A roubalheira institucionalizada pela Era da Canalhice não poupou sequer
uma fita de gorgorão e um broche
Por Augusto
Nunes, 18/08/2016,
www.veja.com.br
Depois de reiterar que o Brasil decente espera que
a posse da ministra Carmen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal
acelere o resgate da seriedade seqüestrada por 13 anos e meio de governo
lulopetista, meu parceiro Tunico reproduz no comentário enviado à coluna as
observações feitas por sua amiga Eliana França Leme sobre outro espanto
produzido pela Era da Canalhice: o furto da faixa presidencial. Segue-se o
texto:
Não me conformo, estou profundamente indignada.
Santo Deus! O sumiço da faixa presidencial não pode ser encarado como um fato
marginal entre as irregularidades já perpetradas por Lula e Dilma, de modo
algum! Tal faixa tem um valor simbólico inestimável. Não se trata apenas de uma
fita de gorgorão com o emblema de nossa República, uma jóia belíssima elaborada
pelas mãos habilidosas de um ourives, em ouro e pedras preciosas. É muito mais
do que isso: quem a recebe no dia da posse é alguém eleito pelo povo para
carregar nos ombros a função sagrada de conduzir os destinos da nação.
Para Lula e Dilma, nada disso tem relevância. Em
2007, Lula encomendou outra faixa sem revelar o que foi feito da que recebeu de
FHC. Dilma, por sua vez, importou-se tão pouco com a que Lula lhe transmitiu
que não pareceu sequer constrangida com o sumiço. O gorgorão foi encontrado,
mas sem as jóias que são um símbolo da Pátria. É fundamental que sejam
encontradas as peças que faltam, para que sejam urgentemente devolvidas ao
verdadeiro dono: o povo brasileiro. Não é justo que se faça outra faixa porque
as anteriores foram surrupiadas.
Nós as queremos de volta, além dos quase 5.000
itens que também deveriam estar sob a guarda do Estado brasileiro. Nada do que
esses dois presidentes receberam lhes pertence. Ambos devem ser processados por
mais uma rapinagem que, como outros atos revoltantes, envergonham e constrangem
brasileiros honestos. Já se sabe que Lula guardou parte desse patrimônio
público num cofre particular do Banco do Brasil administrado por uma das
empreiteiras envolvidas na Lava-jato. É mais um roubo que nos enoja e revolta.
Que almas pequenas!
Haja ganância, acrescento. De acordo com um
relatório do Tribunal de Contas da União, Lula recebeu 568 presentes durante os
oito anos de governo e Dilma, 163. Segundo o TCU, ele entregou ao acervo do
Planalto apenas nove peças. Ela não passou de meia dúzia. Tanto o poste quanto
seu fabricante fingem ignorar que patrimônio da União é uma coisa, patrimônio
pessoal é outra muito diferente. Devem ser incorporados aos bens da União
presentes trocados entre chefes de governo. Lula e Dilma fazem de conta que os
presentes que ganharam podem decorar um sítio em Atibaia ou um apartamento em
Porto Alegre.
Como informou no começo da tarde a coluna Radar, o broche que
continuava sumido reapareceu nesta quarta-feira. “Foi encontrado
debaixo de um armário numa das salas do Palácio do Planalto”, diz a nota no
site de VEJA. “A Polícia Federal foi acionada e fará uma perícia no local para
tentar descobrir se a peça estava esse tempo todo perdida em baixo do móvel ou
se alguém a colocou no local após a divulgação do desaparecimento”.
As investigações da Lava Jato provaram que, com a
bênção da dupla de presidentes, bandidos de estimação bateram o recorde mundial
de corrupção. Os ladrões já engaiolados estão fora da lista de suspeitos:
além de impossibilitados de exercer o direito de direito e ir e vir, esses só
pensam em safadezas bilionárias. Os larápios ainda em liberdade parecem
contentar-se com menos. Para o que gatuno que agiu no Palácio do Planalto, por
exemplo, a faixa presidencial está de bom tamanho.
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