Por Reinaldo Azevedo, 31/08/2015,
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Pixuleko
em manhã de sol na Paulista. Quanto mais os petistas esperneiam, mais ele vira
um símbolo
Escrevi aqui na manhã de ontem um post
alertando para uma página no Facebook — e muitas outras havia e há — em que
petistas e esquerdistas no geral incitavam o confronto de rua com aqueles que
marcaram um protesto contra o governo Dilma, exibindo o Lula Inflado, que virou
um ícone desses tempos. Seu nome de batismo não poderia ser mais adequado:
“Pixuleko”. Os petistas deveriam reclamar com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro
do partido.
Dito e feito. O protesto, pacífico,
como sempre, acontecia na Avenida Paulista quando chegaram os milicianos do PT.
Prontos para a briga. Prontos para o confronto. Prontos para resolver as coisas
na base dos socos e dos chutes.
Quem sãos os responsáveis por isso?
Muita geste. Mas cito os três principais Lula, Rui Falcão e Dilma Rousseff.
Lembremo-nos de que, na sexta-feira,
alguém atacou o boneco com uma faca ou estilete. Imaginem a chance de uma
tragédia acontecer num caso assim, em que o confronto se torna inevitável. Os
manifestantes acusam pelo ato a estudante de direito da FMU Emmanuelle
Thomazielo. Ela nega. Só não conseguiu explicar o que fazia lá no meio, ao lado
do boneco.
Os três chefões petistas citados estão,
na prática, incitando o confronto de rua quando tacham a liberdade de
manifestação e a liberdade de expressão, garantidas pelo Artigo V da
Constituição, de golpismo. Mais de uma vez, Dilma associou um bomba
caseira jogada em frente ao Instituto Lula a manifestantes de oposição. Ela já
pertenceu a dois grupos terroristas. Conhece a lógica interna dessas coisas.
Sabe muito bem que não interessa às oposições e àqueles que cobram a sua
deposição que os petistas sejam vistos como vítimas. Quem jogou aquela bomba
quer o PT na condição de agredido. Como nós vimos na Paulista neste domingo, o
PT é o agressor.
Os petistas que resolveram invadir o
protesto exigiam, ora vejam! Que o boneco fosse retirado de lá. É mesmo? Com
que autoridade? Quantas foram às vezes, são ainda, em que petistas e
esquerdistas fazem caricaturas de seus desafetos? Quantos foram os enterros
simbólicos a que os “companheiros” submeteram adversários ao longo de sua
trajetória? Em quantas ocasiões as imagens de políticos tucanos e de outros
partidos foram associadas às piores práticas nas ruas? Quando é que seus
adversários foram molestá-los?
O que quer Dilma? O que quer Lula? O
que quer Rui Falcão? Sangue nas ruas? Pois não terão. Torço muito para que não
tenham. Espero que os que se manifestam contra o governo e pedem o impeachment
não abandonem jamais a luta pacífica. Será preciso muito cuidado para não ceder
à provocação de profissionais do crime.
Atenção! As pessoas que se oferecem
para esse tipo de enfrentamento não são os coxinhas vermelhos, não! É gente da
viração. É gente treinada para enfrentar os outros no braço. São profissionais
da arruaça.
Cardozo
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, resolveu dar pinta na Paulista neste domingo. Por mais desavisado que seja — consta que até sua sala foi invadida —, um dos homens mais bem-guardados do país certamente sabia que havia manifestação de protesto na Avenida. Se não tinha sido informado, então a coisa por lá anda pior do que parece.
José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, resolveu dar pinta na Paulista neste domingo. Por mais desavisado que seja — consta que até sua sala foi invadida —, um dos homens mais bem-guardados do país certamente sabia que havia manifestação de protesto na Avenida. Se não tinha sido informado, então a coisa por lá anda pior do que parece.
Foi hostilizado e ouviu coisas como
“Pega ladrão!”, “Fora PT” e “Fora Dilma”. Acabou conversando com manifestantes
e, ao fim, parece que se esboçou a cordialidade possível. Na conversa, acabou
dizendo que as manifestações são “absolutamente legítimas”, mesmo discordando
da pauta, e que “democracia é divergência”. E acrescentou: “O que não pode é
xingar, ofender pessoalmente, que foi o que alguns fizeram.”
É? Então por que ele também já se
referiu à defesa do impeachment — que só acontecerá, se acontecer, dentro da
lei — como golpe? Por que, na condição de petista e ministro da Justiça, não
censura os truculentos do seu partido, que foram para a Avenida Paulista para puxar
briga? E se a maioria antipetista decidisse interromper protestos da minoria
petista ou de esquerda?
Já disse que não apoio, e reitero aqui,
atos hostis a petistas nas ruas. Não acho que seja um bom caminho. É fácil
manifestações dessa natureza acabarem fugindo ao controle. Agora é
absolutamente inaceitável que o PT estimule seus milicianos a partir para a
briga e que acabe assumindo publicamente a defesa de agressores.
O Brasil não e não será a Venezuela. Já
está claro que nós não permitimos e não vamos permitir que isso aconteça.
Ah, sim: Cardozo mandou a Polícia
Federal investigar o suposto atentado ao Instituto Lula. Deveria aproveitar e
mandar apurar também quem anda a estimular confrontos de rua.
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