Veja, 19/12/201, www.veja.com.br
Num sinal de que não haverá
trégua em relação ao novo ministro da Fazenda, o líder do DEM no Senado,
Ronaldo Caiado (GO), acusou Nelson Barbosa de ser o mentor das "pedaladas
fiscais".
Os oposicionistas sustentam que
ele pode aprofundar ainda mais a crise em razão da desconfiança em relação ao
seu nome, mas destacaram que o problema está com a presidente Dilma Rousseff, a
condutora da política econômica. Para os oposicionistas, a mudança na equipe
econômica tem potencial de aumentar o desemprego, a queda nos investimentos e a
perspectiva negativa sobre o futuro.
"Quando Barbosa estava na
Secretaria de Política Econômica e era secretário executivo do Ministério da
Fazenda, ele assinou portarias que autorizaram as pedaladas no BNDES",
disse Caiado, aludindo ao fato de o ministro estar arrolado em um processo no
Tribunal de Contas da União (TCU). "O temor agora é em relação às ilusões
e mágicas que ele irá desenvolver."
Caiado lembrou também que a saída
de Levy acontece dias após o rebaixamento do País pela agência de classificação
de risco Fitch. "A saída de Levy demonstra o fracasso da tentativa do
governo de ludibriar o mercado colocando um nome de respeito como fachada da
política econômica, quando, na realidade, não estava interessado em mudar nada.
Usaram o Levy como forma de tirar a atenção. Todos os equívocos na máquina
pública que trouxeram o País a esta crise permanecem", afirmou.
O líder do PSDB na Câmara, Carlos
Sampaio (SP), disse que a escolha de Barbosa pode aprofundar a recessão.
"É uma indicação ruim, de que a presidente Dilma continuará interferindo
na política econômica e reforça também a manutenção do modelo que mergulhou o
país nesta crise sem precedentes", criticou Sampaio, ao destacar que
Barbosa responde pelas pedaladas comprovadas pelo TCU e que seriam base para o
impeachment de Dilma Rousseff.
Para o tucano, a ida de Barbosa
para a Fazenda revela também que a presidente não tem "peças de
reposição", já que ninguém quer fazer parte de um governo que ameaçado
pelo impeachment.
(Com Estadão Conteúdo)
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