Por Reinaldo
Azevedo, 04/08/2014,
Fraudar uma CPI é fraudar a vontade
popular.
Fraudar uma CPI é fraudar a democracia.
Fraudar uma CPI é fraudar a República.
Fraudar uma CPI é atentar contra o estado de direito.
Fraudar uma CPI é cometer um crime para tentar esconder crimes antigos.
Fraudar uma CPI é fraudar a democracia.
Fraudar uma CPI é fraudar a República.
Fraudar uma CPI é atentar contra o estado de direito.
Fraudar uma CPI é cometer um crime para tentar esconder crimes antigos.
Infelizmente,
o governo e o PT fizeram tudo isso quando se organizaram para repassar com
antecedência aos depoentes da CPI da Petrobras as perguntas que seriam feitas
pelos senadores — perguntas pasmem vocês! Que já vinham com as respostas, com o
gabarito, conforme demonstrou reportagem de capa da VEJA desta semana. No
comando da operação, políticos, altos funcionários da Petrobras e servidores de
pedigree. E Dilma Rousseff?
Nesta
segunda, a presidente diz não ter nada com isso e afirmou ser esse um problema
do Congresso. Não é não! A chefe da nação estaria errada se não estivesse
apenas empregando a tática dos despiste. Só para lembrar: o relator da CPI da
Petrobras no Senado, José Pimentel (PT-CE), apelou a Graça Foster, presidente
da Petrobras, e ao petista José Eduardo Dutra, diretor da estatal, para passar
adiante as perguntas que seriam feitas a depoentes da comissão — entre eles
José Sérgio Gabrielli, Nestor Cerveró e a própria Graça.
Estrelam
ainda a tramoia o senador Delcídio Amaral (PT-MS); Paulo Argenta, assessor
especial da Secretaria de Relações Institucionais; Marcos Rogério de Souza,
assessor da liderança do governo no Senado; Carlos Hetzel, assessor da
liderança do PT na Casa; o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José
Eduardo Sobral Barrocas; Leonan Calderado Filho, que responde pelo
departamento jurídico desse escritório e não havia sido ainda identificado, e
Bruno Ferreira, advogado da empresa.
Sim,
trata-se de pessoas da cúpula da estatal, indicadas por Dilma, e de figuras do
escalão superior do petismo. Mais: Argenta, peça-chave da tramoia, é braço
direito de Ricardo Berzoini, ministro das Relações Institucionais, nomeado pela
presidente com a tarefa de “controlar” o caso Petrobras. Estamos vendo como.
Depois
do mensalão, essa é a mais grave agressão institucional praticada pelo petismo
contra o Poder Legislativo. As oposições devem entrar hoje com representações
na Comissão de Ética do Senado, na Comissão de Ética da Presidência e na
Procuradoria-Geral da República.
Dilma
está tentando ser a Valesca Popozuda do política, achando que pode dar um
“beijinho no ombro” e sair altiva pelo salão. Não pode! E os funcionários que
estão sob o seu comando e, comprovadamente — porque há a prova — se envolveram
numa fraude contra o Congresso? O que vai acontecer com eles? Sem contar, é bom
destacar, que uma CPI também tem poderes de polícia. Estamos diante de um crime
de estado.
E,
para arremate dos males, note-se: Dilma tentou dar nesta segunda o tal
“beijinho no ombro” numa visita que fez a uma Unidade Básica de Saúde em
Guarulhos, na Região Metropolitana de São Paulo, que recebeu profissionais do
Mais Médicos. Era agenda de candidata, não de presidente, embora tudo tenha
sido organizado com dinheiro público — viagem a São Paulo, deslocamento de
assessores, mobilização de seguranças etc. Sem contar que a dita “presidenta”
estava em horário de expediente! E como a gente sabe que se tratava de
campanha? Uma equipe de João Santana, seu marqueteiro, estava presente para
registrar tudo. Acompanhava Dilma em sua campanha eleitoral com dinheiro
público o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Ilegalidade praticada pela chefe.
Ilegalidade praticada pelo subordinado.
Eles
acham que podem tudo. Até quando?
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