Por Reinaldo Azevedo, 07/08/2015,
www.veja.com.br
A presidente Dilma Rousseff precisa
esquecer a ditadura porque a ditadura já esqueceu Dilma Rousseff. Não tivesse
esquecido, ela não ocuparia o cargo que ocupa.
Diz ela que ninguém vai lhe tirar a
legitimidade. É? Não existe uma legitimidade na democracia que se confronte com
a legalidade ou que a exclua. O contrário vá lá, pode até ser possível como
especulação teórica.
Digamos que nada houvesse contra Dilma
no terreno legal, ainda que 100% dos brasileiros a quisessem fora do governo. A
legitimidade já teria ido para o vinagre, convenham. Mas restaria hígido o seu
mandato.
Não é o caso.
Legitimidade não se mantém no berro. É
preciso que seja reconhecida. Ninguém é legítimo numa determinada demanda se
não é reconhecido como tal por aqueles que estarão submetidos às conseqüências
dessa legitimidade.
Já a legalidade diz respeito àquilo que
vai nos códigos. Maiorias de ocasião não fazem as leis, certo? Nem minorias
barulhentas.
Seja com for,
presidente, não será no berro.
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