Ela se diz favorável ao
impeachment, mas seu homem no Senado é o mais ativo combatente contra a saída
de Dilma; consegue ser mais convincente do que os petistas
Por Reinaldo
Azevedo, 26/08/2016,
www.veja.com.br
Petistas à parte, Marina Silva, a líder
espiritual da Rede, é a mais notável farsante da política brasileira. É o PT
clorofilado, com Banco Central independente, o que atrai a simpatia de liberais
do miolo mole.
A ex-senadora defendeu nesta
sexta-feira o impeachment de Dilma Rousseff. Segundo ela, o processo contra a
petista irá “passar o Brasil a limpo”. Questionada sobre a frase de Lula, de
que esta é “a semana da vergonha nacional”, Marina disse que o processo é
saudável à democracia e está previsto na Constituição. As declarações da
principal líder do partido Rede Sustentabilidade foram concedidas em coletiva
de imprensa no Paraná, onde esteve para fazer campanha em favor de Requião
Filho (do PMDB) e Aliel Machado (da Rede), respectivamente, às prefeituras de
Curitiba e Ponta Grossa.
Então vamos ver. Tão logo a denúncia
foi protocolada na Câmara, lá atrás, Marina atacou o impeachment. Seu partido
chegou a registrar isso em documento. Quando percebeu que a questão havia
ganhado as ruas, a nossa Santa da Floresta começou a tergiversar. Quando se deu
conta de Dilma não tinha mais salvação, então passou a ser defensora da
deposição da Afastada.
Mas e os seus homens no Congresso? O
tal Aliel, para quem está fazendo campanha em Ponta Grossa, era membro da
Comissão do Impeachment da Câmara. Votou contra. Na Casa, a Rede tinha quatro
votos: dois deles foram em favor da permanência de Dilma.
No Senado, o mais ativo militante
contra o impeachment de Dilma é Randolfe Rodrigues (AP), também da Rede. Vale
dizer: na Câmara, 50% dos parlamentares da legenda foram contra a deposição da
Afastada; no Senado, 100%. Mas Marina Silva, ah, bem…, ela vai se candidatar à
Presidência em 2018. Não fica bem, agora, aparecer ao lado de Dilma.
Mas ela também não quer conversa com o
governo Temer. Até aí, que se declare na oposição. Mas o ponto não é esse.
Marina voltou a defender a convocação de novas eleições, o que ela sabe ser
inconstitucional.
Para encerrar: estar com a candidatura
de Requião Filho implica se alinhar com Requião pai, um dos mais ativos
militantes contra o impeachment. E homem que notoriamente não gosta de conviver
com o contraditório e com uma imprensa livre.
Escrevo sobre Marina porque, afinal,
ela está por aí!
Mas que tédio!
Que preguiça!
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