Empresário Fernando Bittar
prestou depoimento nesta semana à força-tarefa da Lava Jato
Por Eduardo
Gonçalves, 19/08/2016,
www.veja.com.br
O empresário Fernando Bittar, que é dono no papel
do sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), afirmou em depoimento à Polícia
Federal que obras de ampliação foram feitas no local para abrigar o acervo
presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Parte das obras
no sítio foram realizadas em razão da necessidade de recepção do acervo
presidencial do então presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva”, diz
transcrição do depoimento colhido no dia 15 de agosto, mas anexado aos
autos do processo somente nesta quinta-feira.
A força-tarefa da Lava Jato diz que o imóvel
pertence à família de Lula e está no nome de laranjas – no caso, Fernando
Bittar e Jonas Suassuna, que são sócios de Fábio Luis Lula da Silva, um dos
filhos do ex-presidente. Os investigadores suspeitam que empreiteiras
envolvidas no petrolão, como OAS e Odebrecht, fizeram obras no sítio como
gratificação pela influência do ex-presidente na Petrobras.
Em depoimento, Bittar afirmou que a ideia de
comprar o sítio surgiu em uma reunião familiar com seu pai e irmãos para que
“pudessem receber os amigos”. O pai do empresário é Jacó Bittar, ex-prefeito de
Campinas (PT) e amigo de longa data de Lula. Em fevereiro, o ex-presidente já
havia admitido, em peça ao Supremo Tribunal Federal, que o imóvel foi adquirido
por seu amigo para que ele pudesse “acomodar objetos que (…) havia recebido do
povo brasileiro durante os dois mandatos de presidente da República”.
A chácara foi comprada pelo valor de 1,5 milhões de
reais em 2010 e as primeiras reformas foram feitas em janeiro de 2011, quando
Lula deixou a presidência. Bittar relatou à PF que não tinha todo o dinheiro na
época e que, por isso, chamou Jonas Suassuna para ajudá-lo a comprar a
propriedade.
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