Por
Renato Gava - Interino, 03/10/2014,
Por que a contagem de
assassinatos feita pelo Diário Gaúcho sempre é bem maior do que a da Secretária
de Segurança? Basicamente, são dois motivos: o órgão conta apenas uma morte por
ocorrência (não importa se cinco pessoas tenham morrido na ação) e, no caso de
encontro de cadáver, mesmo que o corpo tenha 20 perfurações de bala, também não
entra na conta (para a secretária, pode ter sido suicídio).
A pasta está de parabéns.
Tem uma maneira inteligentíssima de reduzir a violência na Região
Metropolitana. Investir em policiais, viaturas e investigação? Claro que não. É
mais prático muda a forma de mostrar os números. Assim, em um canetaço, está
resolvido o problema das mortes. Econômico. Rápido. Genial.
Nessa linha, dá para
melhorar a fórmula. Exemplo: passar a não colocar mais na estatística os mortos
entre 1h e 6h da manhã. Para que contar esses casos se quase todo mundo está
dormindo de madrugada? É só deixar de relacioná-los e pronto, está definida uma
redução drástica no número de homicídios.
O problema dessas medidas é
que nem todo mundo entende o “esforço” e “genialidade” dos responsáveis pela
segurança no Estado. O Diário Gaúcho é um. Insiste em achar que cada morto é um
caso diferente e se recusa a acreditar em suicídios com mais de dois tiros.
Essa “mania” do jornal foi grande responsável, no ano passado, pela criação de
mais quatro delegacias especializadas em homicídios na Capital. Sem dúvida, o
DG é a pedra no sapato desses “solucionadores” de problemas.
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