são o juiz Sergio Moro, o ministro Gilmar
Mendes (STF), alguns procuradores da República e, ora vejam, a “imprensa
monopolizada” — ainda preciso saber de que monopólios falam esses valentes.
Agora que começou o seu caminho rumo ao fim, que
nem está tão distante, o PT precisa excitar a cachorrada, para que esta sinta o
cheirinho de sangue e ainda tente morder o calcanhar dos inimigos.
Eu mesmo, e não é segredo para ninguém, tenho
reservas à atuação de Sergio Moro — ele não é Deus (porque ninguém é) — e a
certa vocação messiânica deste ou daqueles procuradores. Mas eu não sou
investigado nem estou tendo meus interesses contrariados. Também não fui
flagrado metendo a mão em alguns bilhões de dinheiro público. As minhas
reservas são de natureza técnica — e já faz tempo! — e dizem respeito ao que
considero abuso no caso das prisões preventivas.
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O PT faz a crítica de quem quer a impunidade.
Lembra, por exemplo, que Moro assessorou a ministra Rosa Weber, do STF, no caso
do mensalão. Bem, e daí? Isso, por si, depõe contra ele? A ministra não esteve entre
as mais duras naquele caso. E qual é o problema com Mendes? O PT está infeliz
porque o ministro iniciou a divergência que reabriu a investigação sobre as
contas do partido? O placar no TSE foi de 5 a 2 a favor da reabertura.
O PT deveria é erguer uma estátua para Rodrigo
Janot, procurador-geral da República, que fez de Eduardo Cunha o inimigo número
um da República — por nada que Cunha não tenha feito, é verdade, mas é evidente
que ele não é o chefe do petrolão, como fica parecendo às vezes.
Ao fazê-lo, Janot retirou das costas do governo
federal — no caso, das de Lula e Dilma — a responsabilidade pela
sem-vergonhice. O procurador-geral é a personagem principal do “Fica Dilma”.
A cartilha elaborada pelo partido é parte da
estratégia para, posando de vítima, poder atacar abaixo da linha da cintura.
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