José Dirceu sabe o que Bumlai guarda em sigilo e muitíssimo mais. O
guerrilheiro de festim foi o subchefe de Lula
Por Augusto
Nunes, 03/05/2017,
www.veja.com.br
“Este é um
caso complexo e triste da nossa própria história”, disse Gilmar Mendes, no
início do voto que decidiria o pedido de habeas corpus de José Dirceu, preso desde 3 de agosto de 2015
e condenado por Sérgio Moro a 32 anos e um mês de prisão por corrupção, lavagem
de dinheiro e associação criminosa. Por alguns instantes, algum desavisado pode
ter imaginado que o ministro do Supremo Tribunal Federal estava se referindo ao
maior escândalo de corrupção já noticiado no país.
Errou, mostraria a continuação da fala que
colocaria em liberdade o subchefe do mensalão e um dos protagonistas do
petrolão: “Não podemos nos ater à aparente vilania dos envolvidos para decidir
acerca da prisão processual. E isso remete à própria função da jurisdição em
geral, da Suprema Corte em particular. A missão de um tribunal como o Supremo é
aplicar a Constituição, ainda que contra a opinião majoritária”.
Ex-advogado do PT, Antônio Dias Toffoli também
decidiu ajudar o antigo companheiro. “A prisão preventiva não pode ser
utilizada como um instrumento antecipado de punição”, afirmou o ministro que,
na semana passada, livrou da cadeia o pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-assessor
do PP João Cláudio Genu.
Terceiro voto a favor, Ricardo Lewandowski foi
além: “O risco de reiteração é remotíssimo”, delirou. “Não se pode impor ao
paciente que aguarde preso indefinidamente eventual condenação no segundo grau
de jurisdição”.
A decisão por três votos a dois provou que o
caminho mais curto entre uma cela e o portão de saída da cadeia começa e
termina na sala em que delibera a 2ª Turma do STF. Na semana passada, esse atalho
foi percorrido por Bumlai, o empresário vigarista que, no governo do amigo
Lula, entrava sem pedir licença no Palácio do Planalto. Hoje, foi utilizado por
José Dirceu.
O sonho de todo condenado em primeira instância é
ser libertado antes que sejam descobertos os crimes que não confessou. É esse o
caso de Bumlai e de Dirceu. Premiados com a devolução do direito de ir e vir,
ambos se dedicarão em tempo integral a obstruir a Justiça e ocultar provas (ou
destruí-las).
O fazendeiro espertalhão ainda mantém no baú dos
pecados mortais um punhado de bandalheiras de altíssima voltagem. Sobre o
assassinato do prefeito Celso Daniel, por exemplo, ele sabe muito mais do que a
imprensa publicou.
O guerrilheiro de festim conhece bem o que Bumlai
guarda em sigilo e muitíssimo mais. Ele foi o subchefe de Lula. É provável que
só saiba menos que o comandante supremo da maior seqüência de assaltos aos
cofres públicos da história do Brasil.
Comentários
MAYCON
Essa
decisão foi um aceno ao Palocci. Parece que o STF teme as delações desses dois
indivíduos. Será que é porque ministros dessa corte estariam envolvidos? Seria
o primeiro caso na história de um ministro do STF sendo processado na própria
corte. Claro que não daria em nada, mas já seria um avanço. Sim, porque está
ficando claro que pode haver envolvimento com políticos ladrões! Também é fato
que muitos desses ministros do STF foram advogados desses ladrões (por ex.
Lewandowisk, Dias Tofolli...). Está na hora da população mostrar a sua força e
que esses “supremos” são na verdade SERVIDORES PÚBLICOS em sua essência. O que
aconteceu foi uma demonstração de conivência, quase de entrelaçamento com os
criminosos libertados. À exceção de alguns, trata – se de um Supremo Tribunal
de Falcatruas.
Edson
Puiatti
Brasil
– País em que o rato reclama do queijo
Heitor
Zanini
Chego
a maldizer os militares que GOVERNARAM esse país após 1964 pela incompetência
dos mesmos em não ter eliminado de vez esse tipo de traidores da pátria como o
que foi agora libertado, a ex-presidente e seu chefe e toda essa catrefa de
vagabundos.
Alfredo
Quem
indicou o tal Ricardo para o supremo? Dizem que foi a Maria. Amiga da mãe dele.
WGP
Só
para lembrar (…)
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada. (…)
No Caminho, com Maiakovski
(Eduardo Alves da Costa)
Ahilto
Wandermurem Filho
Este
Supremo é a nossa maior vergonha. Turma animadora de mau caráter. Estes
criminosos deveriam ser julgados pelo plenário e não somente por esses
abonadores dá segunda estância.
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