Total de visualizações de página

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Maquiagem demais borra o principal?

Política & Cia, por Ricardo setti,
16/07/2014, www.veja.com.br.



“Como as pesquisas têm indicado, a população em geral já percebeu qual é a qualidade do governo atual.

O DESCARAMENTO COMO POLÍTICA
Editorial publicado no jornal O Estado de S. Paulo deste domingo, 13 de julho de 2014.

O programa de governo Dilma Rousseff 2014 é uma peça publicitária, com forte dose de ficção. Um dos tópicos, intitulado Os 12 anos que transformaram o Brasil, é constrangedor. Ali, a mentira parece adquirir status de verdade histórica.
O que primeiro choca é a incongruência entre o título do programa (Mais mudanças, mais futuro) e o conteúdo proposto. Era de esperar que, com resultados tão pífios — reconhecidos não apenas por analistas econômicos, mas, como as pesquisas têm indicado, pela população em geral, que já percebeu qual é a qualidade do atual governo —, o leitor do programa se deparasse com algo diferente do que viu nos últimos anos.
Mas o que lá está é mais do mesmo, com a reedição de “programas” pontuais e desconexos, sem uma visão ampla do que o Brasil precisa. Vê-se logo que é um programa feito pró-forma, em que o país é um simples acessório.
Furtando-se de analisar os seus anos de governo — o que seria mais honesto —, sempre que pode Dilma inclui os oito anos de Lula nas suas comparações. Disso resultam afirmações que se chocam com a verdade. Por exemplo, “ao final de três mandatos, todos os indicadores do período são positivos e sempre muito melhores do que os vigentes em 2002″. Haja criatividade nos números para tamanha miopia!
Em relação ao seu calcanhar de Aquiles — a inflação —, não tendo o que apresentar, usa bravatas pouco convincentes. “Entendemos o poder devastador da inflação (…) e por isso jamais transigiríamos ou transigiremos com um elemento da política econômica com esse potencial desorganizador da vida das pessoas e da economia”.
Se de fato Dilma entendeu o poder devastador da inflação, seus anos de governo são um exercício explícito de má-fé. O que ela de fato compreendeu foi o efeito político da inflação, daí a manipulação de números e os preços e tarifas administradas.
Há passagens que é a mais deslavada mentira. “Os governos do PT assumiram a histórica tarefa de investir na infraestrutura logística brasileira. (…) O Brasil dos governos do PT e de seus aliados ficará marcado como o período da história recente com mais entregas de grandes obras de infraestrutura.” Será uma piada de mau gosto?
Se há um setor onde existe uma distância abissal entre o que o país necessita — e o governo prometeu — e a administração petista entregou, este é o da infraestrutura. É dessa forma que a Mãe do PAC vê os resultados pífios do seu mandato?

Nenhum comentário:

Postar um comentário