Por Diza Gonzaga, 23/07/2013,
www.correiodopovo.com.br
Neste
momento em que vivemos uma grande movimentação da sociedade é importante
fazermos a reflexão de qual é a nossa motivação para contribuirmos com as
mudanças que queremos para nosso país. O quanto estamos dispostos a mudar? O
que cada um de nós pode fazer para deixarmos de ser o país do “jeitinho”?
Afinal, as atitudes que condenamos nos políticos e que queremos banir do nosso
país não são muito diferentes das do cidadão que fura a fila; joga lixo no chão
e quando está ao volante, não raras vezes, coloca a sua vida e a de outras
pessoas em risco.
Nesses
anos de caminhada com o Vida Urgente, participamos e acompanhamos os avanços
que a sociedade obteve. Há mais de dez anos, quando nossos jovens voluntários
saíam nas madrugadas pelos bares, com uma borboleta no peito e um bafômetro na
mão, enfrentavam o desafio de mostrar aos frequentadores que bebida e direção
são uma mão dupla de morte. Não era fácil, pois o que mais ouvíamos era: “Eu
até dirijo melhor quando bebo".
Hoje,
estudo da Fundação Getúlio Vargas aponta que 90% das pessoas julgam incorreta
tal atitude. Usar o cinto já é uma realidade que a maioria não abre mão, embora
ainda esteja restrito a passageiros do banco da frente. Mudar uma cultura é um
grande desafio, e tem que ser feito com humildade, pois a mudança só é possível
com a participação efetiva da sociedade; não acontece do dia para a noite e nem
por decreto. Temos muito trabalho pela frente, a questão do trânsito envolve
educação – esta é a nossa parte. Precisamos que os governos também façam a sua:
fiscalização eficiente e engenharia de trânsito compatível com a segurança para
a preservação da vida. Não podemos nos conformar com a “curva da morte” ou a
“estrada do inferno”, como se perde a vida nesses locais fosse destino ou
fatalidade de quem por ali passar. Levante “seu cartaz” para mostrar o quanto
podemos ser civilizados e cuidar de nossa vida e da de quem amamos. Não
incentive àqueles que se consideram o “braço”, “os donos da direção”, que bebem
e dirigem, pois não merecem aprovação. Este país que está mostrando a sua cara,
como nos versos de Cazuza, tomando as ruas com a força e a vitalidade da
juventude, reforça a minha fé nos jovens. Creio em sua verdade, sua alegria e
sua imensa capacidade de sonhar e transformar.
Por
tudo isso ousa dizer que só com a participação da juventude é possível
transformar uma nação. Se hoje a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga ultrapassa
as fronteiras de nosso estado, fazendo a borboleta Vida voar pelo Brasil, é
porque milhares de jovens têm levado esta bandeira da Vida.
Diza
Gonzaga, Presidente da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga.
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