Por Augusto Nunes, 20/08/2014,
No Jornal Nacional desta segunda-feira, William Bonner informou que TV
Globo improvisara um estúdio no Palácio da Alvorada porque presidentes à caça
de outro mandato têm o direito de serem entrevistados em casa. Premiada com o
privilégio negado a Aécio Neves e Eduardo Campos, a Dilma Rousseff tentou
valer-se das prerrogativas de anfitriã para falar apenas o que interessa à
candidata. Compreensivelmente, sentiu-se em casa para vetar a entrada na
sala de um tema especialmente perigoso e fugir de perguntas incômodas contando
mentiras a Bonner e Patrícia Poeta.
Alegando que a chefe do Poder Executivo não deve comentar decisões do
Supremo Tribunal Federal, negou-se a dizer o que acha do tratamento de vítima
dispensado pelo PT aos companheiros do mensalão. Dilma também garantiu que o
índice da inflação baixou para zero por cento, avisou já no fim de agosto que
tudo vai ficar ainda melhor no segundo semestre, respondeu com a louvação do
programa Mais Médico a uma pergunta sobre o sistema de saúde em frangalhos e
cumprimentou o antecessor pela criação de órgãos que já existiam em janeiro de
2003. Fora o resto.
De nada adiantou fazer o diabo recorrendo a palavrórios em dilmês de
campanha. A entrevista só serviu para confirmar que a primeira colocada nas
pesquisas eleitorais é uma candidata de altíssimo risco. E, tanto quanto Dilma deixou
a Globo pior no retrato. Depois da conversa no Alvorada, como registra o
comentário de 1 minuto para o site de VEJA, só falta transferir para a Granja
do Torto o debate entre os principais candidatos. É só pedir a autorização do
ditador cubano Raúl Castro. Por concessão do governo brasileiro, hoje é ele
quem dá as cartas por lá.
Nenhum comentário:
Postar um comentário