CPI da
Merenda ‘poupa’ políticos citados em esquema de depor
Comissão convocou dezesseis
pessoas para depor nesta quarta-feira. Na lista, porém, não constam os nomes de
seis políticos investigados pela Operação Alba
Da redação,
03/08/2016,
www.veja.com.br
O relator da CPI da Merenda na Assembléia Legislativa de São Paulo (Alesp),
deputado Estevam Galvão (DEM), excluiu os parlamentares paulistas suspeitos de
envolvimento no esquema de desvio de dinheiro da alimentação escolar no Estado
da lista de depoentes da comissão, que retoma os trabalhos nesta
quarta-feira, após um mês de recesso.
Entre os “poupados” pela CPI está o presidente da
Alesp, Fernando Capez (PSDB), acusado por dois delatores da Operação Alba
Branca de ter recebido propina em contratos da Cooperativa Orgânica Agrícola
Familiar (Coaf) com prefeituras e com a Secretaria Estadual da Educação do
governo Geraldo Alckmin (PSDB). Capez nega. Aliado dos tucanos, Galvão
divulgou na terça-feira o plano de trabalho da CPI no qual lista dezesseis
pessoas que devem ser convidadas ou convocadas a depor. Além de Capez, também
ficaram fora da relação de depoentes os deputados estaduais Luiz Carlos Gondim
(SD) e Fernando Cury (PPS), e os deputados federais Baleia Rossi (PMDB), Duarte
Nogueira (PSDB) e Nelson Marquezelli (PTB), todos citados nas investigações e
que também negam as acusações.
O roteiro será colocado em votação nesta
terça-feira na CPI, onde oito dos nove integrantes são da base aliada de
Alckmin, incluindo o presidente, Marcos Zerbini (PSDB). “É a prova material da
blindagem que a CPI quer fazer ao presidente Capez, que é citado diversas vezes
e que tem assessores seus envolvidos nesse escândalo”, criticou Alencar Santana
(PT), único deputado da oposição na comissão.
O petista criticou ainda a ordem de depoimentos,
que prevê ouvir primeiro o corregedor-geral do Estado, Ivan Francisco Pereira
Agostinho, e todos os acusados que não são políticos, como o ex-secretário da
Educação Herman Voorwald, o ex-chefe de gabinete da pasta Fernando Padula, e
três ex-assessores de Capez: Jéter Rodrigues, Merivaldo dos Santos e Luiz
Carlos Gutierrez, o Licá.
Somente depois serão ouvidos os ex-integrantes da
Coaf e lobistas presos pela Operação Alba Branca no início deste ano e que
delataram os pagamentos de propina aos demais. “Não tem lógica ouvir primeiro
quem está sendo acusado daquele que o acusa. Esse roteiro foi feito única e
exclusivamente para favorecer a defesa dos acusados e prejudicar a investigação
da CPI”, disse Santana.
O relator Estevam Galvão rebate as críticas dizendo
que Capez ainda não será convocado porque “o nome dele ainda não foi citado
oficialmente em nenhum lugar a não ser na imprensa”. Segundo ele, “já está
previsto que (Capez) será convocado” após recebimento do inquérito da Alba
Branca. Galvão disse ainda que ouvir os acusados antes pode “dar mais
instrumentos” para a CPI. “Mas isso não é uma coisa inflexível”, afirmou.
(Com Estadão Conteúdo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário