Sabe-se? Quem 'sabe-se', cara
pálida? Eu não sei. Ninguém me contou, nem você
Por Augusto
Nunes, 18/08/2016,
www.veja.com.br
Texto de Vlady Oliver
É impressionante como até boas avaliações podem
servir para o mais pusilânime proselitismo ou para a vigarice pura e simples. O
que dizer desta frase? “A delação de Marcelo Odebrecht é um problema; sabe-se
que o naufrágio do capitalismo tupiniquim será estrepitoso”. ACUMA? De que
diabos o cara está falando? Que mistura é esta que imputa “ao capitalismo” – e
não aos quase vinte anos de socialismo que levamos no lombo – a causa de toda a
roubalheira que vemos por aqui?
Esse é daqueles pingentes que estraga todo o resto.
Ao ler o texto em moldura, replicado no excelente Aluízio Amorim, perdi o
interesse logo de cara, pois uma armadilha como esta avisa que todo o resto
pode ser bobagem, servindo apenas de decoração para as reais intenções do
planta carnívora que escreve a bobajada. Um Gabeira. Uma Erundina. Pois bem.
Tenho meus senões a quem recorre – especialmente jornalistas – ao “sabe-se”.
Quem “sabe-se”, cara pálida? Eu não sei. Ninguém me
contou, nem você. Quer o jornalista se incluir no rol daqueles que “sabem
alguma coisa que a plebe rude não sabe”, quando está claro que o cara deve ser
tão desinformado quanto suas próprias avaliações marretas. Por elas, o governo
Michel Temer enfrentará sonoros problemas, assim que o impeachment sair de
fininho. Que mimoso.
Como astrólogo, o analista político não tem
vergonha de balizar o que eles pensam que sabem e dominam. Também me arrisco a
fazer uma profecia política, daqui pra frente. O único inimigo de Michel Temer
chama-se Michel Temer. Na atual conjuntura, só o primeiro pode impedir o
sucesso do segundo, e vice-versa. Desenhando para os que não entenderam: querem
a todo custo estes esquerdistas vigaristas – ladrões de faixas presidenciais e
cúmplices do projeto todo – fingir que a esquerda AINDA é o caminho, quando sabemos
que o governo está nas mãos de um conservador meia-direita.
Não é um militar, não é um Bolsonaro nem um
representante desse tal de “capitalismo” a que se refere o jornalista. É
simplesmente um governante, em condições de colocar o país nos eixos. Só ele
sabe se vai fazer o que deve ser feito ou vai jogar no lixo a sua oportunidade
– como o fizeram os dois ladrões de faixas presidenciais que o precederam. É
isso o que descabela essa esquerdalhada pilantra, meus caros. “Estrepitoso fim
do capitalismo”. Conta agora a do papagaio.
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