Por VERA ROSA, 22/11/2012, www.estadao.com.br.
O ministro-chefe da Secretária-Geral
da Presidência, Gilberto Carvalho, chamou nesta quarta-feira (21) o
financiamento...
O ministro-chefe da Secretária-Geral da
Presidência, Gilberto Carvalho, chamou nesta quarta-feira (21) o financiamento
privado de campanha de "maldito" e disse que a lei eleitoral é a
"mãe da corrupção". Ao participar de um seminário para movimentos
sociais, no Palácio do Planalto, Carvalho pregou a reforma política e afirmou
que o governo enfrenta contradições internas em relação à necessidade de
democratização do Estado.
"Não há outra saída
se nós, de fato, não pensarmos numa profunda reforma do Estado e numa reforma
política, que ataque e enfrente as questões táticas e estratégicas. Tática é
esse maldito financiamento privado de campanha, essa legislação eleitoral que
é, a meu juízo, a mãe da corrupção. É onde tudo começa", disse o ministro.
Sem citar o termo mensalão, Carvalho não escondeu a
tristeza com a condenação de antigos companheiros pelo Supremo Tribunal
Federal, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT
José Genoino e o ex-tesoureiro Delúbio Soares. "Nós, que estamos sofrendo
esse processo que se passa no Judiciário, sabemos a dor de tudo isso",
argumentou.
Questionado depois pelo Estado sobre o fato de ter
se referido à atual lei como "mãe da corrupção", Carvalho voltou a
defender mudanças. "O sistema eleitoral, do jeito que está estruturado,
estabelece a dependência dos candidatos ao poder econômico", afirmou.
"É uma distorção."
No seminário intitulado "Participação social e
democratização do Estado: o papel político dos movimentos sociais", o
ministro elogiou a iniciativa popular que culminou com a Lei da Ficha Limpa.
Destacou, porém, que o financiamento público de campanha e o voto em lista são
"essenciais" para a prática da "política decente".
Ex-secretário-geral do PT e ex-seminarista,
Carvalho contou que foi candidato a deputado federal, em 1986, e obteve 25.077
votos. "Naquele tempo, dava para ser candidato sem dinheiro. Eu ganhava
três salários mínimos. Meu lema era ?Na luta faremos a lei?." "As informações são do jornal "O
Estado de S. Paulo.
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