O Brasil quer mudar. Mudar
para crescer, incluir, mas precisa acabar com a corrupção no setor público;
acabar com a impunidade na gestão pública. Principalmente de servidores
concursados, assim como punir com rigor infratores que: eleitos pelo voto fazem
uso do mandato e da imunidade parlamentar para fraudar e roubar recursos
públicos formando uma camarilha de corruptos e corruptores impunes. Esses foram
os argumentos utilizados por Luiz Inácio Lula da Silva, na Carta ao povo
Brasileiro em, 22/06/2002 tendo o seu aval e do partido. O que mudou agora os
corruptos são blindados e protegidos por manobras corporativas da classe
política e do próprio Governo; que finge investigar, mas por trás faz manobras
e pressão e tudo o diabo para que o caso seja colocado embaixo do tapete. Pois
quem deveria exigir e cobrar esclarecimento e punição, diante dos fatos e das
provas e outras investigações; e o primeiro a alegar estar havendo ação inimiga
para prejudicar o Governo e partido. Entretanto isso gera indignação, além do
setor público não andar e se sustentar com recursos próprios; sabe e tem como
alicerce para investimentos o caixa formado pela arrecadação de impostos:
federais, estaduais, e municipais pagos por todos sem exceção. O que assume um
caráter de traição já que pagamos também seus altos salários em todos os níveis
da máquina pública que, todavia, deveria dar exemplo: fiscalizando e cobrando
soluções demonstra despreparo, tanto que às denúncias por irregularidades é
recorrente. Essa percepção de impunidade vem campeando pelo Brasil afora.
Comenta-se que o povo brasileiro tem memória curta. Esta
pecha conduziu-me a leitura da “carta ao povo brasileiro” do PT que tinha o
endosso e assinatura de Lula. Onde o PT e seus parceiros fazem um apelo à
população para apoiar sua candidatura, com a plena consciência de que vencendo
o pleito fariam as mudanças necessárias, mas que nem um milagre e nem passe de
mágica iria ocorrer no país em benefício do povo de, um dia para o outro; e
pelo visto e previsto por Lula para o povo a coisa mais ou menos se ajeitou. Se
em algum momento, ao longo dos anos 2000, o atual modelo conseguiu despertar esperanças
de progresso econômico e social, hoje a decepção com seus resultados são
enormes. Passados 11 anos e nove meses depois, o povo brasileiro faz o balanço
e verifica que as promessas fundamentais foram descumpridas e as esperanças
frustradas, ou seja, voltamos ao ponto de partida da carta à necessidade de
mudar. Contudo no segundo mandato de Lula começou a fazer água. E de lá até os
dias de hoje só piorou, mas para o PT e seus parceiros tudo melhorou. Hoje,
ascenderam e fazem parte da classe de elite “A”. Por isso, não podemos
continuar insistindo nessa caminhada, com o PT se esquivando; das promessas e
da responsabilidade e do compromisso assumido com todo o país. Relendo a carta
chega-se a conclusão que a mesma era um conto de fadas, pois o PT que na
oposição combatia a destituição da camarilha que estava no poder, se
comprometeu trazendo aqueles que tanto combatia de volta ao poder como
parceiros e aliados e retornaram ao mesmo ciclo econômico e político vigente a
época.
Claro o modelo é velho com algumas
correções e aperfeiçoamento daquilo que vinha dando certo. O que hoje
conhecemos como Bolsa Família e mais bolsas e vales fazem das regiões norte e
nordeste as duas regiões de maiores concentrações de usuários 48% cada uma, e
transformando e tratando os beneficiários das regiões norte e nordeste como
“gado” num curral de votos. O que deveria ser o caniço para depois ensinar a
pescar, se transformou num assistencialismo; o que não passa de uma corrupção
institucionalizada; que conta com o medo da perda dos benefícios, por isso
aposta na votação maciça de usuários. As críticas são fundamentadas na forma
com que governos tratam o projeto de forma assistencialista, mas que se manteve
embora fora da lei por se tratar de corrupção legalizada, ou seja, a troca de
numerário pelo voto.
Ninguém precisa entender e
ensinar economia, para compreender porque em jun/jul/2013, a população e a
sociedade organizada saíram às ruas com manifestações pacificas protestando com
o rumo dado pelo governo a economia, que ficou exposta e vulnerável a pequenas
marolas dos diversos setores que, por sua vez afetam a máquina administrativa
sujeita a turbulência do mercado. Esse heim, hem, heim de que estão fazendo,
ajustando e corrigindo é conversa fiada. Então onde estão os resultados, pois
partindo do “BRIC”, só o Brasil não cresceu; devem explicar e contradizer os
gráficos apresentados, e suponha-se que não haja maquiagens e muito menos
manobras tendenciosas visando prejudicar nossos governantes.
O que não deixa de ser louvável,
mas vem tardiamente, o aceno de mudanças como forma de reconhecer o erro;
depois de tanto insistir com companheiros teóricos; mas de pouca prática e ação
que deixaram o país em vias de sofrer um colapso econômico, social e moral. Entretanto
chega-se ao ponto inicial da carta ao povo brasileiro: Tendo em vista a
argumentação e exposição contida na respectiva missiva o que realmente mudou?
Os governantes o resto continua a mesma coisa. Nada mudou tanto que serve com
bom e forte argumento para o povo mudar.
Um
Abraço,
13/09/2014.
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