Por Rogério
Mendelski, 26/02/2013,
www.correiodopovo.com.br
“O lamentável episódio da madrugada de ontem, no
Mercado Público, é chocante. É a imagem da barbárie. É a reação da
sociedade completamente sem segurança, à mercê da bandidagem, fazendo justiça
com as próprias mãos.
Quem é o verdadeiro responsável? É o Poder Público
com suas carências de pessoas e de recursos técnicos e com seus medos de
combater a bandidagem por causa das leis frouxas.
É responsável também o Judiciário com suas
aplicações frouxas das leis. Não sejamos hipócritas. Quem de nós, uma vez
assaltado, não teve vontade de “acabar” com o assaltante? Foi a vontade que
tive quando meu filho foi assaltado – pasmem! – na Praça da Matriz, quase
em frente ao Palácio Piratini, quando outro filho foi assaltado com uma
faca bem em frente à Santa Casa, e quando um assaltante botou um
revólver na cara de meu filho nas imediações da Reitoria da Urgs.
Certamente, o ilustre Conselheiro do Tribunal de
Contas (Marcos Peixoto), assaltado pela terceira vez em curto espaço de tempo,
teve a mesma vontade. Nisso tudo, só tenho uma certeza: será grande o empenho
da polícia para identificar os autores da barbárie, assim como vem fazendo
para incriminar aquela vovó, de Caxias do Sul, que atirou num bandido dentro da
própria casa.
Enquanto a polícia gasta tempo "para
incriminar os assaltados que reagem, os bandidos continuarão a
assaltar nas residências, no Mercado Público e em todo e qualquer lugar”.
A coluna apenas reproduz uma mensagem enviada pelo
desembargador Irineu Mariani (TJ/RS) que já sentiu na sua família a violência
que se instalou em nosso país. Nestes tempos de igualdade e de emergência
social, a bandidagem faz o mesmo, ocupando um espaço que antes era apenas da
lei e das autoridades.
Jacinto Lamas, ex-tesoureiro do extinto PL e atual
PR, condenado pelo STF no julgamento da Ação Penal 470 (o nosso conhecido
mensalão), se aposentou com o salário de R$ 43 mil mensais, na Câmara dos
Deputados.
A condenação de Jacinto Lamas foi por corrupção
ativa, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Sua aposentadoria foi
assinada pelo ex-presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), e publicada no
Diário Oficial da União no início de outubro de 2012, na mesma semana em que
recebeu a condenação da corte suprema. Lamas se aposentou no cargo de analista
legislativo.
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