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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Resta ao PT assoviar uma música triste; julgamento de Dilma começa no dia 25



Se Ricardo Lewandowski continuar a conduzir os trabalhos com isenção e destreza, não há razão para o julgamento se estender além do dia 29

Por Reinaldo Azevedo, 11/08/2016,
 www.veja.com.br

A presidente afastada, Dilma Rousseff, será intimada nesta sexta-feira, depois que José Eduardo Cardozo, seu advogado, a entregar as alegações finais. O julgamento, já está definido, começa no dia 25.

Segundo o rito estabelecido, a partir do libelo da defesa, cantam-se 10 dias para o julgamento. Logo, deveria ter início no dia 22. Mas aí se descobre que não se começa a contar o prazo num fim de semana. Ah, bom. Só a partir de segunda, dia 15. E os dias 20 e 21, também sábado e domingo, respectivamente? Ah, esses contam.

Ok. Que seja! Começando a 25 de agosto, há cinco dias úteis para o julgamento (25, 26, 29, 30 e 31). Os que defendem o impeachment acreditam que três são mais do que suficientes. A acusação já afirmou que pretende abrir mão de três das seis testemunhas para acelerar as coisas.

O processo, assim, termina em agosto mesmo, o que permitirá ao presidente, aí não mais interino, Michel Temer participar da reunião do G-20, na China.
Os petistas e assemelhados inventaram a cascata de que Temer quer pressa na votação porque tem receio das investigações da Lava Jato, o que poderia reverter alguns votos no Senado. É uma tolice sem tamanho.

Em primeiro lugar, ainda que a acusação contra Temer já estivesse clara e consolidada, não se trocaria o certo pelo duvidoso. Dilma também está enrolada na Lava Jato.

Em segundo lugar, talvez os petistas pudessem apontar quais senadores tenderiam a mudar de lado. Isso é conversa mole! O que deve acontecer é o contrário: o impeachment tende a ganhar mais dois ou três votos. É parte apenas da estratégia para deslegitimar aquele que é substituto constitucional de Dilma.

“E se também Michel Temer for engolfado pela Lava Jato?” Ora, nós vamos; como diz o próprio presidente, ver o que diz o “livrinho”, a Constituição.

Os petistas sabem que nada mais há a fazer a não ser assoviar uma melodia triste. Já era. Por isso pagam o mico de recorrer até a Comissão Interamericana de Direitos Humanos para denunciar uma suposta agressão aos direitos individuais de Dilma, o que adiciona ao patético um flagrante desrespeito pelos Poderes Legislativo e Judiciário.

Tomara que o ministro Ricardo Lewandowski continue a presidir com a devida isenção e destreza os trabalhos. Se assim for, não há nenhuma razão para que se estenda o julgamento além de 29 de agosto.

E aí estaremos a dois dias apenas de entrar no mês de setembro, quando chegará a hora de Eduardo Cunha prestar contas por suas escolhas.

Se a Câmara fizer o serviço sujo, o Supremo se encarregará de limpar a sujeira.

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